30 de dezembro de 2011

Lágrimas de um livro

Eu preciso compartilhar aqui o que senti hoje. Pela primeira vez na minha vida, eu chorei lendo um livro. Estou preparando um artigo sobre o Harry Potter para um seminário e lendo sobre a morte do padrinho dao rapaz senti uma certa emoção. Já ouvi que isso pode ser uma depressão de fim de ano ou trauma pré-reveion, mas estou certo de que estou bem.

Como todo ser humano faço planos para o futuro. Pensei em dietas malucas, escrever vários livros, encontrar um amor... A verdade é que neste momento quero vencer ummedo que tenho: ser feliz. Vi isso pela primeira vez em DIVÃ, da Martha Medeiros. Quando estamos a ponto de sermos felizes sentimos um frio na barriga, uma incerteza.

Eu quero realmente escrever um livro até o fim. Quero perder peso para chegar em uma loja e comprar uma roupa sem estresse e me sentir mais leve. Desejo ardentemente encontrar um amor de verdade, daqueles que se beija e flutua. Quero sucesso, dinheiro e muita saúde para desfrutar. Amigos, sim, verdadeiros, porém, rarefeitos, pois multidão é sinônimo de falsidade. Quero cantar, rir e tudo que eu puder fazer.

Desejo essa felicidade passando pelos seus olhos enquanto as lê. Feliz 2012, de verdade. E que ele seja inesquecível.

23 de dezembro de 2011

A noite de Amy

Amy estava assustada demais para falar. O delegado Ridle perguntava pacientemente sobre sua noite, querendo saber de todos os mínimos detalhes. Nada que ele dissesse poderia fazer a moça falar mais do que "meu pescoço". Repetira sempre as mesmas palavras pela última meia hora e cada vez que seus lábios contraíam, as lágrimas saltavam como suicídas ao precipício.

Ridle era um homem bom. Tinha família, filhos e um emprego que lhe permitiam estressantes dias e noites. Desejara naquele momento ter se tornado um vagabundo. Não teria que estar ali interrogando um maluca que tinha sido assaltada. Mas era o trabalho dele e mesmo desejando ir ficou ali ouvindo as duas palavras que a moça repetia. Olhou o relógio pela sexta vez, e uma sétima ainda. Desistiu de olhar a nona quando na oitava descobriu que o dia já estava para amanhecer.

O corpo de Amy tremia. Ela não precisava de um delegado, mas sim de um médico. A voz rouca que repetia as mesmas palavras lembrava-se exatamente do que acontecera. Negro. Alto. Forte. Ela sentiu lá pelas duas da manhã aquele corpo dentro do seu. Era como se aquilo fosse infinito. Estava tão feliz que podia ficar ali encostada à parede com ele para sempre. Mas a respiração dele começou a ficar mais ofegante. As mão negras e enormes agarraram seu pescoço com tanta força que não conseguia respirar. Tentou bater nele. Tentou gritar. Tentou fugir, mesmo nua, pela rua. Estava vendos as luzes dos postes sumir junto com o mundo quando o homem soltou um grito, como um urso e a largou. O ar começou a entrar novamente e doía muito. Caiu no chão sem forças para falar, nem pedir ajuda. Viu o homem recolher a jeba  para dentro da cueca, vestir a calça e partir sem sequer se lembrar que estava ali.

-Minha jovem, se você não me disser o que houve eu não vou poder lhe ajudar.

-Meu pescoço - repetia sobreamente.

18 de dezembro de 2011

O Poder do Silêncio


“E a solução está oculta no silêncio de seus próprios segredos.”
(O Peso do Silêncio, Heather Gudenkauf)

Na história do Brasil e do mundo, vemos milhares de exemplos de pessoas que gritam. A própria Clarice Lispector exalava: “Me deram o poder de gritar, então, eu grito”. Sem querer desfaze-me dos berros alheios, quero dizer-lhes que calem as vossas bocas!

É fato que o grito, uma forma clara de violência auditiva, é capaz de conquistar objetivos pela pressão que este exerce em outros, todavia, as conquistas mais perpétuas e inteligentes foram as que “sorratearam” pelo silêncio enquanto o mundo resolvia berrar. Quem se interessar um pouco que seja pelos Estados Unidos verá o nome de Martin Luther King à frente do grito negro que tomou conta do país. Conseguiram pela força do grito, o devido espaço. Pena que foram seguidos pelo preconceito.

O grito chama atenção para os defeitos. Não sei se isso é algo só do Rio de Janeiro, mas nunca ouvi aqui onde moro uma piada sequer sobre mulher (exceto loiras, é claro). Sorrateiramente, mostrando sempre a quê veio, temos hoje um país altamente feminino. Pode ser que isso não seja uma realidade no Nordeste, por exemplo, mas no centro da revolução feminina ninguém (nem mesmo homens) aturam piadinhas de gosto torpe.

Digo isto, pela forma com que os homossexuais gritam. Eu apoio o respeito aos homossexuais, assim como a todas as causas, contudo, não é no grito que se deixa um legado. Steve Jobs sempre buscou proporcionar aos usuários Apple a simplicidade. O Orkut sem o qual metade da nossa geração não viveria sem, foi sorrateiramente trocado pela simplicidade Facebook. O mundo está inundado por uma sorrateira onde de ecologia. Estou cansado de ouvir piadas de gays, porque os gays gritam. Estou cansado de ouvir o Silas Malafaia porque ele grita demais O segredo está no silêncio. Creio profundamente em Deus. E lembro o que Jesus estava fazendo enquanto todos no barco estavam gritando em meio a uma tempestade: ele estava em silêncio, dormindo.

15 de dezembro de 2011

Apertem os cintos, o bueiro explodiu!


Texto de Agamenon Mendes Pedreira, veiculado em O Globo, no dia 10 de abril de 2011.


A dengue , a inflação e o Ozzy Osbourne estão de volta! Mas essas pragas que insistem em nos visitar de vez em quando não são nada perto da ameaça que o cidadão carioca está sendo vítima. Já não se pode mais andar sossegado pelas ruas do Rio de Janeiro. Outro dia mesmo eu estava sendo assaltado tranquilamente quando, de repente, voou tudo pro alto! Assaltante, revólver, minha carteira, minha dentadura... até mesmo a minha pessoa foi catapultada até o outro lado da rua onde acabei esmagando um mendigo viciado em crack. Fomos todos pelos ares ! Devido de quê?

Um bueiro da Light, subitamente, explodiu sob os nossos pés. E não foi apenas só isso: semana passada outro bueiro da Light explodiu, de uma hora pra outra, bem em baixo do meu Dodge Dart, 73, enferrujado, que fica estacionado na porta do Globo. A violência da explosão foi tanta que arrancou toda a roupa de um jovem padeiro que, justo naquela hora, entregava uma bisnaga quentinha para a Isaura, minha patroa. O assustado rapaz saiu correndo com tudo de fora pela rua provocando assombro nas mulheres e inveja nos homens da vizinhança.

Segundo o meu personal psicoproctologista, Dr. Jacintho Leite Aquino Rêgo MD, essas explosões ocorrem nos intestinos da cidade porque o Rio de Janeiro, no tempo da Colônia, foi construído em cima de uma enorme plantação de repolhos. Com o passar dos séculos, os gases fermentados foram se acumulando debaixo da terra criando, ao longo dos ânus, uma pressão insuportável. Uma espécie de usina nuclear de Fukushima bem debaixo dos nossos pés! A Light tirou os corpos fora e já avisou que não pode fazer nada e para tapar o buraco, quer dizer , o bueiro , e sugeriu que se criasse uma nova modalidade esportiva para as Olimpíadas: arremesso de atleta à distância. Cada atleta fica em cima de um bueiro da Light na cidade e o que voar mais alto leva o ouro.

