7 de março de 2011

Até a quarta feira de cinzas


Estou tirando, neste carnaval, uma conclusão sobre a folia das pessoas. Em nenhuma outra época do ano você tantas pessoas fazendo loucuras que em seus estados normais não as fariam. Eu que moro no Rio e quando chega essa época vejo de tudo e mais um pouco. Parece que as fantasias são liberadas quando o álcool entra no sangue.

Só aqui você pode ver uma mulher, mãe de três filhos, fazendo yoga nua no meio da rua. Ande um pouco mais e logo ali na esquina poderá encontrar um homem que usa a própria genitália como tromba em uma fantasia de elefantinho. O filho dele, um infante de cinco anos, está com a mesma indumentária. Há sempre alguém realizando sonhos. Afinal, em um dia normal não se poderia fazer nenhuma dessas fantasias.

Seguindo nossa caminhada, você pode encontrar uma garotinha de dez anos na frente da igreja pensando em pegar geral. Ao seu lado, disperso na multidão um travesti aidético sonhando em passar a doença adiante. Mais pra perto, ali encostado na barraquinha de cachorro-quente, um adolescente na flor dos seus catorze anos sonha em perder a virgindade com uma mulher de quarenta anos (e olha que isso não é raridade durante o resto do ano).

No meio da rua, homens casados e pais de vários filhos, vestidos de mulheres realizam o sonho de serem travestis. Ali não há quem os perturbe. Um deles tenta disfarçar a excitação exposta pela minissaia apertadíssima. Ninguém fala nada. Tudo ali é permitido. No banheiro químico, uma criança está sendo estuprada. Mas é festa. É mais um sonho de carnaval que só acaba na quarta feira. Então, até ela.

Um comentário:

  1. è verdade, festa nojenta essa viu... ODEIO carnaval, festa de promiscuidade e baderna...

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