31 de agosto de 2011

Oito anos...


Oito Anos - Adriana Calcanhoto
Dunga / Paula Toller

Por que você é Flamengo
E meu pai Botafogo
O que significa
"Impávido colosso"?

Por que os ossos doem
enquanto a gente dorme
Por que os dentes caem
Por onde os filhos saem

Por que os dedos murcham
quando estou no banho
Por que as ruas enchem
quando está chovendo

Quanto é mil trilhões
vezes infinito
Quem é Jesus Cristo
Onde estão meus primos

Well, well, well
Gabriel...

Por que o fogo queima
Por que a lua é branca
Por que a terra roda
Por que deitar agora

Por que as cobras matam
Por que o vidro embaça
Por que você se pinta
Por que o tempo passa

Por que que a gente espirra
Por que as unhas crescem
Por que o sangue corre
Por que que a gente morre

Do que é feita a nuvem
Do que é feita a neve
Como é que se escreve
Reveillon

Novo mundo dos professores


Tive uma compulsão por escrever o que estava pensando. Discutimos sobre professores e professores. Há aqueles que lecionam por que gostam, outros por não ter opção. De uma coisa é certa: não há professores desempregados. Por mais que a profissão não seja reconhecida com o seus devido financeiro acredito que as coisas estão mudando.

Há alguns anos, samba era coisa de malandro, que usava chapéu panamá e terno branco. Crianças desobedientes eram levadas à palmatória, pois “criança só aprende assim”. Mulheres serviam para cuidar da casa e homens pensavam que cuecas boxer eram “coisas de viado”. Hoje em dia, o malandro é outro. Usa boné de aba reta, oxigena o cabelo e anda em todo lugar ouvindo músicas pornográficas em ritmo de funk.

O velho malandro não morreu, compõe versos eruditos, grava discos quando quer e atende pelo nome de Chico Buarque de Olanda. Crianças sabem mais os seus direitos que os eleitores, e fazem uso disso. Meninas de 16 anos vão morar sozinhas na cidade grande, transam com dois homens diferentes por semana e ainda batem o pé: “não quero ter filhos, não vou casar”.

Existem professores que ganham R$7.000,00. Ganham porque possuem mestrado, doutoradado e tudo o que mais for. Há pessoas que param no tempo e vão ficar ganhando R$770,00 por toda a vida. Quem dá aula, faz porque gosta. Eu não consigo me ver longe de uma sala de aula. Cada aluno sabe o quão bom professores tem e o quão ruins outros podem ser. Esta foi a discussão da aula de Linguística Aplicada na faculdade.

Tive uma professora chamada Solange, de Redação, com a qual tive uma leve discussão. Nunca fui de debater com professores, entretanto, ela explicou erradamente uma regra de crase. Eu mostrei o livro e ela continuou assumindo o errado por certo. Consultei outros professores e até a passiva coordenação pedagógica da escola que me disse: “faça errado na prova dela, mas no vestibular use seu conhecimento”.

Em contra partida, tive uma amiga-professora (com quem ainda tenho contato e espero ter sempre) chamada Karine Luiz, de literatura. Esta além de me ensinar a pensar e entender, mostrou a mim e aos meus colegas o quanto é bom quebrar os tabus que dizem: “não se pode dar aulas sem ser arbitrário, despótico”. Tenho certeza que não é ético comparar profissionais, todavia, também é anti-ético ensinar errado aos alunos e fazer com que estes tenham traumas ou aversão à alguma matéria. As coisas mudam e enquanto os péssimos caem, os ótimos sobem na roda da educação (e tomara que os salários também).

30 de agosto de 2011

Voltando pra casa

Vista do ponto onde peguei o ônibus
Se há algo que seja mais característico de um pobre do que um ônibus, eu desconheço. Todo mundo, uma vez na vida, faz uso de um coletivo independente do destino ou conforto que ele possa proporcionar. Pois, bem, estou reunindo minhas forças após um longo dia de trufas e letras para partilhar com você, leitor, a minha linda e bela volta ao lar.

