31 de março de 2011

Desemprego tem leve alta e fica em patamar mais elevado desde agosto

Desemprego tem leve alta e fica em patamar mais elevado desde agosto

O nível de desemprego apresentou leve alta em fevereiro e chegou a 6,4%, o mais elevado desde agosto do ano passado, quando a taxa foi de 6,7%. Os dados foram apresentados pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) nesta quinta-feira.

Em comparação com janeiro, a taxa sofreu leve aumento de 0,3 ponto percentual, indicador considerado estável pelo IBGE. Na prática, isso significa mais 85 mil pessoas à procura de trabalho.

Já em comparação com fevereiro do ano passado (7,4%), houve recuo de um ponto percentual.

Na avaliação regional, o maior aumento do desemprego ocorreu em Belo Horizonte (passou de 5,3% para 6,3% no mês). Em contrapartida, a maior queda da taxa foi observada em São Paulo (redução de 1,5 ponto percentual).

Nas demais regiões analisadas – Recife, Salvador, Rio de Janeiro e Porto Alegre –, o desemprego se manteve estável.

Segundo o IBGE, o rendimento médio real dos trabalhadores foi de R$ 1.540,30 no mês passado, o que representa alta de 3,7% em relação a fevereiro de 2010.

A maior oferta de emprego foi observada no setor da construção civil, e a maior redução ocorreu no contingente de serviços domésticos.


Fonte: BBC

30 de março de 2011

O DIA EM QUE URANO ENTROU EM ESCORPIÃO

Extraído do Livro "Morangos Mofados" de Caio Fernando Abreu


Quando ela parou de ler e olhou radiante para os outros, o que tinha saído da janela voltara para a janela, o rapaz de camisa vermelha continuava parado e meio ofegante no meio da sala enquanto o outro olhava para o osso descarnado da perna de galinha. Disse então que não gostava muito de perna, preferia pescoço, e isso era engraçado porque passara por três fases distintas: na infância, só gostava de perna, na casa dele aconteciam brigas medonhas porque eram quatro irmãos e todos gostavam de perna, menos a Valéria, que tinha nojo de galinha; depois, na adolescência, preferia o peito, passara uns cinco ou seis anos comendo só peito e agora adorava pescoço. Os outros pareceram um tanto escandalizados, e ele explicou que o pescoço tinha delícias ocultas, assim mesmo, bem devagar, de-lí-ci-as-o-cul-tas, e nesse momento o disco acabou e as palavras ficaram ressoando meio libidinosas no ar enquanto ele olhava para o osso seco.
O rapaz de camisa vermelha aproveitou o silêncio para gritar bem alto que Urano estava entrando em Escorpião. Os outros pareceram perturbados, menos com a informação e mais com o barulho, e pediram psiu, para ele falar baixo, se não lembrava do que tinha acontecido a última vez. Ele disse que a última vez não interessava, que agora Urano estava entrando em Escorpião, ho-je, falou lentamente, olhos brilhando. Ele estava lá há uns cinco anos, acrescentou, e os outros perguntaram ao mesmo tempo ele-quem-estava-onde? Urano o rapaz de camisa vermelha explicou, na minha Casa oito, a da Morte, vocês não sabem que eu podia morrer? e pareceria aliviado, não fosse toda aquela agitação. Os outros entreolharam-se e a moça com o livro nas mãos começou a contar uma história muito comprida e meio confusa sobre um garoto esquizofrênico que tinha começado bem assim, ela disse, a curtir coisas como alquimia, astrologia, quiromancia, numerologia, que tinha lido não sabia onde (ela lia muito, e quando contava uma história nunca sabia ao certo onde a teria lido, às vezes não sabia sequer se a tinha vivido e não lido). Acabou no Pinel, contou, é assim que começam muitos processos esquizóides. Olhou bem para ele ao dizer processos esquizóides, os outros dois pareceram muito impressionados e tudo, não se sabia bem se porque respeitavam a moça e a consideravam superculta ou apenas porque queriam atemorizar o rapaz de camisa vermelha. De qualquer forma, ficou um silêncio cheio de becos até que um dos outros se moveu da janela para virar o disco. E quando as bolhas de som começaram a estourar no meio da sala todos pareceram mais aliviados, quase contentes outra vez.

