27 de novembro de 2008

Paciência


Foto por João Paulo Redondo
Existem momentos que queremos atropelar o tempo. Eu também quero. Mas uma coisa que eu aprendi é que é preciso ter paciência se não, não rola. A gente fica desesperado, pára de andar e continua no mesmo lugar. Paciência é uma virtude que todo computador tem. Não gostaria de ser tal máquina, deixaria meus sentimentos e minhas vontades próprias para ser controlado por outra coisa.

Eu aprendo com Deus que existe tempo pra tudo debaixo dos céus. Esperar é uma opção obrigatória. Sei que às vezes a dor é tão grande que não dá pra aguentar. Dá pra fechar os olhos e esquecer que estamos vivendo isso? Não. O negócio é curtir a vida e ser feliz. ("Lembra-te do teu Criador nos dias da tua mocidade, para que não venham os maus dias e os anos em que dirás não tive neles prazer algum")

22 de novembro de 2008

Para onde? Perguntou o motorista do táxi ao qual adentrei-me. Não sabia o que lhe responder pois meu destino nunca foi exato. "Para o Jardim Botânico, por favor". Este lugar é lindo. Um destino no meio da caótica capital fluminense. Com tantos problemas e dores de cabeça é possível parar e respirar o ar puro que circula em meio aos automóveis.

O verde da esperança, parece mais um calmaria concedida ao meu espírito conturbado. Quem poderia imaginar que aquele lugar é apenas uma pequena parte do que um dia já foi?

"São 62 reais." Havia me esquecido desse pequeno detalhe: não tinha dinheiro. Não teve verde que pudesse pagar a corrida. Não teve jeito o Jardim Botânico ficou só na vista. "E agora, para onde?" "Para o banco"... Eita, corrida cara!!!.....

História


Foto por Nélio Correia

Quando sinto que não da pra chegar ao objetivo eu procuro ter certeza disso. A história só terminha no fim. Antes disso é impossível prever quem ficará com a mocinha, ou matou o rapaz. É impossível dizer que acabou no meio da história. É incoerente.


Gosto de escrever, pois contruo minhas próprias histórias. Alguns amigos me inspiram, dão palpites mas eu realmente sou único e verdadeiro com o que escrevo. E sei que tudo o que não faz sentido no começo é proposital para que você continue lendo ate o final e sinta vontade de comprar outro livro do autor.


Estava meio sem inspiração para escrever. Está chovendo e eu amo chuva. É um presente de Deus. Lava as ruas da impuniade e da corrupção. Tazendo a santidade para onde estivermos.
A chuva faz parte da história, sem ela ninguem se alegraria ao ver o sol.

18 de novembro de 2008

O que será que ele é?

Foto by Ana Costa

O que será que ele é? Pensei sem maldades, quando vi aquele ser em minha frente? Percebi logo, que não era o único que havia tido este pensamento. Eu sei que não devo pensar assim, mas foi assim que aprendi a pensar: "homem com homem não dá".


A aparência estranha do rapaz desviava os olhares e atraía risos de todos. A roupa extremamente apertada e colada ao corpo deixava exatamente aparente aquela silhueta indefinível.


O banco da velha praça concedeu-me o descanso, então ocupei-me em analisar a incrível criatura de aparência afemindada. Por mera coincidência ou sei lá o que, o mancebo tomou assento ao meu lado.


Não sei descrever a sensação que tive. Se foi repulsa, inquietação ou mero preconceito por estar ao lado de "um ser como aquele". Nem bem se passaram alguns minutos, uma bela jovem veio ao encontro do "ser".


O beijo ardente espantou a todos que se colocavam espectadores no local. Aprendi que as aparências enganam e que o pensamento nos trai. A aparência não descreve íntimo, nem a personalidade.

*Essa crônica foi minha prova de redação e repercutiu muito entre as pessoas (professores e colegas de turma). Gostaria de deixar bem claro que o texto não possui o objetivo de expor preconceito aos homossexuais. Apesar de não concordar com o homossexualismo, respeito-os. Lembre-se:"Respeitar não é concordar" (frase de Rebeca Alves).

