12 de novembro de 2011

Escravos do século XXI


Não dá para dar dois passos sem identificar uma pessoa esteja ouvindo música em seu audioescutador. Nas vésperas de feriado, os ônibus estão mais vazios e os congestionamentos mais intensos. Arrisco ainda, que é possível encontrar nos coletivos pessoas em seus smartphones socializando-se através das redes. Se você olhar pela janela, vai ver que muitos motoristas assistem tv enquanto brigam por um espaço na pista. Nos táxis, jovens e engravatados deslizam seus dedos nos Ipads. Estamos cercados de tecnologia e não conseguimos sair do lugar.

Se por um lado Steve Jobs revolucionou o jeito de ouvir música e ganhar milhões, conseguiu também fazer com que milhares de gravadoras entrassem em decadência. Quando era criança cds pirata custavam R$10,00. Hoje há originais custando menos que isso. Para economizar com livros recorria-se à Xerox (isso depois de aposenta de vez o mimeógrafo), hoje já consegui economizar mais de R$1.000,00 em livros com meu tablet. Qualquer pessoa pode comprar um fusca. Viagens de avião são mais baratas. Aprender a pilotar aviões virou moda entre mauricinhos. E o mundo insiste em dizer que somos paísagem geográfica, como se nunca houvéssemos sido natureza. Muita pretensão, não acham?

Se a bateria acaba entramos em pânico. Pegar um avião requer paciência. Ir ao mercado da esquina requer o uso do carro. Vai com alguém? Não, vou só eu. Milhões de pessoas pensam assim. Um currículo escrito à mão vale muito menos que um formatado em Times New Roman. Todos os anos, o mês de janeiro é cheio de notícias sobre chuvas e desabamentos e todos os anos as pessoas se assustam. Somos escravos do que a Globo diz ou a Record fala. A verdade absoluta é o que a Folha publica e a Veja declara. E se lhe tiram o notebook não sabe fazer mais nada. Antes os negros eram escravos, hoje somos todos nós.

Posso imaginar o dia em que a natureza e seus fenômenos causará a extinção do Homo sapiens sapiens e o mundo continuará existindo e fluindo em sua paz e tranquilidade. Que pretensão a nossa acreditar que somos o mundo! Somos apenas escravos do século XXI.

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