2 de fevereiro de 2013

Verdade Liberdade!




Liberdade, liberdade!
Abra as asas sobre nós

E que a voz da igualdade
Seja sempre a nossa voz”

(Imperatriz Leopoldinense, 1989)


Há exatos 40 anos, o jogador Almir Pernambuquinho morreu em um bar na Avenida Atlântica (Copacabana). O jogador levantou-se de sua mesa para defender um grupo de atores gays que estavam sendo injuriados. O nome dele caiu no esquecimento, a sua causa não. O mundo não muda tanto. Os portuguêses expulsaram os índios daqui. O governador do Rio de Janeiro fez a mesma coisa. "Ainda somos os mesmos e vivemos como nossos pais".

Assisti há poucos minutos o filme The Help, ou Histórias Cruzadas (no Brasil). E recebi um impacto ao lembrar o quanto os seres humanos conseguem ser mesquinhos. Houve um tempo em que se acreditava que negros não tinham alma. Não somos descentes de escravos, descendemos de seres humanos que foram escravizados. Houve uma época em que negros não podiam usar os mesmos banheiros, entrar pelas mesmas portas e precisavam frequentar igrejas só para negros. E hoje em pleno século XXI homossexuais precisam criar suas próprias igrejas porque não é de bom tom que eles se sentem nos mesmos bancos que nós para adorar a Deus.

É bem provável que eu receba críticas pelo que direi aqui, todavia, não tenho pretensão alguma em satisfazer a ignorância alheia. O mesmo livro que diz que o criador abomina homossexuais é o mesmo que proíbe qualquer ser humano de cortar o cabelo, mulheres no período menstrual tenham contato com o mundo, e ainda por cima encoraja o trabalho escravo. A desculpa podre que ouço (e que prova a falta de semântica) é que se trata de uma questão cultural. A pergunta que faço (retórica, por favor: dispenso respostas) é porque há uma seletividade no que é cultural?

Ora, o mesmo Cristo que veio cumprir a lei foi o mesmo que guiou o caminho para uma nova e eterna aliança. A lei de Moisés diz que é proibido curar no sábado. E Jesus quebrou esse protocolo. Como já destaquei, uma mulher no período menstrual não poderia sair de casa, se tivesse uma hemorragia deveria permanecer em "prisão domiciliar". Naquela cultura, ao ser tocado por uma mulher nessas condições Jesus seria considerado impuro. O filho do Altíssimo quebrou todos os protocolos possíveis para mostrar que as pessoas estão preocupadas demais com a lei de Moisés e se esqueceram de viver a lei de Deus. O amor é a coisa mais importante que temos, foi o que Ele disse: Amem uns aos outros COMO EU OS AMEI.

Das experiências que tive frequentando igrejas tirei uma conclusão já observada por Paulo: O homem não conhece o que é o amor. Agape vai além do livro do padre, além de algumas letras num papel. Significa quebrar o protocolo que proíbe que gays adorem a Deus. Ele não abomina gays, ele os ama. Eu tenho um sonho. Um sonho de que a verdade liberte a humanidade da ignorância. E que um dia gays, mulheres, negros, e todo ser que respira (porque é assim que está escrito) hão de louvar juntos ao mesmo Deus. E assim, sendo libertos da ignorância pela verdade, verdadeiramente serão livres.