Estas assustadoras explosões ( que atingiram mais de 7 pontos na Escala Ritcher ) já estão despertando a preocupação da comunidade internacional. Minhas fontes obscuras no MOSSAD, o Serviço Secreto Israelense, revelaram que, na fronteira com o Paraguai, Osama Bin Laden, em pessoa, está treinando com seus terroristas esta nova forma de atentado que vai passar a ser utilizada pela Al Qaeda na sua temporada 2011.

Só existe uma solução para o poltergeist de bueiros no Rio de Janeiro: aproveitar que todo estrangeiro faz confusão mesmo e mudar o nome da cidade pra Bueiros Aires!

Quem somos nós?



Quem somos nós para decidir o que se pode ou não sonhar? Será que somos tão poderosos, assim, ao ponto de querermos dominar o mundo? Quem somos nós para decidir o que é imoral e o que não é? E quem disse que a Terra vai nos engolir?

Quando estudei que a geografia divide a paisagem em natural (feita sem intervenção humana) e geográfica (a partir da mão humana) comecei a indignar-me. As pessoas realmente acreditam que o homem não faz parte da natureza. Ora, a Terra não nos engolirá, ela seguira normal o seu curso da natureza, e nós, como todos os outros animais que alteram o espaço em que vivem por comer e usufruir do que está ao seu redor, poderemos ser extintos.

Trabalhe, compre, coma, vista, use o cabelo desta maneira, esse lugar é de puta: nunca entre aí, homem tem que foder geral, crente não fala palavrão, beijar homem é coisa de viadinho. Tudo isso é uma mera brisa. Eu acredito nas pessoas que querer e que sonham. Elas conseguem realizar os seus sonhos porque são muito mais fortes que aquelas que gritam demais. Não me diga o que eu não posso fazer. Afinal, uma pessoa que vive sem sonhos é uma alma penada.

12 de dezembro de 2011

Enfim em Alta Definição...

Não sei o que posso dizer. Queria, sinceramente ter sílabas tão apoteóticas quanto os superlativos de José Dias, ou tão clandestinos quanto a felicidade de Clarice. Eu poderia passar horas procurando um motivo para não dizer isto desta maneira tão canônica, mas hão de ser deixados para trás os subterfúgios das boas maneiras: eu comprei minha tv.

Confesso que quando saí de casa com minhas mãe e irmã, não pensava em voltar carregando tal objeto, uma vez que esperava as promoções para trocas de estoque do comércio. O preço estava bom e eu tinha o dinheiro. Não comprei uma 42 polegadas, mas a 32 coube exatamente no meu quarto sem sobrar nem faltar o que não aconteceria com outros tamanhos mais avantajados.

Ao que pode parecer uma bobagem eu chamo de autorealização. Estabeleci uma meta, enfrentei muitas dificuldades, descobri minhas fraquezas financeiras e quem realmente é ou não confiável quando se trata dos seus sonhos. Risquei a parede do meu quarto com desenhos de tv. Escrevi bem grande "Eu vou comprar minha tv, ouviu?". Falava disso todos os dias com minha mãe, minha irmã, meus amigos, aqui no Blog e quando cheguei em casa com o tão sonhado monitor, meu "querido" pai indaga à minha mãe: "onde você arranjou dinheiro para dar 'isso' de presente a ele?". Convido-lhe, caríssimo leitor a imaginar essa cena: minha mãe respondendo-o da seguinte forma "eu não dei presente nenhum, ele comprou com o dinheiro dele e pagou o taxi também". A cara dele ficou tão espantada que eu tive de segurar o riso. Levei a caixa ao meu quarto e liguei a maior e mais moderna tv da casa, só pra mim.

Enfim, agradeço à força dos meus amigos (virtuais e de "carne e osso") pelo apoio. Por sentarem-se à mesa comigo na presença dos meus inimigos. Haverá um sessão cinema lá em casa para comemorar. Estão convidados.

7 de dezembro de 2011

Nutricionista lista os 10 piores alimentos para sua saúde


Extraído de http://www.ecodesenvolvimento.org.br/posts/2011/abril/nutricionista-lista-os-10-piores-alimentos-para acesso em 07/12/2011.

por Redação EcoD


Que atire a primeira pedra quem não se rende a um fast food, salgadinho ou cachorro-quente e depois fica preocupado com as calorias que ingeriu. Mas o que pouca gente sabe é que os perigos desses alimentos vão muito além da questão estética e podem ser um risco para a saúde. Para esclarecer esses problemas, a nutricionista Michelle Schoffro Cook listou os dez piores alimentos de todos os tempos.

10º lugar: Sorvete

Apesar de existirem versões mais saudáveis que os tradicionais sorvetes industrializados, a nutricionista adverte que esse alimento geralmente possui altos níveis de açúcar e gorduras trans, além de corantes e saborizantes artificiais, muitos dos quais possuem neurotoxinas – substâncias químicas que podem causar danos no cérebro e no sistema nervoso.

9º lugar: Salgadinho de milho

De acordo com Michelle, desde o surgimento dos alimentos transgênicos a maior parte do milho que comemos é um “Frankenfood”, ou “comida Frankenstein”. Ela aponta que esse alimento por causar flutuação dos níveis de açúcar no sangue, levando a mudanças no humor, ganho de peso, irritabilidade, entre outros sintomas. Além disso, a maior parte desses salgadinhos é frita em óleo, que vira ranço e está ligado a processos inflamatórios.

8º lugar: Pizza

Michelle destaca que nem todas as pizzas são ruins para a saúde, mas a maioria das que são vendidas congeladas em supermercados está cheia de condicionadores de massa artificiais e conservantes. Feitas farinha branca, essas pizzas são absorvidas pelo organismo e transformadas em açúcar puro, causando aumento de peso e desequilíbrio dos níveis de glicose no sangue.

7º lugar: Batata frita

Batatas fritas contêm não apenas gorduras trans, que já foram relacionadas a uma longa lista de doenças, como também uma das mais potentes substâncias cancerígenas presentes em alimentos: a acrilamida, que é formada quando batatas brancas são aquecidas em altas temperaturas. Além disso, a maioria dos óleos utilizados para fritar as batatas se torna rançosa na presença do oxigênio ou em altas temperaturas, gerando alimentos que podem causar inflamações no corpo e agravar problemas cardíacos, câncer e artrite.

6 lugar: Salgadinhos de batata

Além de causarem todos os danos das batatas fritas comuns e não trazerem nenhum benefício nutricional, esses salgadinhos contêm níveis mais altos de acrilamida, que também é cancerígena.

5º lugar: Bacon

Segundo a nutricionista, o consumo diário de carnes processadas, como bacon, pode aumentar o risco de doenças cardíacas em 42% e de diabetes em 19%. Um estudo da Universidade de Columbia descobriu ainda que comer 14 porções de bacon por mês pode danificar a função pulmonar e aumentar o risco de doenças ligadas ao órgão.

4º lugar: Cachorro-quente

Michelle cita um estudo da Universidade do Havaí, que mostrou que o consumo de cachorros-quentes e outras carnes processadas pode aumentar o risco de câncer de pâncreas em 67%. Um ingrediente encontrado tanto no cachorro-quente quanto no bacon é o nitrito de sódio, uma substância cancerígena relacionada a doenças como leucemia em crianças e tumores cerebrais em bebes. Outros estudos apontam que a substância pode desencadear câncer colorretal.

