15 de novembro de 2011

O Gordo


Ele ainda está sonolento. Na verdade, acaba de acordar. Nunca estivera ali, nem sabia como chegara a lugar tão horrendo. Tudo de que se lembrava era distante. Saíra de casa cedo para trabalhar. Acordou suado como sempre acordava todas as manhãs. Tomou banho. Lavando com mais intensidde o pênis, pois após o trabalho iria encontrar a namorada. Ele amava sua namorada. Colocou o terno preto com a camisa branca. Precisou de um pouco mais tempo para escolher a gravata. Sua mente pairava entre a azul turquesa e a grená. Finalmente selecionou a azul dando-lhe um nó italiano no pescoço. Nada como mais um extressante dia de trabalho. Pensou no sexo que faria com sua namorada. Sentia orgasmo quando no ápice da felação, passava a língua em sua glande. Ele passou o dia em meio aos papéis do escritório. Pensou na sorte que tinha: 25 anos e estava ali. Está quase na hora de bater o ponto. Pensou novamente no sexo. Sentia enrijecer o membro. Sentia tanto orgulho que outro dia quase lambeu o próprio pênis. Voltou a si, pensando em como seria vergonhoso se o vissem excitado. Tentou esfriar a cabeça. Já estava na hora de ir. Caminou novamente até o carro abriu a porta e acordou ali sem sequer saber o que houve.

O lugar é escuro e apenas uma lâmpada o livra da escuridão total. Percebeu que estava de pé e que assim havia dormido. Não que tivesse superpoderes, mas estava preso pelos braços por correntes que desciam do teto, iam até os pés e volteavam os tornozelos. Não sentiu os sapatos. Eles não estavam mais em seus pés. Nem o terno. Estava completamente nu, exceto pela gravata turquesa frouxa em seu pescoço. Pensou na namorada que o estava esperando, mas uma pequena janela deixava passar luz, anunciando que já era manhã. Não havia relógio. Seu olhar atentava fixamente à janela procurando vestigio de onde estava. Viu uma cruz, na verdade o próprio Cristo de costas abençoando outrem. A porra do Cristo sempre abençoava outrem, pensou. Pelo menos, sabia que estava no Rio.

Uma porta abrira-se no meio da escuridão. A figura pitoresca de um homem gordo e nu apareceu em sua frente. Proferiu algumas palavras que ainda sonolento não conseguiu entender. Apenas via as banhas que lhe caiam sobre o pênis pequeno. Teve nojo, mas lembrou que também estava nu. E se fosse outra vítima? Vítima de quem? Reparou que homem trazia uma marmita. Pegou uma colher de arroz e feijão e enfiou na boca. Um pouco de caldo e caroços escorreram pelos lábios e pelo pescoço gordo. Com a mesma colher passou pelo corpo cheio de pelos colhendo os resídos da comida e depositando-os na boca. Ainda acorrentado, sentiu muito mais nojo ao ver esta cena que a anterior. Fechou os olhos para não vomitar. Sentiu algo encostando em sua boca. Era a mesma colher cheia do mesmo feijão e arroz. Tentou rejeitar, mas com a outra mão o gordo apertou-lhe os testículos. Sentiu tanta dor que abriu a boca e nem sentiu o que engoliu. Sentiu vontade de chorar e ainda suava muito. Fechou novamente os olhos. Queria acordar desse pesadelo.

O gordo largou a refeição em um canto qualquer. Seu corpo extremesseu ao sentir com o próprio pênis a boca suja do gordo. Ele chupava como uma criança a um pirulito. Lembrou de sua namorada fazendo a mesma coisa, com carinho e amor. Lambendo a glande, entre o prepúcio e por fim os testículos. Sentiu que o gordo concentrava-se agora justamente entre o prepúcio e a glande. Alguns restos da comida ficaram alojados ali. Mais uma vez, teve vontade de chorar como uma criança. Sentiu inda seus testiculos doloridos pelo golpe. Mais uma vez pensou na namorada e em como ela acariciava a bolsa escrotal. As mãos do gordo agora passavam uma espécie de óleo excitante no pênis que aos poucos ia endurecendo. Teve nojo outra vez e sentiu-se um lixo por estar traindo sua namorada. Mas não era sua culpa. Era culpa do gordo.

Um calafrio tomou-lhe o corpo. Sentiu prazer. O mesmo prazer que sentia quando a namorada lhe chupava. Teve um orgasmo. Olhou fixamente para o gordo. Ele ficava muito mais nojento quando sujo de esperma. Sentiu nojo de si mesmo. A luz apagou-se. A escuridão era intensa. Não viu mais o Cristo de costas. A Janela sumiu. Pensou que ia ser deixado ali para sempre. Até que uma luz e uma voz... “Amor! Estava gostoso?” Reconheceria aquela voz em qualquer lugar. Era sua namorada. Abriu os olhos e estava nu em sua cama. Ela fazia-lhe sexo oral matinal e tinha o rosto sujo de esperma. Ficou confuso e desejou sonhar outra vez com o gordo. Queria a boca suja do gordo. Queria gozar na boca do gordo. Ele se apaixonou pelo gordo. O gordo...

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