Calem-se todos. Não estou achando graça. Há alguém com medo. No mesmo lugar outro alguém, o próprio medo. Como em um teatro, aos dois contracenam sobre os atentos olhares da plateia. As luzes estão acesas. Alguém na plateia ri. O medo a procura e encontra. Seus olhos estão fixos na pobre criatura. Convida-a a tomar lugar ao palco, deixando de lado seu companheiro coadjuvante.
A música começa a tocar. Eles dançam. O medo desnuda a pobre criatura. Um corpo branco e gélido. Nu sobre o palco. Não há reação. O sexo é indecifrável. O rosto se vinga. Cospe saliva. O medo revida com um tapa. A plateia não pisca.
No fim foi tudo um espetáculo. As luzes se apagam. A plateia se vai. Só os atores ficam. Até que outra estreia chegue.
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