3º lugar: Donuts (Rosquinhas)

Entre 35% e 40% da composição dos donuts é de gorduras trans, “o pior tipo de gordura que você pode ingerir”, alerta a nutricionista. Essa substância está relacionada a doenças cardíacas e cerebrais, além de câncer. Para completar, esses alimentos são repletos de açúcar, condicionadores de massa artificiais e aditivos alimentares, e contém, em média, 300 calorias cada.

2º lugar: Refrigerante

Michelle conta que, de acordo com uma pesquisa do Dr. Joseph Mercola, “uma lata de refrigerante possui em média 10 colheres de chá de açúcar, 150 calorias, entre 30 e 55 mg de cafeína, além de estar repleta de corantes artificiais e sulfitos”. “Somente isso já deveria fazer você repensar seu consumo de refrigerantes”, diz a nutricionista.

Além disso, essa bebida é extremamente ácida, sendo necessários 30 copos de água para neutralizar essa acidez, que pode ser muito perigosa para os rins. Para completar, ela informa que os ossos funcionam como uma reserva de minerais, como o cálcio, que são despejados no sangue para ajudar a neutralizar a acidez causada pelo refrigerante, enfraquecendo os ossos e podendo levar a doenças como osteoporose, obesidade, cáries e doenças cardíacas.

1º lugar: Refrigerante Diet

“Refrigerante Diet é a minha escolha para o Pior Alimento de Todos os Tempos”, diz Michelle. Segundo a nutricionista, além de possuir todos os problemas dos refrigerantes tradicionais, as versões diet contêm aspartame, que agora é chamado de AminoSweet. De acordo com uma pesquisa de Lynne Melcombe, essa substância está relacionada a uma lista de doenças, como ataques de ansiedade, compulsão alimentar e por açúcar, defeitos de nascimento, cegueira, tumores cerebrais, dor torácica, depressão, tonturas, epilepsia, fadiga, dores de cabeça e enxaquecas, perda auditiva, palpitações cardíacas, hiperatividade, insônia, dor nas articulações, dificuldade de aprendizagem, TPM, cãibras musculares, problemas reprodutivos e até mesmo a morte.

“Os efeitos do aspartame podem ser confundidos com a doença de Alzheimer, síndrome de fadiga crônica, epilepsia, vírus de Epstein-Barr, doença de Huntington, hipotireoidismo, doença de Lou Gehrig, síndrome de Lyme, doença de Ménière, esclerose múltipla, e pós-pólio. É por isso que eu dou ao Refrigerante Diet o prêmio de Pior Alimento de Todos os Tempos”, conclui.

Será que dá pra piorar?


Se você vive em uma cidade com o desenvolvimento um pouco acima da média, com direito à poluição, congestionamentos, assaltos e toneladas de lixo nas ruas, certamente já passou pela incrível e sociológica experiência de entrar em um ônibus. Para quem não sabe do que se trata, é uma espécie transporte para seres humanos e seus acessórios. Falando assim parece algo muito simples e banal, todavia, entrar em um ônibus pode mudar completamente a vida de uma pessoa.



Estando em um desses, você descobre que eles podem ser uma espécie de buraco negro. Entram pessoas, e mais pessoas, e mais pessoas, e junto com mais pessoas, os seus acessórios. Bolsas de viagem, animais e coisas comuns não entram nesta lista, já que falo de coisas realmente lógicas de se levar em um ônibus. Refiro-me precisamente à móveis, tv’s de pequeno calibre (42 polegadas, por exemplo), materiais de construção, colchões, geladeiras, janelas, plantas e bancos de automóvel. E se a sua rota corta algum supermercado com promoções de desinfetante por R$1,99, vai se deparar com pessoas carregando mais desinfetantes que o seu próprio peso, afinal, todos precisamos de muitos vidros de desinfetante para sobreviver, não é mesmo?



Se você vive no Rio de Janeiro, vai encontrar nos ônibus um espécime intitulado “nem”. De antemão, é preciso exclarecer que não apresentam nenhuma ligação com o ex-lider do trafíco da Rocinha (até que se prove o contrário, claro). Essas pessoas, geralmente entre 12 e 25 anos, de ambos os sexos, carregam consigo peculiaridades no linguajar e no comportamento. Tratam as pessoas com que não apresentam intimidade por “Nem”  ou “Colega” e andam sempre com alguma aparelho que emita vibrações sonoras. Ultimamente popularizou-se entre os nens o rádio Nextel, celulares chineses e caixas de som chinesas que podem ser compradas na internet ou na Uruguaiana e sempre transformam a tranquila viagem de ônibus em um baile funk coletivo, afinal para que serve fones de ouvido, não é mesmo?



Os ônibus apresentam uma interessante possibilidade de provar que dois corpos (e até cinco, por que não?) podem ocupar o mesmo lugar no espaço. Cabem pessoas em baixo dos bancos, nas janelas, nas escadas, penduradas nos ferrinhos etc. Somado a isso sempre há a capacidade de se introduzir mais pessoas especialmente se for idosos e pesssoas com crianças de cola que viram claramente que o transporte estava cheíssimo e mesmo assim querem um lugar.


Junto todas essas situações e mentalize que não existe a possibilidade de ficar pior. Você encontrará logo à sua frente um engarrafamento. E você pensa outra vez: não dá pra piorar. O motorista altamente cansado e extressado bate no veículo da frente e todos são obrigados a descer com os colchões, móveis, compras, caixas de som e velinhas e esperar o próximo ônibus da linha que só aparece uma hora e vinte minutosm depois mais cheio que o primeiro. E depois de ter certeza que não podeia piorar um diácono da Igreja da Salvação da Última Semana saca um megafone e começa a pregar o inferno, o demônio e o capeta. Concerteza eles devem estar no ônibus, pois o cheiro de enxofre é perceptível. Será que dá pra piorar? Um nem percebe que acabou a bateria da sua caixa de som e grita: “Perdeu! Isso é um assalto. Passa tudo meu irmão, se esconder alguma coisa todo mundo morre!”

5 de dezembro de 2011

Memórias do prazer

Acabo de terminar a revisão do último trabalho que tenho de entregar este semestre. Estou então, a partir de amanhã, às 21 horas, oficialmente em férias. Estou feliz por depois de tanto tempo escrever para o blog e ver que as pessoas continuam a lê-lo. Prometo escrever muito e esperar 2012 aguardando a chegada de muita prosperidade.

Espero que hajam muitas crônicas, contos, muitos comentários trocados e a então compra da minha linda e bela tv. Nós próximos dias estarei postando algumas coisas, mas quero deixar esta canção como "um soneto ensolarado de Vinicius". Abraços aos meus queridos amigos leitores.

