17 de fevereiro de 2013
2 de fevereiro de 2013
Verdade Liberdade!
“Liberdade, liberdade!
Abra as asas sobre nós
E que a voz da igualdade
Seja sempre a nossa voz”
(Imperatriz Leopoldinense, 1989)
Há exatos 40 anos, o
jogador Almir Pernambuquinho morreu em um bar na Avenida Atlântica
(Copacabana). O jogador levantou-se de sua mesa para defender um grupo de
atores gays que estavam sendo injuriados. O nome dele caiu no esquecimento, a
sua causa não. O mundo não muda tanto. Os portuguêses expulsaram os índios daqui. O governador do Rio de Janeiro fez a mesma coisa. "Ainda somos os mesmos e vivemos como nossos pais".
Assisti há poucos
minutos o filme The Help, ou Histórias Cruzadas (no Brasil). E recebi um
impacto ao lembrar o quanto os seres humanos conseguem ser mesquinhos. Houve um
tempo em que se acreditava que negros não tinham alma. Não somos descentes de
escravos, descendemos de seres humanos que foram escravizados. Houve uma época
em que negros não podiam usar os mesmos banheiros, entrar pelas mesmas portas e
precisavam frequentar igrejas só para negros. E hoje em pleno século XXI
homossexuais precisam criar suas próprias igrejas porque não é de bom tom que
eles se sentem nos mesmos bancos que nós para adorar a Deus.
É bem provável que eu
receba críticas pelo que direi aqui, todavia, não tenho pretensão alguma em
satisfazer a ignorância alheia. O mesmo livro que diz que o criador abomina
homossexuais é o mesmo que proíbe qualquer ser humano de cortar o cabelo,
mulheres no período menstrual tenham contato com o mundo, e ainda por cima
encoraja o trabalho escravo. A desculpa podre que ouço (e que prova a falta de
semântica) é que se trata de uma questão cultural. A pergunta que faço
(retórica, por favor: dispenso respostas) é porque há uma seletividade no que é
cultural?
Ora, o mesmo Cristo que
veio cumprir a lei foi o mesmo que guiou o caminho para uma nova e eterna
aliança. A lei de Moisés diz que é proibido curar no sábado. E Jesus quebrou
esse protocolo. Como já destaquei, uma mulher no período menstrual não poderia
sair de casa, se tivesse uma hemorragia deveria permanecer em "prisão
domiciliar". Naquela cultura, ao ser tocado por uma mulher nessas condições
Jesus seria considerado impuro. O filho do Altíssimo quebrou todos os
protocolos possíveis para mostrar que as pessoas estão preocupadas demais com a
lei de Moisés e se esqueceram de viver a lei de Deus. O amor é a coisa mais
importante que temos, foi o que Ele disse: Amem uns aos outros COMO EU OS AMEI.
Das experiências que
tive frequentando igrejas tirei uma conclusão já observada por Paulo: O homem
não conhece o que é o amor. Agape vai além do livro do padre, além de algumas
letras num papel. Significa quebrar o protocolo que proíbe que gays adorem a
Deus. Ele não abomina gays, ele os ama. Eu tenho um sonho. Um sonho de que a
verdade liberte a humanidade da ignorância. E que um dia gays, mulheres, negros,
e todo ser que respira (porque é assim que está escrito) hão de louvar juntos
ao mesmo Deus. E assim, sendo libertos da ignorância pela verdade,
verdadeiramente serão livres.
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