Literatura

Venho por meio do presente post expressar a minha infinda alegria em ver que este veículo tem sido apreciado não só por imagens esdrúxulas de uma realidade mórbida, como por obras literárias de grande valor culto e acadêmico. Deixo-lhes claro a partir de agora que está inaugurado um novo marcador de ideias intitulado Literatura. Ao seguir essa marcação o leitor estará desfrutando de obras literárias de grande valor que estão sendo usadas por mim durante o curso acadêmico superior. Desejo-lhes bons momentos e até a próxima!


Falando sério agora, gente: estou feliz porque as pessoas se interessam por literatura muito mais do que pela imagem de uma privada cheia de excremento. A imagem que usei para fazer essa crítica possui 400 acessos por semana. Entretanto, essa semana a coisa começou a mudar pelas postagens de Fernando Veríssimo e Clarice Lispector. Vejo que há amantes de boa literatura como eu. Por isso continuarei postando e aceitando sugestões, como as que recebi da Josi sobre Caio Fernando Abreu, já esquecido na minha memória.

Mais uma do HortiFruti

FELICIDADE CLANDESTINA

 FELICIDADE CLANDESTINA


Ela era gorda, baixa, sardenta e de cabelos excessivamente crespos, meio
arruivados. Tinha um busto enorme, enquanto nós todas ainda éramos
achatadas. Como se não bastasse, enchia os dois bolsos da blusa, por cima do
busto, com balas. Mas possuía o que qualquer criança devoradora de histórias
gostaria de ter: um pai dono de livraria.
Pouco aproveitava. E nós menos ainda: até para aniversário, em vez de
pelo menos um livrinho barato, ela nos entregava em mãos um cartão-postal
da loja do pai. Ainda por cima era de paisagem do Recife mesmo, onde
morávamos, com suas pontes mais do que vistas. Atrás escrevia com letra
bordadíssima palavras como "data natalícia” e “saudade” .
Mas que talento tinha para a crueldade. Ela toda era pura vingança,
chupando balas com barulho. Como essa menina devia nos odiar, nós que
éramos imperdoavelmente bonitinhas, esguias, altinhas, de cabelos livres.
Comigo exerceu com calma ferocidade o seu sadismo. Na minha ânsia de ler,
eu nem notava as humilhações a que ela me submetia: continuava a implorarlhe
emprestados os livros que ela não lia.
Até que veio para ela o magno dia de começar a exercer sobre mim uma
tortura chinesa. Como casualmente, informou-me que possuía As reinações de
Narizinho, de Monteiro Lobato.
Era um livro grosso, meu Deus, era um livro para se ficar vivendo com
ele, comendo-o, dormindo-o. E completamente acima de minhas posses.
Disse-me que eu passasse pela sua casa no dia seguinte e que ela o
emprestaria.
Até o dia seguinte eu me transformei na própria esperança da alegria: eu
não vivia, eu nadava devagar num mar suave, as ondas me levavam e me
traziam.
No dia seguinte fui à sua casa, literalmente correndo. Ela não morava
num sobrado como eu, e sim numa casa. Não me mandou entrar. Olhando
bem para meus olhos, disse-me que havia emprestado o livro a outra menina,
e que eu voltasse no dia seguinte para buscá-lo. Boquiaberta, saí devagar, mas
em breve a esperança de novo me tomava toda e eu recomeçava na rua a
andar pulando, que era o meu modo estranho de andar pelas ruas de Recife.
Dessa vez nem caí: guiava-me a promessa do livro, o dia seguinte viria, os dias
seguintes seriam mais tarde a minha vida inteira, o amor pelo mundo me
esperava, andei pulando pelas ruas como sempre e não caí nenhuma vez.
Mas não ficou simplesmente nisso. O plano secreto da filha do dono de
livraria era tranqüilo e diabólico. No dia seguinte lá estava eu à porta de sua
casa, com um sorriso e o coração batendo. Para ouvir a resposta calma: o livro
ainda não estava em seu poder, que eu voltasse no dia seguinte. Mal sabia eu