Nathan Rodrigues

Memória do prazer
Jorge Vercillo

Penso em você
É uma canção
Que eu não consigo esquecer

Penso em você
E é o livro
De um amor que não se lê
Penso em você
E acho que nunca saberia rejeitar
Um pensamento assim
É o perfume na memória do prazer

Penso em você
Há tanto pra contar
E há tanto pra viver

Penso em você
Por entre as telas
Pelos quadros de Matisse
Penso em você
Em um soneto ensolarado de Vinícius

Penso em você
E essa paisagem
Em cada passo mais bonita
Se revelará
E acho que até hoje
Dela eu não saí

Penso em você
Há tanto pra contar
E há tanto pra viver

29 de novembro de 2011

Tentando fazer compras

Não, eu não vim comprar cuecas
Vou levar só a tv
Não quero o filme do Pelé
Já disse, só tenho interesse na tv
Não quero uma árvore de natal
Eu quero aquela tv
Sim, mas é só isso
Eu não tenho filhos
Também não tenho sobrinhos
Eu já tenho um sofá
Onde é que eu assino?
Obrigado

15 de novembro de 2011

O Gordo


Ele ainda está sonolento. Na verdade, acaba de acordar. Nunca estivera ali, nem sabia como chegara a lugar tão horrendo. Tudo de que se lembrava era distante. Saíra de casa cedo para trabalhar. Acordou suado como sempre acordava todas as manhãs. Tomou banho. Lavando com mais intensidde o pênis, pois após o trabalho iria encontrar a namorada. Ele amava sua namorada. Colocou o terno preto com a camisa branca. Precisou de um pouco mais tempo para escolher a gravata. Sua mente pairava entre a azul turquesa e a grená. Finalmente selecionou a azul dando-lhe um nó italiano no pescoço. Nada como mais um extressante dia de trabalho. Pensou no sexo que faria com sua namorada. Sentia orgasmo quando no ápice da felação, passava a língua em sua glande. Ele passou o dia em meio aos papéis do escritório. Pensou na sorte que tinha: 25 anos e estava ali. Está quase na hora de bater o ponto. Pensou novamente no sexo. Sentia enrijecer o membro. Sentia tanto orgulho que outro dia quase lambeu o próprio pênis. Voltou a si, pensando em como seria vergonhoso se o vissem excitado. Tentou esfriar a cabeça. Já estava na hora de ir. Caminou novamente até o carro abriu a porta e acordou ali sem sequer saber o que houve.

O lugar é escuro e apenas uma lâmpada o livra da escuridão total. Percebeu que estava de pé e que assim havia dormido. Não que tivesse superpoderes, mas estava preso pelos braços por correntes que desciam do teto, iam até os pés e volteavam os tornozelos. Não sentiu os sapatos. Eles não estavam mais em seus pés. Nem o terno. Estava completamente nu, exceto pela gravata turquesa frouxa em seu pescoço. Pensou na namorada que o estava esperando, mas uma pequena janela deixava passar luz, anunciando que já era manhã. Não havia relógio. Seu olhar atentava fixamente à janela procurando vestigio de onde estava. Viu uma cruz, na verdade o próprio Cristo de costas abençoando outrem. A porra do Cristo sempre abençoava outrem, pensou. Pelo menos, sabia que estava no Rio.

Uma porta abrira-se no meio da escuridão. A figura pitoresca de um homem gordo e nu apareceu em sua frente. Proferiu algumas palavras que ainda sonolento não conseguiu entender. Apenas via as banhas que lhe caiam sobre o pênis pequeno. Teve nojo, mas lembrou que também estava nu. E se fosse outra vítima? Vítima de quem? Reparou que homem trazia uma marmita. Pegou uma colher de arroz e feijão e enfiou na boca. Um pouco de caldo e caroços escorreram pelos lábios e pelo pescoço gordo. Com a mesma colher passou pelo corpo cheio de pelos colhendo os resídos da comida e depositando-os na boca. Ainda acorrentado, sentiu muito mais nojo ao ver esta cena que a anterior. Fechou os olhos para não vomitar. Sentiu algo encostando em sua boca. Era a mesma colher cheia do mesmo feijão e arroz. Tentou rejeitar, mas com a outra mão o gordo apertou-lhe os testículos. Sentiu tanta dor que abriu a boca e nem sentiu o que engoliu. Sentiu vontade de chorar e ainda suava muito. Fechou novamente os olhos. Queria acordar desse pesadelo.

O gordo largou a refeição em um canto qualquer. Seu corpo extremesseu ao sentir com o próprio pênis a boca suja do gordo. Ele chupava como uma criança a um pirulito. Lembrou de sua namorada fazendo a mesma coisa, com carinho e amor. Lambendo a glande, entre o prepúcio e por fim os testículos. Sentiu que o gordo concentrava-se agora justamente entre o prepúcio e a glande. Alguns restos da comida ficaram alojados ali. Mais uma vez, teve vontade de chorar como uma criança. Sentiu inda seus testiculos doloridos pelo golpe. Mais uma vez pensou na namorada e em como ela acariciava a bolsa escrotal. As mãos do gordo agora passavam uma espécie de óleo excitante no pênis que aos poucos ia endurecendo. Teve nojo outra vez e sentiu-se um lixo por estar traindo sua namorada. Mas não era sua culpa. Era culpa do gordo.

Um calafrio tomou-lhe o corpo. Sentiu prazer. O mesmo prazer que sentia quando a namorada lhe chupava. Teve um orgasmo. Olhou fixamente para o gordo. Ele ficava muito mais nojento quando sujo de esperma. Sentiu nojo de si mesmo. A luz apagou-se. A escuridão era intensa. Não viu mais o Cristo de costas. A Janela sumiu. Pensou que ia ser deixado ali para sempre. Até que uma luz e uma voz... “Amor! Estava gostoso?” Reconheceria aquela voz em qualquer lugar. Era sua namorada. Abriu os olhos e estava nu em sua cama. Ela fazia-lhe sexo oral matinal e tinha o rosto sujo de esperma. Ficou confuso e desejou sonhar outra vez com o gordo. Queria a boca suja do gordo. Queria gozar na boca do gordo. Ele se apaixonou pelo gordo. O gordo...

12 de novembro de 2011

Escravos do século XXI


Não dá para dar dois passos sem identificar uma pessoa esteja ouvindo música em seu audioescutador. Nas vésperas de feriado, os ônibus estão mais vazios e os congestionamentos mais intensos. Arrisco ainda, que é possível encontrar nos coletivos pessoas em seus smartphones socializando-se através das redes. Se você olhar pela janela, vai ver que muitos motoristas assistem tv enquanto brigam por um espaço na pista. Nos táxis, jovens e engravatados deslizam seus dedos nos Ipads. Estamos cercados de tecnologia e não conseguimos sair do lugar.

Se por um lado Steve Jobs revolucionou o jeito de ouvir música e ganhar milhões, conseguiu também fazer com que milhares de gravadoras entrassem em decadência. Quando era criança cds pirata custavam R$10,00. Hoje há originais custando menos que isso. Para economizar com livros recorria-se à Xerox (isso depois de aposenta de vez o mimeógrafo), hoje já consegui economizar mais de R$1.000,00 em livros com meu tablet. Qualquer pessoa pode comprar um fusca. Viagens de avião são mais baratas. Aprender a pilotar aviões virou moda entre mauricinhos. E o mundo insiste em dizer que somos paísagem geográfica, como se nunca houvéssemos sido natureza. Muita pretensão, não acham?

Se a bateria acaba entramos em pânico. Pegar um avião requer paciência. Ir ao mercado da esquina requer o uso do carro. Vai com alguém? Não, vou só eu. Milhões de pessoas pensam assim. Um currículo escrito à mão vale muito menos que um formatado em Times New Roman. Todos os anos, o mês de janeiro é cheio de notícias sobre chuvas e desabamentos e todos os anos as pessoas se assustam. Somos escravos do que a Globo diz ou a Record fala. A verdade absoluta é o que a Folha publica e a Veja declara. E se lhe tiram o notebook não sabe fazer mais nada. Antes os negros eram escravos, hoje somos todos nós.

Posso imaginar o dia em que a natureza e seus fenômenos causará a extinção do Homo sapiens sapiens e o mundo continuará existindo e fluindo em sua paz e tranquilidade. Que pretensão a nossa acreditar que somos o mundo! Somos apenas escravos do século XXI.