O ônibus que eu peguei
Após longa espera, no lindo cenário da Praia de Icaraí (Niteroi - RJ), tomei um ônibus que deixar-me-ia próximo da minha casa. Com a demora, muitas pessoas também o esperavam. Tomei um acento no centro do coletivo e logo acabaram-se os lugares. Conforme a viagem ia acontecendo mais e mais trabalhadores, estudantes e desocupados entravam deixando pouco ar lá dentro.

Uma rapaz ficou ´próximo a mim e ao dar passagem à uma senhora encolheu-se em cima de mim. Seu pênis ficou a poucos centímetros do meu rosto. Olhei para cima várias vezes na esperança de que ele percebesse o meu desconforto, mas nada fora feito pelo tal rapaz.

Quando este saltou, uma moça grávida tomou o seu lugar. O ônibus inteiro ofereceu-lhe assento, mas a jovem preferiu ficar em pé, “já vou saltar” - ela disse. Praticamente segurei o bebê em meu colo dentro da barriga da gestante.

Minha parada se aproximava e eu enfrentaria uma Odisseia para sair do ônibus. Parece-me que pessoas com barrigas protoberantes adoram ocupar espaços próximos à porta. Acho que vou colocar um neon em minha testa  escrito “Não sou anatômico”. Perdi seis quilos, entretanto, para uma pessoa quarenta quilos acima do seu peso, isto não significa quase nada. “Dá licença!” - gritei. Finalmente consegui saltar. Amanhã começa tudo outra vez.

29 de agosto de 2011

Pessoas


Há pessoas e pessoas
Há sonhos e ventos
Pessoas que fazem sexo
Pessoas que fazem amor
Umas que brilham
Outras que reluzem
Pessoas que choram
E pessoas que dão o ombro
Há pessoas amigas
E inimigas

Há pessoas Tweeter
Outras Facebook
Pessoas que têm sentimento
Pessoas que sentem pena
Pessoas nautas
Internautas
Urbanas

Há pessoas sacanas
Beatas
Babacas
E das matas
Intelectuais
Altivonasais
Pessoas e pessoas
De todos os carnavais

Pessoas que curtem funk
Há pessoas Restart
Outras Luan Santana
Há pessoas também Bananas de Pijamas

Há pessoas Xerox
Outras Hp
Umas Globo
Outras Redetv
Há quem vá de ônibus
Outras de metrô
Há pessoas honestas
Outras gigolô

Umas comem feijão
Outras caviar
Umas têm reputação
Outras só querem dar
Há pessoas e pessoas entre o céu e o mar
Ventos que sompram
Outros pedem carona

Há pessoas mãe
Outras “pãe”
Pessoas do som
Outras da imagem
Que carregam bagagem
Ou simplesmente o bagaço

Há pessoas eu
Outras você
Uns são nós
Outros nossos
Fogo e gazolina
Uns Aline Barros             
Outros Ana Carolina
O que importa é uma só
Há sempre pessoas indo ao pó

27 de agosto de 2011

A Fera - Capítulo 2


Eu não poderia perder aquela oportunidade. Nenum jornalista havia conseguido tal matéria na história.

-         A senhora se arrepende do que fez?

-         Mas de jeito algum. Faria outra vez, se necessário.

-         O que exatamente você sentiu ao cometer o ato?

-         Liberdade. Aquilo representava a liberdade de um amor que estava preso dentro de mim há muito tempo.

-         E cometer o crime não seria levá-la ao cárcere ao contrário do que você sentia? Você não pensou que iria ser pega em nenhum momento?

O anfitrião deu uma risada, como se a minha pergunta fosse sem sentido. Talvez fosse.

-         Quantas pessoas são mortas por dia e ninguém sequer ouve falar?  Só houve aquele rebuliço todo por conta da imprensa e de jornalistazinhos sensacionalistas como você.