como mais tarde, no decorrer da vida, o drama do "dia seguinte" com ela ia se
repetir com meu coração batendo.
E assim continuou. Quanto tempo? Não sei. Ela sabia que era tempo
indefinido, enquanto o fel não escorresse todo de seu corpo grosso. Eu já
começara a adivinhar que ela me escolhera para eu sofrer, às vezes adivinho.
Mas, adivinhando mesmo, às vezes aceito: como se quem quer me fazer sofrer
esteja precisando danadamente que eu sofra.
Quanto tempo? Eu ia diariamente à sua casa, sem faltar um dia sequer. Às
vezes ela dizia: pois o livro esteve comigo ontem de tarde, mas você só veio
de manhã, de modo que o emprestei a outra menina. E eu, que não era dada a
olheiras, sentia as olheiras se cavando sob os meus olhos espantados.
Até que um dia, quando eu estava à porta de sua casa, ouvindo humilde e
silenciosa a sua recusa, apareceu sua mãe. Ela devia estar estranhando a
aparição muda e diária daquela menina à porta de sua casa. Pediu explicações a
nós duas. Houve uma confusão silenciosa, entrecortada de palavras pouco
elucidativas. A senhora achava cada vez mais estranho o fato de não estar
entendendo. Até que essa mãe boa entendeu. Voltou-se para a filha e com
enorme surpresa exclamou: mas este livro nunca saiu daqui de casa e você
nem quis ler!
E o pior para essa mulher não era a descoberta do que acontecia. Devia
ser a descoberta horrorizada da filha que tinha. Ela nos espiava em silêncio: a
potência de perversidade de sua filha desconhecida e a menina loura em pé à
porta, exausta, ao vento das ruas de Recife. Foi então que, finalmente se
refazendo, disse firme e calma para a filha: você vai emprestar o livro agora
mesmo. E para mim: "E você fica com o livro por quanto tempo quiser."
Entendem? Valia mais do que me dar o livro: "pelo tempo que eu quisesse" é
tudo o que uma pessoa, grande ou pequena, pode ter a ousadia de querer.
Como contar o que se seguiu? Eu estava estonteada, e assim recebi o livro
na mão. Acho que eu não disse nada. Peguei o livro. Não, não saí pulando
como sempre. Saí andando bem devagar. Sei que segurava o livro grosso com
as duas mãos, comprimindo-o contra o peito. Quanto tempo levei até chegar
em casa, também pouco importa. Meu peito estava quente, meu coração
pensativo.
Chegando em casa, não comecei a ler. Fingia que não o tinha, só para
depois ter o susto de o ter. Horas depois abri-o, li algumas linhas
maravilhosas, fechei-o de novo, fui passear pela casa, adiei ainda mais indo
comer pão com manteiga, fingi que não sabia onde guardara o livro, achava-o,
abria-o por alguns instantes. Criava as mais falsas dificuldades para aquela
coisa clandestina que era a felicidade. A felicidade sempre iria ser clandestina
para mim. Parece que eu já pressentia. Como demorei! Eu vivia no ar... Havia
orgulho e pudor em mim. Eu era uma rainha delicada.
Às vezes sentava-me na rede, balançando-me com o livro aberto no colo,
sem tocá-lo, em êxtase puríssimo.
Não era mais uma menina com um livro: era uma mulher com o seu
amante.

(Clarice Lispector)

O fim de José Alencar

Eu disse! Era quase uma profecia. Escrevi no Conto EU MATEI JOSÉ ALENCAR (clique aqui para ler) que ele iria morrer no Sírio Libanês. Não dá para provar que ele morreu do jeito que eu escrevi, mas aí seria muita especulação da minha parte. O que realmente importa é que foi um homem que nos ensinou a não desistir.
Eu ainda não sei o que ele fez politicamente além de ocupar a vice-presidência, comer, morar e se tratar à custa do povo, contudo, acho que isso faz parte da vida de alguém que se organize em política. O generalizado não é correto. E ele foi sem dúvida o braço direito do Lula, o maior líder político que essa nação já teve até hoje.