"Desincefalados"

Fotografia by Diego Freitas

Às vezes sinto-me como uma presa: prestes a ser devorado. Tenho que admitir que essa situação é extremamente desconfortável. Por mais que o tempo passe, ele nunca passa o suficiente para essa situação acabar e quando passa não demora a voltar.

Minha mente é um verdadeiro campo de batalha. Já sou conformado que psicologicamente nunca serei normal. Deve ser por isso que escrevo essas coisas tão... estranhas, eu diria. Mas uma amiga esses dias me perguntou a definição de normal. Então chegamos a uma conclusão tão óbvia que chega a ser medíocre a afirmativa: ninguém jamais conseguiu ser normal para o definir. Isso significa que o "normal" é algo relativo que varia de indivíduo para indivíduo, e não absoluto como afirma a ignorância da população.

Posso provar a você o que digo. Responda: é normal ver uma pessoa morta à sua frente? E para um coveiro? A normalidade é relativa visto que as opiniões são divergentes. Isso não é um artigo ou uma tese, mas sim um breve comentário de um adolescente de 16 anos. E sabe o que é pior? Ser chamado de anormal porque exerço a faculdade do pensamento e questiono algo divergente com meus princípios. Meros "desincefalados". Não sabem o que dizem.

O beijo

Fotografia by Oscar Silva

"O beijo é o toque de duas bocas que se calam para ouvir a voz do coração." (Tamires)

Linda frase... Simplesmente perfeita. A foto também é maravilhosa.

Destino

Foto por Fernando Gomes

O que acontecerá quando o portão se abrir?
Será que todos os passageiros
Que estiveram comigo a viagem inteira vão sair?
O que tem depois dali?
Será mais uma estação ou é o fim da linha?

Será que mais uma vez ficarei sozinho?
Serei o fantasma no trem?
Aonde todos se vão e me deixam só
Sem um mero sentimento
Nem a pena vale mais alguma coisa

E de que me valeria as asas
Não aprendi a voar...
O medo me consome
E me deixa assim...
Pensando...
Aonde vou parar?

17 de novembro de 2008

A Mala

foto por Ana Vilar

As coisas estão tão pesadas... Preciso descarregar as energias e passar um tempo off. Quando pedi para Deus amigos, pedi amigos por completo. Queria ter amigos e ser amigo de meus amigos. Descobri que quando ganhamos amigos, ganhamos também os problemas dos amigos.

Não reclamo e nem me arrependo. Meus amigos são presentes pelos quais serei eternamente grato. Vale a pena chorar as dores dos meus amigos. Somos um só. Se dói, doi em mim também. Contudo, fiquei com muitos problemas. O que posso fazer? Só me resta carregar a mala que adquiri ao longo da viagem e agradecer a Deus pela atenção e pelo favor...

Descobri que o que pesava não é o conteúdo e sim a mala. Entendeu? Não? Então deixe-me explicar: amigo não se leva na mala, e sim no coração.

Uma homenagem aos meus amigos e em especial ao Anderson

15 de novembro de 2008

Em uma certa boate da cidade

foto by Daniel Oliveira

— Oi!
— Oi.
— Tudo bem?
— Tudo.
— Você vem sempre aqui nessa boate?
— Não.
— Você mora aonde?
— Botafogo.
— Ah... Legal. Eu moro em Copa... Está a fim de dançar?
— Não.
— Está cansada?
— Sim.
— Então o que você está fazendo aqui?
— Esperando meu namorado.

14 de novembro de 2008

Outono



Imagem por paulo A.

Meu coração suspirou mais fundo
Quando encontrei-te a primeira vez
As palavras da minha boca fugiram
Meus pés não mais se moviam
Eu em minha pequenez
Apaixonei-me pela sua graça

Minha mente errante
Refletia infinitamente a sua imagem
O brilho dos olhos que ao sol invejou
O som da voz que aos anjos impressionou
Apaixonei-me desesperadamente
Pelo seu coração

Ah... Outono que faz as folhas cairem
Destes lugar a primavera
E hoje estou aqui
Sonhando acordado
Ou acordando para um sonho
Não sei mais nada
Só sei que hoje eu amo...