Ajeitei novamente minha gravata. Minha cabeça começou a doer e assim puder dar atenção ao que estava em volta. Um segundo que parecia uma hora inteira. Tudo estava vermelho. Vermelho fogo. As janelas e seus vidros derretidos pelo fogo me deram a visão dele. Estava ali. Putrefado e asseado em seu uniforme já desbotado e escuro. Sim, era ele... Era ele. E olha pra mim como se me desse uma ordem.

-         Podemos acabar logo com isso. – Disse meu anfitrião irritado com a distração.

Será que se irritaria se eu pedisse outra entrevista?

-         Aquele ali, na janela. Não é...
-         Sim, é. Por quê?
-         Gostaria de entrevistá-lo.
-         Ele não dá entrevistas.
-         Mas...
-         Termine esta e verei o que posso fazer por você.

As perguntas me fugiram da mente. Só conseguia pensar nele.

 ............................. continua

25 de agosto de 2011

Escrever

por Joaquim Ferreira dos Santos in O GLOBO. Janeiro de 2011.


A estudante perguntou como era essa coisa de escrever. Eu fiz o gênero fofo. Moleza, disse.

Primeiro, evite estes coloquialismos de “fofo” e “moleza”, passe longe das gírias ainda não dicionarizadas e de tudo mais que soe mais falado do que escrito. Isto aqui não é rádio FM. De vez em quando, para não acharem que você mora trancado com o Domingos Paschoal Cegalla ou outro gramático de chicote, aplique uma gíria como se fosse um piparote de leve no cangote do texto, mas, em geral, evite. Fuja dessas rimas bobinhas, desses motes sonoros. O leitor pode se achar diante de um rapper frustrado e dar cambalhotas. Mas, atenção, se soar muito escrito, reescreva.

Quando quiser aplicar um “mas”, tome fôlego, ligue para o 0800 do Instituto Fernando Pessoa, peça autorização ao bispo de plantão e, por favor, volte atrás. É um cacoete facilitador.

Dele deve ter vindo a expressão “cheio de mas-mas”, ou seja, uma pessoa cheia de “não é bem assim”, uma chata que usa o truque de afirmar e depois, como se fosse estilo, obtemperar.

Não tergiverse, não diga palavras complicadas, não escreva nas entrelinhas. Seja acima de tudo afirmativo, reto no assunto. Nada de passar páginas descrevendo o clima da estação, esse aborrecimento suportável apenas quando vemos as curvas da Garota do Tempo recortadas contra o chroma-key do “Jornal Nacional”.

Abaixo o prólogo com a lente aberta, nada daquelas observações sensíveis sobre a paisagem e, a não ser que você seja o Dashiell Hammett ou o Raymond Chandler, esqueça o queixo quadrado do bandido ou a descrição pormenorizada dos personagens. Corte o que for possível. Depois dê uma de Raymond Carver e, nem aí para os pruridos da vaidade, mande o resto para o editor acabar de cortar.

Sempre cabe uma linha a menos no texto, é o efeito Rexona aplicado na axila gramatical. Evite essas metáforas complicadas, passe por cima de expressões como “em geral”, como está no primeiro parágrafo, pois elas têm a mesma função-paralelepípedo dos parênteses, dos travessões. Chute para fora da página tudo mais que faça as pessoas tropeçarem na leitura ou darem aquela ré em busca do verdadeiro sentido da frase que passou.

Deixe tudo em pratos limpos, sem tamanho lugar-comum. Ouça a voz do flanelinha semântico gritando a chave para o bom texto. “Deixa solto, doutor.”

É mais ou menos por aí, eu disse para a menina que me perguntou como é essa coisa de escrever.

Para sinalizar o trânsito das ideias, use apenas o ponto e a vírgula, nunca juntos. Faça com que o primeiro chegue logo, e a outra apareça o mínimo possível. Vista H emingway, só frases curtas. Ouça João Cabral, nada de perfumar a rosa com adjetivos.

Mergulhe Rubem Braga, palavras, de preferência com até três sílabas. “Pormenorizada”, vista acima, é palavrão absoluto. Dispense, sem pormenores.