10 de novembro de 2011

Até a próxima

Quero compartilhar com vocês o que ando sentindo. Parece que nunca vai acabar. Se você consegue encher os seus pulmões de ar sem agonizar, você tem sorte. Há aproximadamente um mês estou com o que parece ser Bronquite Crônica. A dita cuja não me permite passar mais de cinco horas sem fazer nebulização e se passo meia hora desse "prazo" começo a sufocar e temo até em desmaiar no caminho de volta à casa.

Outro dia, estava no ônibus, no engarrafamento, e vi o chão se derreter. A grama começou a fluir pela terra. Pensei estar enlouquecendo. O ônibus seguiu mais alguns metros e eu voltei a mim. Parece que a falta de oxigênio não anda me fazendo bem. Sinto muita falta de ar e acabo tendo que fazer força pro ar entrar, o que me ocasiona muitas dores no peito e também enxaqueca. Ao subir o morro onde se encontra minha casa tenho crises, já que se trata de um execício pesado, e junto às crises chega a taquicardia. Comecei a ter pressão alta de uma hora pra outra e para complicar minha situação, neste início de novembro peguei um resfriado. Lá se foram minha garganta e todo o resto.

Estou sendo vítima da negligência da saúde pública. Fui há 17 dias à UPA (Unidade de Pronto Atendimento) e o médico, sem sequer me examinar ou pedir NENHUM EXAME, diagnosticou-me com bronquite. Receitou-me dois bronquiodilatadores para nebulização e uma intravenoza. Hoje fui em um posto de saúde próximo de casa e após horas esperando atendimento, a médica deu uma senhora bronca nas enfermeiras do pre-atendiemento, dizendo que casos de bronquite são prioridade e não podem esperar. Após esse clima, fui conduzido outra vez à intravenoza. A enfermeira cega não conseguia encontrar minha veia e fazia a procura enfiando a agulha dentro de mim e mexendo pra ver se acertava "algo" dentro de mim.

Enfim, depois de quase um mês, estou 80% recuperado. Sinto apenas um pouco de falta de ar quando faço algum exercício mais pesado. Parece que ando contando com a sorte, já que o dinheiro que era para ser gasto com hospitais e profissionais de saúdo foi usado para reformar pela milésima vez o Maracanã.

Até a próxima.

4 de novembro de 2011

Mulher taca fogo na casa de amiga que a bloqueou no Facebook

Depois da tentativa frustrada de organizar uma festa pelo Facebook, amiga bloqueada resolveu se vingar.

Extraído de http://www.tecmundo.com.br/facebook/14993-mulher-taca-fogo-na-casa-de-amiga-que-a-bloqueou-no-facebook.htm - Acesso em 04/11/2011

A polícia da cidade de Des Moines, nos Estados Unidos, realizou uma prisão bastante incomum. Jennifer Christine Harris, de 30 anos, foi presa pelo crime de incendiar a residência do casal Jim e Nikki Rasmussen.

A desavença começou quando Jennifer e Nikki se frustraram ao organizar uma festa por meio de uma página de evento no Facebook. Depois de perceberem que muitas pessoas não queriam participar, as mulheres acabaram brigando pela rede social.

Para não se incomodar mais com os xingamentos de Jennifer, Nikki bloqueou a amiga, que resolveu se vingar ateando fogo ao lar do casal. Apesar de estarem dormindo durante o momento do atentado, os moradores da casa em chama perceberam a tempo o perigo e conseguiram escapar.

Quem não teve a mesma sorte foi a incendiária Jennifer, que acabou indo para a cadeia de Polk County.

22 de outubro de 2011

A Mulher e o Banheiro

Uma amiga compartilhou isso pelo Facebook e achei ótimo. Propício, eu diria, pois estou fazendo um trabalho da faculdade relacionado às mulheres. Espero que gostem tanto quanto eu.

Extraído de http://www.osvigaristas.com.br/textos/feministas/a-mulher-e-o-banheiro-999.html - Acesso em 22/10/2011

A Mulher e o Banheiro
Por Viviane Kamagian
 
O grande segredo de todas as mulheres com relação aos banheiros é que quando pequenas, quem as levava ao banheiro era sua mãe. Ela ensinava a limpar o assento com papel higiênico e cuidadosamente colocava tiras de papel no perímetro do vaso e instruía: "Nunca, nunca sente em um banheiro público".

E, em seguida, mostrava "a posição", que consiste em se equilibrar sobre o vaso numa posição de sentar sem que, no entanto, o corpo não entre em contato com o vaso.

"A Posição" é uma das primeiras lições de vida de uma menina, super importante e necessária, e irá nos acompanhar por toda a vida. No entanto, ainda hoje, em nossa vida adulta, "a posição" é dolorosamente difícil de manter quando a bexiga está estourando.

Quando você TEM que ir ao banheiro público, você encontra uma fila de mulheres, que faz você pensar que o Brad Pitt deve estar lá dentro. Você se resigna e espera, sorrindo para as outras mulheres que também estão com braços e pernas cruzados na posição oficial de "estou me mijando".

Finalmente chega a sua vez, isso, se não entrar a típica mamãe com a menina que não pode mais se segurar. Você, então verifica cada cubículo por baixo da porta para ver se há pernas. Todos estão ocupados. É sempre assim.

Finalmente, um se abre e você se lança em sua direção quase puxando a pessoa que está saindo. Você entra e percebe que o trinco não funciona. Ele nunca funciona. Você então pendura a bolsa no gancho que há na porta e se não há gancho (quase nunca há gancho), você inspeciona a área.

O chão está cheio de líquidos não identificados e você não se atreve a deixar a bolsa ali, então a pendura no pescoço enquanto observa como ela balança sob o teu corpo, sem contar que é quase decapitada pela alça porque a bolsa está cheia de bugigangas que você foi enfiando lá dentro, a maioria das quais não usa, mas que guarda porque nunca se sabe.

Mas, voltando à porta... Como não tinha trinco, a única opção é segurá-la com uma mão, enquanto, com a outra, abaixa a calcinha com um puxão e se coloca "na posição".

* Alívio... AAhhhhhh... Finalmente! *

Nessa hora os músculos começam a tremer. Você está suspensa no ar, com as pernas flexionadas e a calcinha cortando a circulação das pernas, o braço fazendo força contra a porta e uma bolsa de 5 kg pendurada no pescoço.

Você adoraria sentar, mas não teve tempo de limpar o assento nem de cobrir o vaso com papel higiênico. No fundo, você acredita que nada vai acontecer, mas a voz de tua mãe ecoa na tua cabeça "jamais sente em um banheiro público!" e, assim, você mantém "a posição" com o tremor nas pernas.

E, por um erro de cálculo na distância, um jato finíssimo salpica na tua própria bunda e molha até tuas meias! Por sorte, não molha os sapatos. Adotar "a posição" requer grande concentração. Para tirar essa desgraça da cabeça, você procura o rolo de papel higiênico, maaassss, puuuuta que o pariuuuu! O rolo está vazio. Isso sempre acontece.

Então você pede aos céus para que, nos 5kg de bugigangas que você carrega na bolsa, haja pelo menos um miserável lenço de papel. Mas, para procurar na bolsa, você tem que soltar a porta. Você pensa por um momento, mas não há opção.

E, assim que você solta a porta, alguém a empurra e você tem que freiá-la com um movimento rápido e brusco enquanto grita OCUPAAADOOOO!

Aí, você considera que todas as mulheres esperando lá fora ouviram o recado e você pode soltar a porta sem medo, pois ninguém tentará abri-la novamente (nisso, nós mulheres nos respeitamos muito) e você pode procurar teu lenço sem angústia.