Madrugada de Outubro



Fotografia de Lu Peçanha


Estupefacta, a menina olhava para todas as direções sem saber o que fazer. Não havia quem pudesse lhe ajudar na imensa rua deserta. À sua frente estava caído, morto seu vilão. Durante muito tempo o amara e em poucos segundos o matara.

O acidente aconteceu às 4 da manhã. O homem que a violentara pelos últimos 5 meses tivera sua última tentativa frustrada à alguns minutos. Em uma tentativa desesperada de salvar o seu corpo, Isabel lançou com toda a força que tinha nos braços o pai que lhe dera a vida, sem imaginar que um carro do nada passaria ali naquele momento.

O sangue jorrava como um manancial carmezim manchando a rua e a lembrança da pobre menina de 9 anos. Desesperada, pois-se a chorar debruçada sobre o cadáver que foi a atração da roda de indivíduos curiosos que se formou envolta com o nascer do dia. Pelo menos para a multidão, pois para a menina não havia luz nem escuridão, mas apenas culpa e solidão.

Pequenos, mas grandes...

Fotografia by Ana Vilar
Inacreditavelmente, pequenas coisas podem fazer verdadeiras reviravoltas na nossa vida. Às vezes nos sentimos tão pequenos e fracos que achamos que estamos no nosso limite. Lembro-me neste momento de alguém que não era ninguém importante para a sociedade e mesmo assim foi capaz de mudá-la.

Ester foi uma mulher não muito importante. Não tinha tantas qualidades e predicados como as mulheres contemporâneas da nossa geração. Contudo, foi essa mulher que o rei Assuero escolheu para ganhar seu coração. Mal sabia ele que ela não mudaria apenas o seu coração, mas também toda a nação.

Ester salvou seu povo pela sua prudência e seu amor. Eu aprendo muito com essa história. Aprendo a ser prudente, a ter paciência e a confiar no Deus que eu sirvo. Não estou fazendo referência a nenhuma religião (apesar de ser evangélico), mas estou falando de uma mulher que é exemplo pra todos nós. Às vezes precisamos que alguém pequenino nos amarre os sapatos pois de tão grande não conseguimos fazê-lo.

Este texto é uma homenagem a uma pessoa que neste dia me falou uma frase que eu jamais esquecerei: "Estuda bem, porque você vai longe..." Muito obrigado, profª Ester Koch.

Gostaria de incluir também aqui o professor Hugo Moraes que também me disse a mesma frase pelo orkut. Muito obrigado, professor Hugo.

O que é melhor?

Preocupo-me desesperadamente com aquilo que escrevo. Sim, pois aquilo que escrevo revela os segredos escondidos no mais íntimo do meu ser. Palavras sobrepostas às linhas, sejam elas retas ou tortuosas, criam na mente do leitor um conceito único e pessoal.

Tenho total ciência que nem sempre serei compreendido, mas sempre serei ouvido. Raramente falo o que sinto e o que penso. Prefiro escrever pois não existem interrupções nas linhas. Mas ao meditar sobre isso, descobri que estava deformando meus próprios pensamentos e deixando o meu eu morrer aos poucos. Construía o pensamento imaginando o que ficaria melhor.

O que é melhor? Pensar duas vezes e ser menos verdadeiro ou pensar uma unica vez, mas ser coerente com sigo mesmo?

11 de novembro de 2008

Entre o amor e a dor

Capitú, amor meu. Onde?... Onde andarás tu? Que na raiva do meu ser, não deixei me dizer o que se passou...

Ah! Pitolomeu... Amigo meu, por que me traíste e beijaste Capitú? Não sei o que me deu... O traidor fui eu...

Que farei agora? Como?... Como ressucitarei meu coração que matei outrora?
Vou me entregar à polícia e passar o resto dos meus dias nas masmorras.

Ah, Capitú... naquele dia, ouvi alguém me dizer que Pitolomeu a beijou. Mas agora... Duvido... Duvido... Será que o seu amor não era meu? Que pelas costas me traía e dizias ser minha?

Nisso tudo quem morreu fui eu.

by Nathan Rodrigues (Esquete apresentada no 1° Café literário do Colégio São Gonçalo)