29 de março de 2011

Apple evacua prédio nos EUA após ameaça de bomba



Estados Unidos

Apple evacua prédio nos EUA após ameaça de bomba

Polícia americana vasculhou dependências, mas não encontrou explosivos

Os funcionários dos escritórios da Apple nos arredores de Sacramento, na Califórnia, deixaram nesta segunda-feira seus locais de trabalho após receberem um telefonema que alertava para a presença de uma bomba,

A empresa notificou a ameaça à polícia, que foi até as instalações, situadas na localidade de Elk Grove, com uma equipe especializada em explosivos e com o apoio de cinco cães farejadores.

No entanto, ficou constatado que o alarme era falso. Agora as autoridades investigam a origem do telefonema.

Cerca de 200 empregados da Apple deixaram o local no qual a companhia criadora do iPhone e do iPad tem um de seus pontos de distribuição de produtos, assim como um serviço de atendimento ao cliente.

Esses escritórios da Apple se encontram a 200 quilômetros ao nordeste da sede da empresa, localizada em Cupertino, no Vale do Silício.
(com Agência EFE)

estar dentro de ti...

por Jorge MC Pacheco



  • Máquina SONY
  • Modelo DSLR-A200
  • Exposição 1/60
  • Abertura f/5.6
  • ISO 400
  • MeteringMode Pattern
  • Flash Sim
  • Dist.Focal 18 mm

27 de março de 2011

Eu matei Fernanda Sapatão


Era uma terça feira. A terça era o dia mais chato da escola. Era dia de aula com Fernanda Leitão. Todos a conheciam como Fernanda Sapatão por acreditarem que fosse lésbica. Mas esse não era o problema. Ela não sabia explicar a matéria que lecionava. Até que eu no auge dos meus 13 anos matei por prazer pela primeira vez na vida.

Primeiro, sem que ninguém visse, cheguei antes da aula e espalhei pó de mico em suas mesa e cadeira. Ela chegou na hora da aula e sentou. Todos já estavam na sala. Ela tirou uns papeis da bolsa e começou a coçar-se. Alguns colegas começaram rir. Ela saiu correndo em direção ao banheiro. Eu fui atrás, pedindo-lhe para ir ao banheiro. Ela fez sim e nem notou que eu a seguia e levava comigo, junto ao corpo, por baixo da roupa, uma faca. Pequena, mas suficiente para dar um fim aos dias de aulas chatas.

Ela levava o rosto, distraída, que nem percebeu a minha presença. O golpe teria que perfeito. Aquela adrenalina me consumia desesperadamente. Não contei até três. Apenas fiz. A faca entrou pelo seu pescoço. O sangue começou escorrer e sem poder gritar, morreu ali mesmo, naquele banheiro sujo do Colégio São Gonçalo. Lembrei disso hoje de manhã e achei que devesse fazer parte deste diário.

Até a próxima morte.

Novo mundo sem preconceitos

Às vezes parece inacreditável o quanto o senso comum pode variar de uma cidade para outra. É impossível não notar isso aqui na faculdade. Parece um sonho que se realiza enquanto estou em seu interior e acordo quando deixo seus limites.

Uma freira passa logo ali na frente. Ela faz letras (como todos do meu andar). Segue seu caminho conversando com outras moças (mais novas e provavelmente promíscuas demais para serem virgens). Na direção contrária segue um jovem de 76 anos, aluno do curso de espanhol. Eles estão esperando o elevador que ao chegar despeja um rapaz na cadeira de rodas cheio de tatuagens e influências de rock. Junto a ele está um casal de lésbicas e um judeu. Todos conversam amigavelmente. Aqui o preconceito não existe.


Acho que as pessoas aqui descobriram que há outras coisas para se preocupar do que as particularidades de cada um. No começo a primeira imagem impressiona, pois é quase um filme de ficção científica ou futurista. Regina Casé falou sobre isso no Esquenta! (Apesar de tê-la matado, admiro-a e muito). Muitas vezes quando me deparei com situações assim, de ver limitações ou divergências sociomentais não soube que reação ter. Mas o importante é não ignorar o problema fingindo que nunca existiu e sim não fazer dele um obstáculo. Cada ser tem seu limite próprio e a parte ignorante da sociedade é que ainda não tomou conhecimento disso.

Parabéns aos ALUNOS Instituto de Letras da UERJ por ser um mundo em que podemos realizar o nosso sonho de extinguir os preconceitos, deformadores da nossa sociedade.