Você gostaria de usar todos, mas quão valiosos são em casos similares e você guarda um, por via das dúvidas. Você então começa a contar os segundos que faltam para você sair dali, suando porque você está vestindo o casaco já que não há gancho na porta ou cabide para pendurá-lo.

É incrível o calor que faz nestes lugares tão pequenos e nessa posição de força que parece que as coxas e panturrilhas vão explodir. Sem falar da porrada que você levou da porta, a dor na nuca pela alça da bolsa, o suor que corre da testa, as pernas salpicadas.

A lembrança de tua mãe, que estaria morrendo de vergonha se te visse assim, porque sua bunda nunca tocou o vaso de um banheiro público, porque, francamente, "você não sabe que doenças você pode pegar ali". Nessa hora você está exausta.

Ao ficar de pé você não sente mais as pernas. Você acomoda a roupa rapidíssimo e tira a alça da bolsa por cima da cabeça! Então, vai a pia lavar as mãos. Está tudo cheio de água, então você não pode soltar a bolsa nem por um segundo. Você a pendura em um ombro, e não sabendo como funciona a torneira automática, você a toca até que consegue fazer sair um filete de água fresca e estende a mão em busca de sabão.

Você se lava na posição de corcunda de notre dame para não deixar a bolsa escorregar para baixo do filete de água. O secador? Você nem usa. É um traste inútil, então você seca as mãos na roupa porque nem pensar usar o último lenço de papel que sobrou na bolsa para isso.

Finalmente você sai do inferno. Sorte se um pedaço de papel higiênico não tiver grudado no sapato e você sair arrastando-o, ou pior, a saia levantada, presa na meia-calça, que você teve que levantar à velocidade da luz, e te deixou com a bunda à mostra! Nesse momento, você vê o teu carinha que entrou e saiu do banheiro masculino e ainda teve tempo de sobra para ler um livro enquanto esperava por você.

"Por que você demorou tanto?" — pergunta o idiota.

Você se limita a responder: "A fila estava enorme"

E esta é a razão porque as mulheres vão ao banheiro em grupo. Por solidariedade, já que uma segura a tua bolsa e o casaco, a outra segura a porta e assim fica muito mais simples e rápido já que você só tem que se concentrar em manter "a posição" e a dignidade.

Obrigada a todas as amigas que já me acompanharam ao banheiro.

Metade

Metade (Oswaldo Montenegro)

Que a força do medo que tenho
não me impeça de ver o que anseio
que a morte de tudo em que acredito
não me tape os ouvidos e a boca
porque metade de mim é o que eu grito
mas a outra metade é silêncio.
Que a música que ouço ao longe
seja linda ainda que tristeza
que a mulher que amo seja pra sempre amada
mesmo que distante
porque metade de mim é partida
mas a outra metade é saudade.
Que as palavras que eu falo
não sejam ouvidas como prece e nem repetidas com fervor
apenas respeitadas como a única coisa
que resta a um homem inundado de sentimentos
porque metade de mim é o que ouço
mas a outra metade é o que calo.
Que essa minha vontade de ir embora
se transforme na calma e na paz que eu mereço
e que essa tensão que me corrói por dentro
seja um dia recompensada
porque metade de mim é o que penso
mas a outra metade é um vulcão.
Que o medo da solidão se afaste
e que o convívio comigo mesmo se torne ao menos suportável
que o espelho reflita em meu rosto num doce sorriso
que eu me lembro ter dado na infância
porque metade de mim é a lembrança do que fui
a outra metade não sei.
Que não seja preciso mais do que uma simples alegria
pra me fazer aquietar o espírito
e que o teu silêncio me fale cada vez mais
porque metade de mim é abrigo
mas a outra metade é cansaço.
Que a arte nos aponte uma resposta
mesmo que ela não saiba
e que ninguém a tente complicar
porque é preciso simplicidade pra fazê-la florescer
porque metade de mim é platéia
e a outra metade é canção.
E que a minha loucura seja perdoada
porque metade de mim é amor
e a outra metade também.

17 de outubro de 2011

Amor Facebook



Ela desvia o olhar quando a olha. Sente-se arrepiada. Admira-o como um deus. Religiosamente, às 21 horas, usa o Facebook para o observar. Procura nas fotos algo mais que possa ser revelado. Um sorriso. Um olhar. Sente-se pervertida ao imaginá-lo desnudo. Tenta reter o pensamento e as mãos que massagem seu próprio corpo à luz do monitor.

Por um instante, ele está online. O seu coração palpita. “Oi” – diz. Ele demora um pouco e corresponde com o mesmo cumprimento. Passa por sua cabeça estar pressionando o rapaz, mas ele entra na conversa descontraidamente. “Eu também adoro essa música”. “Você sabe qual é o texto da aula de hoje?”. “Aqui está meu telefone...”.

Ela não queria que essa conversa terminasse. As horas voaram. Desesperada, dá o último grito e... “Você ficaria comigo?”. Ele demorou novamente a digitar as palavras. “Olha, eu não posso...”. Ela não esperou o rapaz completar a mensagem seguinte. “Você tem namorada?”. “Não. Eu sou gay.” Ele fechou a janela e desligou o computador com medo que a garota contasse seu segredo ao mundo. Ela continuou ali parada, inerte. Até que chorando foi deitar-se.

Blog de Primeira

Para comemorar a marca de 50.000 acessos do Blog do Nathan entra no ar um selo dedicado à essas pessoas que são tão especiais para mim e que além de amigos são, muitas vezes, inspiração. Para os blogs de primeira.



REFLEXÕES BORDERLINE da Wally
DEVANEIOS DE UMA MENTE EM TRANSIÇÃO da Hamires
DESMISTIFICANDO AYSHA da Aysha
DE TUDO UM POUCO, MINHA OPINIÃO do PC
LOUCA E INEXPLICÁVEL da Jô
e ao Blog que compartilho com as meninas (Wally e Hamires)
NÓS, BORDERLINES

PS.: Cada autor selecionado deverá passar adiante o selo, a quantas pessoas achar melhor, desde que seja De Iª

Chão

por BRUNA VELOSO  (Guia de CDs - RollingStone)
13 de Outubro de 2011 

 
Músico cria trabalho corajoso, trafegando entre sintetizadores e sons orgânicos

Embora Lenine tenha estudado química, a palavra “fórmula” parece não fazer parte do dicionário do artista pernambucano. Entre um álbum e outro, ele sempre buscou novos caminhos musicais para amparar suas composições, sem se manter preso a maneirismos ou receitas, ainda que isso pudesse
parecer sedutor. Mas agora o rompimento é definitivamente maior: depois de um disco como Labiata (2008), com o peso de músicas como “Excesso Exceto”, Lenine retorna com Chão, um álbum, como ele próprio define, “minimal”. 

Chão é um jogo de montar, com dez pequenas peças complementares, como ligadas por um fio invisível. Da música-título, na abertura, a “Isso É Só o Começo”, a última, são pouco mais de 28 minutos. Depois de ouvir as faixas algumas vezes, a sensação é de que cada um desses minutos foi pensado de forma a chamar o próximo, fazendo com que Chão seja realmente um álbum, no sentido completo (e cada vez mais raro) da palavra: uma obra ordenada, circular, não apenas um punhado de singles reunidos em um mesmo CD. Nove das faixas de Chão têm um elemento não “musical” – uma inspiração tirada da música concreta, com uma boa parcela de influência do filho do meio de Lenine, Bruno Giorgi, de 22 anos. Essa é outra novidade: diferente dos trabalhos anteriores, o projeto foi pensado e concebido apenas a três – pai e filho (o “chão” de Lenine é a família; na capa, ele aparece com o neto, Tom) e o guitarrista JR Tostoi, que há anos faz parte da banda do cantor.

“Chão” começa com o som de passos, que permanecem durante os 3’31’’ da música, a mais longa do álbum. A letra, escrita por Lenine com o parceiro Lula Queiroga (ao lado de quem, há quase 20 anos, lançou o primeiro LP, Baque Solto, hoje uma raridade), é menos direta que de costume, mais abstrata, enquanto a música em si abre uma atmosfera de tensão, com sons eletrônicos. Quando o barulho dos passos começa a baixar, entram batidas de um coração, que introduzem “Se Não For Amor Eu Cegue”, de estrofes curtas. A guitarra de Tostoi sugere certa urgência, ainda que os versos sejam sobre o amor, tema constante no repertório de Lenine (na obra dele, nunca com clichês). Depois da aura apreensiva do início – que retorna mais adiante – vem “Amor É para Quem Ama”, uma pérola de calmaria pontuada pelo canto de Frederico – um passarinho – e com citação a Grande Sertão: Veredas, de Guimarães Rosa. 

Nenhuma das músicas de Chão tem bateria, mas todos os espaços são muito bem preenchidos – seja pela pausa milimetricamente colocada, seja pela forma característica de Lenine tocar violão – menos presente neste disco, é verdade –, por sintetizadores ou pelos sons orgânicos. Como em “Malvadeza”, em que o som maior é o de cigarras, ou na tocante “De Onde Vem a Canção”, com os “tics” de um metrônomo e de uma máquina de escrever. Embora menos comercial, dá para prever pelo menos duas músicas de Chão como música-tema de algum personagem de novela: “Envergo Mas Não Quebro” (elemento: motosserra) e “Tudo que Me Falta, Nada que Me Sobra” (a única sem sons não instrumentais), as mais aceleradas do disco.

Fechando o pacote, está, curiosamente, “Isso É Só o Começo”, que de forma emblemática apresenta todos os elementos usados nas faixas anteriores – além dos já citados, há ainda uma máquina de lavar e uma chaleira. Enquanto alguns artistas consagrados perdem-se em autorreferências tediosas, amargam em longos períodos de inverno criativo ou simplesmente rendem-se à facilidade de permanecer no lugar-comum, Chão comprova que Lenine pertence a uma classe distinta: a do artista em constante evolução.

FacePasseata!


15 de outubro de 2011

(Algumas) Invenções que mudaram o mundo

GARRAFA TÉRMICA

Ela não foi inventada para o uso que tem atualmente e sim para experiências científicas. Foi um físico escocês que no século 19 criou esse vasilhame, feito com paredes duplas de vidro que eram lacradas, impedindo que o ar ficasse entre elas. A substância dentro da garrafa não iria ter contato com o ar, quente ou frio. Assim, ela iria manter as qualidades originais.

Já no século 20, um comerciante viu um grande potencial no invento e fez uma garrafa bem parecida à que se encontra em qualquer supermercado

XEROX

Os cientistas procuravam soluções na fotografia e na química, usando os mesmos processos das revelações de filmes.

Mas foi de uma outra área da Ciência, a eletrostática, que veio a saída. De um lado, o papel. De outro, um pozinho negro. Nos anos trinta, um físico descobriu que o pó iria se agrupar nos mesmos pontos das marcas existentes no papel. Ele batizou esse processo de xerografia, que significa escrita seca, em grego. Mais tarde, uma empresa comprou esse aparelho, o xerox, e passou a se chamar assim.

CONTROLE REMOTO

O primeiro controle remoto da história, de 1955, não era nem um pouco prático. Ele tinha um fio, que o ligava à TV. Servia para trocar os canais à distância – limitada ao comprimento do fio.

Depois, o fio foi substituído por um feixe de luz, que acionavam algumas células sensíveis, na televisão. Bem complicado. Em seguida, apareceu um controle que operava com ultra-som.

Foi só em 1981 que surgiu o mesmo aparelho acionado por luz infravermelha, a mesma que liga e desliga o alarme de alguns carros.

WALKMAN*

O walkman nasceu de uma boa sacada. Foi em 1979, na cabeça do japonês Akio Morita, fundador da Sony, que tudo aconteceu.

Ele estava cansado de ver um dos sócios da empresa pra lá e pra cá carregando um gravadorzão desses de alça, pesado e incômodo, de um canto para outro, com dois fones de ouvido para não incomodar os demais. Enquanto o sócio se queixava do peso, Akio Morita teve uma idéia brilhante: fazer um toca-fitas pequenino, portátil e leve.

Assim nascia o walkman. Os engenheiros da Sony acharam que o negócio não ia pra frente. Afinal, ninguém iria querer um aparelho que não gravasse! O tempo mostrou que eles estavam errados.


TELEFONE CELULAR

A história do celular é recente, mas remonta ao passado – e às telas de cinema. A mãe do telefone móvel é a austríaca Hedwig Kiesler (mas conhecida pelo nome artístico Hedy Lamaar), uma atriz de Hollywood que estrelou o clássico Sansão e Dalila (1949).Hedy tinha tudo para virar celebridade, mas pela inteligência. Ela foi casada com um austríaco nazista fabricante de armas. O que sobrou de uma relação desgastante foi o interesse pela tecnologia.

Já nos Estados Unidos, durante a Segunda Guerra Mundial, ela soube que alguns torpedos teleguiados da Marinha haviam sido interceptados por inimigos. Ela ficou intrigada com isso, e teve a idéia: um sistema no qual duas pessoas podiam se comunicar mudando o canal, para que a conversa não fosse interrompida. Era a base dos celulares, patenteada em 1940

Fonte: Canal Kids

*Atualmente já se sabe que a patente foi roubada pelo representante da Sony.

12 de outubro de 2011

Ah, Mamãe

Ah, mamãe
Professor me tirou meio ponto
Disse que sou meio tonto
E que não adianta reclamar

Ah, mamãe
Ele disse que eu sou muito preto
Que não sei escrever direito
Que morro não é lugar
De gente morar

Por que, se mamãe disse que eu era bonito
Ele me achou esquisito?
Ah, Por quê?
Ele disse que eu pareço bandido
Mas eu não sou nada disso
Que que é que eu vou fazer?

Ah, mamãe
Aninha me chamou de pivete
Depois me cuspiu um chiclete
Disse que eu sou um cocô

Ah, mamãe
Por que que você tá chorando?
Que que você tá falando?
Eu não consigo entender

Ah, mamãe
Por favor não faça isso
Essa faca não é pra isso
Por favor deixa isso lá

Ah, mamãe
Quem é que vai de mim cuidar?
Se a senhora se matar
Quem é que vai me abraçar
Quando o mundo me esnobar?

Ah, mamãe
Então, me mata também
Que já que eu não sou ninguem
Deixa esse lugar para algum doutor

9 de outubro de 2011

A falsidade no meio de nós



O que vou falar neste post talvez deixe algumas dessoas desgostosas, mas não importa. Não escrevo para agradar a gregos e troianos, mas para que cada um que ler o que aqui for escrito entenda o meu ponto de vista.



Sou evangélico desde que nasci, mas decidi aos 11 anos que era exatamente isso o que eu queria. As igrejas tinham um ar tão solene, tão espiritual, que estar ali me fazia sentir bem. Adorava cantar as canções, ver os instrumentos sendo tocados, o teatro, as palmas. Havia um grande fervor.