26 de março de 2011

Várias razões para acreditar

Tenho que confessar que chorei ao ver este comercial. Muito criativo e emocionante. 1/3 dos lucros da Coca-cola são gastos em propaganda e convenhamos que valeram muito a pena (muito melhor do que Skol com "Adocica").



Desabafo sobre o pânico

Eu não consigo descrever o que estou sentindo. É a primeira semana que estou na faculdade e já estou enlouquecendo. Não pelas coisas que tenho que fazer, mas pelas coisas de que me distanciei. Estou distante do Blog, da minha igreja, de mim mesmo (isso há muito tempo). Parece que estou outra vez voltando à época em que quebrei a perna. Estou podendo sentir outra vez o sangue passar por minhas veias.
 
Não acredito que possa haver uma vida totalmente feliz. Eu não sou feliz. Tenho diversos momentos (felizes, mas se eu fizer o balanço o saldo será negativíssimo). Eu escrevo para desabafar. Para fazer com que o tempo seja feliz. Mas às vezes, por mais que tente, vou sempre colocar o gorro do meu casaco preto sobre a minha cabeça. Acho que a minha vida é preta. Pelo menos é a cor que eu visto quase sempre. Antigamente eu usava a desculpa de que era para disfarçar a barriga, hoje eu assumo sem medo que uso preto porque gosto e sou depressivo. Uns dizem que sou depressivo. Uns até dizem que sou “rockeiro” (mal sabem que eu adoro MPB).

Falei sobre ter comprado um tablet pela internet. Estava muito barato. Estou desconfiado que fui tapeado por um estelionatário tentando me extorquir. Faz dois dias que não responde aos meus e-mails. Estou em pânico. Não importa que tenha custado apenas 160 reais. Era o meu dinheiro! Bem, se ele chegar a minha casa eu falarei a vocês, mas até lá continuarei em pânico.

Maze

A minha mente tem cantado isso por mim. Se precisarem de ajuda para entender, no final da página tem um tradutor, ajudará um pouco. Espero que gostem.




Maze
Composição : (Music and lyrics by Tomaz Lenz / Wendy.K)

How you came here , another mistake that you proved to me
You´re almost lost in a maze /
you became a part of me
Mistery looks strange to me / and the stains came together today with blame/
Destiny is calling me

Fighting hard to get, what you never wanted for you
Save your best disguise / I´m really unstable/
Fall on me /Far from my faith /
Closer to my dreams/All wasted

I called you , but you were not there
It´s all wrong I said be smart be smart
You came here with your last doubts
Doesn´t mean that you gave it all away
But you fell lost on words would you laught when I fall

Fighting hard to get what you never wanted for you
Save your best disguise / I´m really unstable/
Fall on me /Far from my faith /
Closer to my dreams/All wasted

25 de março de 2011

Baby Luana

por Cláudia



  • Máquina Canon
  • Modelo Canon EOS 450D
  • Exposição 1/250
  • Abertura f/3.2
  • ISO 400
  • MeteringMode Pattern
  • Flash Não
  • Dist.Focal 200 mm

24 de março de 2011

Novo Mundo

Ando tão sem tempo para postar no Blog... A faculdade está me exaurindo completamente. Quando chego em casa (por volta das 00:00h) estou morto e ainda tenho que buscar informação que me serão necessárias. Mas isso será mediado, pois acabo de comprar via net, um tablet. Não, não é um Ipad, até porque não sou Applescravo. Pesquisei muito até achar um com tudo o que eu queria: entradas e saídas universais. Agora vou poder usar a Wireless da faculdade para postar aqui os acontecimentos nesse Novo Mundo, que é como eu a chamo. Já passei por poucas e boas desde que comecei e irei contar tudo através do novo marcador: Novo Mundo.

LIXO

LIXO 

Encontram-se na área de serviço. Cada um com o seu pacote de lixo. É a primeira vez que se falam. 

- Bom dia. 

- Bom dia. 

- A senhora é do 610. 

- E o senhor do 612. 

- Eu ainda não lhe conhecia pessoalmente... 

- Pois é ... - Desculpe a minha indiscrição, mastenho visto o seu lixo ... 