Nunca fui ingênuo. Sempre soube que no meio de nós existiam pessoas falsas, mentirosas, falsos profetas que enchem de barulho o eco do seu vazio espiritual. Por conta de estereótipos, deixei de atender pelo nome “evangélico” e costumo usar “servo do Deus Vivo” pelo simples fato de que não sou ignorante. Não saio repetindo palavras e feitos impensados. Meu culto a Deus é racional.Vejo que há muitas pessoas que estão indo embora das igrejas por decepções com pessoas vazias, santos-de-pau-oco que entristecem corações com um simples olhar.

Vi nesses longos 7 anos de igreja o quanto a visão do reino é deturpada e extremista. Enquanto há pessoas milhonárias (ou que se dizem milhonárias e importantes), há outros que de tão pobres e ignorantes não desejam aprender e crescer profissional e espiritualmente. Isso é terrível. Há pessoas que estão ali para adorar a Deus e são desencorajadas pela falsidade de alguns “irmãos”. Confesso que tenho sido desmotivado por essas pessoas.



Como já disse, não sou escravo de igrejas. Se me der na telha eu saio e vou pra outra. Obviamente que nenhuma será perfeita, mas quando há mais falsidade que espiritualidade temos um problema. Pessoas que ajudamos e que sempre podem contar conosco excluem-nos de comemorações como casamentos, aniversários e coisas assim. Também é comum o desejo de se fazer eventos e frequentemente os organizadores destes só aparecem na hora dos louros, enquanto a escória suada e suja do serviço fica escondida atrás da indagação que alguém profere: “Vai entrar assim na igreja?”.



Gostaria de saber que espiritualidade existe em comprar aparelhos de som caríssimos, que deixam os visinhos encomodados enquanto há pessoas da própria igreja passando fome? Há irmãos precisando de cirurgias, que as igrejas podem pagar, afinal, a missão da igreja é investir em vidas, não? E que fundamento bíblico existe em humilhar uma pessoa por ter cabelo assim, ou aparência assada?


Outra coisa que não concordo e deixo bem claro: falo palavrões e sempre vou falar! Há uma explicação teológica e linguística para essa minha posição. Primeiro, quando Paulo diz para não se falar palavra torpe, ele se refere àquilo que pode deixar uma pessoa magoada. Já ouvi coisas muito piores que palavrões de senhores de terno e gravata e com bíblia na mão. Segundo, que há lugares do Brasil em que palavras são consideradas palavrões e em outras regiões as mesmas palavras não o são. A Bíblia diz que “em Deus não há mudança nem sombra de variação”. Isso significa que Deus não varia geograficamente, nem culturalmente. Ou os palavrões o são para todos ou não são para ninguém. Terceiro, que o significado é uma competência da pessoa que ouve e não da que fala. Caralho é o mastro principal de uma caravela. Cu é uma partícula que significa ânus, por isso, homem usa cueca e criança cueiro (frauda). Como a preguiça (que segundo Salomão, pode fazer ruir a casa) não deixa o cidadão pegar um dicionário e ver, ficamos todos a ouvir besteiras, ou melhor, palavras torpes (que podem ser deturpadas). O que há demais em aceitar que isso tem coerência? Alguém vai morrer se tratar um homossexual como um ser humano e não como um animal? Como algumas pessoas conseguem comer suas santas ceias sabendo que há pessoas precisando muito mais daquele pão do que nós. Fazei isso em memória de mim: abra a boca somente quando tiver certeza.



Os verdadeiros crentes que me perdoem, mas a falsidade no meio de nós faz com que eu e minha família prefiramos colocar um DVD e assistir, ou ler em casa. Ir à igreja pra ter comunhão com a falsidade não é comigo. Pena que a Bíblia apesar de ser o livro mais vendido do mundo é o menos lido. Jesus disse ser o caminho, a verdade e a vida. A verdade é o que não é falso. Prefiro ser sincero com meus palavrões a comer pão com o diabo. E lembrem-se: “Ora, estes foram mais nobres do que os que estavam em Tessalônica, porque de bom grado receberam a palavra, examinando cada dia nas Escrituras se estas coisas eram assim. De sorte que creram muitos deles, e também mulheres gregas da classe nobre, e não poucos homens.” (Atos 17:10-11).

5 de outubro de 2011

O Oralista e a Puta



Ele sentia como se fosse tudo queimasse. O pênis ereto, mamilos rijos e olhos fechados. Estava ali para ter sua primeira tranza. Tinha medo de não corresponder às espectativas do pai que o aguardava do lado de fora, ou melhor, dentro de outro quarto.

De fato, aquele não era o melhor lugar para um garoto perder a virgindade. As escadas eram escuras, iluminadas apenas por algumas lâmpadas vermelhas. Após seguir o pai pelos degraus rangentes que anunciavam a chegada de novos clientes, os dois foram conduzidos aos respectivos quartos por uma mulher de meia-idade e o rastro de fumaça deixado pelo cigarro que fumava. O homem soltou um “Vai lá, garoto!” e ele apenas piscou o olho. Não queria de modo algum dar o braço a torcer, mas sentia o corpo estremecer cada vez que a puta lhe lambia a glande.

“Olá, menino! Qual é o seu nome?”. Ele a olhara de cima a baixo. Reparou em tudo o que aquele segundo antes da sua esposta o permitira: cabelos louros, percing na barriga, calcinha fio-dental. “Pedro” – A voz saiu mais trêmula do que imaginara. “Está nervoso? Vou fazer você relaxar...” Ele não teve tempo para responder. As mãos quentes e umidecidas com óleo erotizante já estavam entrando pela camiseta e tirando-a. Os cabelos louros dele se avoaçaram e ela, como uma carinhosa mãe, os ajeitara. Ele sorriu ao olhá-la nos olhos, estava entregue. O entreolhar não durou mais que um segundo, pois as mãos da puta tateavam agora o volume do geniral sobre a bermuda de surfista verde-claro. A respiração começou a ficar mais profunda. Estava agora vestindo apenas a cueca. Passou por sua cabeça o momento em que escolhera a peça íntima. Era uma boxer branca em microfibra e elástico vermelho. Muitos atores dos filmes pornô que assistira usavam uma dessas.

Ela começou a baixar-lhe a última peça e ele pensou não ter “aparato” suficiente para satisfazer a pobre puta. Mas todos os pensamentos deixavam de existir quando sentiu com o próprio pênis o calor daquela boca. Sentiu emergir o membro e entregou-se ainda mais.

Passaram-se alguns minutos nessa posição. Ela, como boa profissional, tentava dar continuidade à tranza. “Não, por favor, não pare!”. E tomado de êxtase ele goza em sua boca o sêmem aquoso de menino imberbe. Ele não quis consumar o resto. Estava curtindo o momento. Então, vestiu sua roupa, despediu-se da puta e foi-se ao encontro do pai. “E aí, como foi, garanhão?!!!” Sua voz tomada de um tom nostálgico acompanhada dos olhos fechados apenas disse: “Foi foda!”

A caminho de casa o garoto pediu ao pai que o levasse lá outra vez. E outra. E mais outras. Em todas as veszesm com a mesma puta e o mesmo sexo oral. Aquilo era viciante. Desejava sentir aquela língua percorrendo todo o corpo do membro até chegar à glande, ao orgasmo.

Certo dia, o pai percebendo a paixão do filho pela puta, decidiu que era hora de seu filho ter relação que ele mesmo conquistasse. Contou ao filho que não pagaria mais a puta. O garoto então trancou-se no quanto e jogou-se da janela, decidindo-se em morrer ao vivem sem a boca da puta.