- O meu quê? 

- O seu lixo. 

- Ah... 

- Reparei que nunca é muito. Sua família deve ser pequena. 

- Na verdade sou só eu. 

- Humm. Notei também que o senhor usa muito comida em lata. 

- É que eu tenho que fazer minha própria comida. E como não sei cozinhar . 

- Entendo. 

- A senhora também . 

- Me chama de você. 

- Você também perdoe a minha indiscrição, mas tenho visto alguns restos de comida em seu lixo. Champignons, coisas assim. 

- É que eu gosto muito de cozinhar. Fazer pratos diferentes. Mas como moro sozinha, às vezes sobra. 

- A senhora... Você não tem família? 

- Tenho, mas não aqui. 

- No Espírito Santo. 

- Como é que você sabe? 

- Vejo uns envelopes no seu lixo. Do Espírito Santo. 

- É. Mamãe escreve todas as semanas. 

- Ela é professora? 

- Isso é incrível! Como você adivinhou? 

- Pela letra no envelope. Achei que era letra de professora. 

- O senhor não recebe muitas cartas. A julgar pelo seu lixo. 

- Pois é ... 

- No outro dia, tinha um envelope de telegrama amassado. 

- É. 

- Más notícias? 

- Meu pai. Morreu. 

- Sinto muito. 

- Ele já estava bem velhinho. Lá no Sul. Há tempos não nos víamos. 

- Foi por isso que você recomeçou a fumar? 

- Como é que você sabe? 

- De um dia para o outro começaram a aparecer carteiras de cigarro amassadas no seu lixo. 

- É verdade. Mas consegui parar outra vez. 

- Eu, graças a Deus, nunca fumei. 

- Eu sei, mas tenho visto uns vidrinhos de comprimidos no seu lixo... 

- Tranqüilizantes. Foi uma fase. Já passou. 

- Você brigou com o namorado, certo? 

- Isso você também descobriu no lixo? 

- Primeiro o buquê de flores, com o cartãozinho, jogado fora. Depois, muito lenço de papel. 

- É, chorei bastante, mas já passou. 

- Mas hoje ainda tem uns lencinhos. 

- É que estou com um pouco de coriza. 

- Ah. 

- Vejo muita revista de palavras cruzadas no seu lixo. 

- É. Sim. Bem. Eu fico muito em casa. Não saio muito. Sabe como é. 

- Namorada? 

- Não. 

- Mas há uns dias tinha uma fotografia de mulher no seu lixo. Até bonitinha. 

- Eu estava limpando umas gavetas. Coisa antiga. 

- Você não rasgou a fotografia. Isso significa que, no fundo, você quer que ela volte. 

- Você está analisando o meu lixo! 

- Não posso negar que o seu lixo me interessou. 

- Engraçado. Quando examinei o seu lixo,decidi que gostaria de conhecê-la . Acho que foi a poesia. 

- Não! Você viu meus poemas? 

- Vi e gostei muito. 

- Mas são muito ruins! 

- Se você achasse eles ruins mesmos, teria rasgado. Eles só estavam dobrados. 

- Se eu soubesse que você ia ler ... 

- Só não fiquei com ele porque, afinal, estaria roubando. Se bem que, não sei: o lixo da pessoa ainda é propriedade dela? 

- Acho que não. Lixo é domínio público. 

- Você tem razão. Através dos lixo, o particular se torna público. O que sobra da nossa vida privada se integra com a sobra dos 
outros. O lixo é comunitário. É a nossa parte mais social. Será isso? 

- Bom, aí você já está indo fundo demais no lixo. Acho que... 

- Ontem, no seu lixo. 

- O quê? 

- Me enganei, ou eram cascas de camarão? 

- Acertou. Comprei uns camarões graúdos e descasquei. 

- Eu adoro camarão. 

- Descasquei, mas ainda não comi. Quem sabe a gente pode... Jantar juntos? 

- É. Não quero dar trabalho. 

- Trabalho nenhum. 

- Vai sujar a sua cozinha. 

- Nada. Num instante se limpa tudo e põe os restos fora. 

- No seu lixo ou no meu... 

Luis Fernando Veríssimo