O texto deve correr sem obstáculos, interjeições, dois pontos, reticências e sinais que só confundem o passageiro que quer chegar logo ao ponto final. Cuidado com o “que quer” da frase anterior, pois da plateia um gaiato pode ecoar um “quequerequé” e estará coberto de razão. A propósito, eu disse para a menina, perca a razão quando lhe aparecer um clichê

desses pela frente.

Você já se livrou do “mas”, agora vai cuidar do “que” e em breve ficará livre da tentação de sofisticar o texto com uma expressão estrangeira. É out. Escreva em português. Aproveite e diga ao diagramador para colocar o título da matéria na horizontal e não de cabeça para baixo, como está na moda, como se estivesse num jornal japonês.

Pode-se escrever baixinho, como faz o Verissimo, que ouviu muito Mario Reis para chegar àquela perfeição de texto de câmara. Outra opção é desabafar pelos cinco mil alto-falantes o que lhe vai na pena da alma, como faz o Xico Sá, que aprendeu a escrever com o Waldick Soriano. Escreva com a sonoridade que lhe aprouver, nunca com cacófatos assim ou verbos que façam o leitor perguntar para o vizinho do lado que maluquice é essa de “aprouver”. Fuja da voz passiva, da forma negativa, do gerundismo e principalmente da voz dos outros. Se falo fino, se falo grosso, ninguém tem nada com isso. O orgulho do próprio “falo”, e fazê-lo firme e com charme, é uma das chaves do ofício.

De vez em quando, abra um parágrafo para o leitor respirar. Alguns deles têm a mania de pegar o bonde no meio do caminho e, com mais parágrafos abertos, mais possibilidades de ele embarcar na viagem que o texto oferece. Escrever é dar carona. Eu disse isso e outro tanto do mesmo para a menina. Jamais afirmei, jamais expliquei, jamais contei ou usei qualquer outro verbo de carregação da frase que não fosse o dizer. Evitei também qualquer advérbio em seguida, como “enfaticamente”, “seriamente” ou “bemhumoradamente”. Antes do ponto final, eu disse para a menina que tantas regras, e outras a serem ditas num próximo encontro, serviam apenas de lençol. Elas forram o texto, deixam tudo limpo e dão conforto. Escrever é desarrumar a cama.

Menos da metade das crianças do 3º ano se sai bem em matemática



Três em cada dez alunos da região Norte aprendem o esperado na disciplina

Pesquisa nacional divulgada nesta quinta-feira (25) mostra que apenas 42,8% dos alunos do 3º ano do ensino fundamental (crianças com 8 anos) aprenderam o que era esperado em matemática. Isso significa que eles conseguem, por exemplo, dominar a adição e subtração, além de resolver problemas que envolvem notas e moedas. Em leitura, o índice é um pouco maior: 56,1%.

Os dados são da Prova ABC (Avaliação Brasileira do Final do Ciclo de Alfabetização), feita pelo Todos Pela Educação, Instituto Paulo Montenegro, Fundação Cesgranrio e o Inep (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira).Os resultados foram apresentados nas escalas Saeb (Sistema de Avaliação da Educação Básica) de leitura e matemática, elaboradas pelo MEC (Ministério da Educação).

Os alunos que atingiram 175 pontos aprenderam o esperado para o nível. Em matemática a média nacional ficou em 171 pontos. Acima desta taxa, ficaram apenas as regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste. Mais de 55% dos alunos do Sul aprenderam o esperado na etapa. No Norte, o índice foi de apenas 28% e no Nordeste, de 32%.

Os resultados também variam entre os alunos das escolas públicas e privadas. Enquanto a média nacional dos alunos da rede particular foi de 211 pontos, a da rede pública ficou em 158. A média das públicas em nenhuma das regiões atingiu o mínimo esperado (175 pontos). O pior desempenho foi o da região Norte, com 145 pontos – apenas 22% dos estudantes atingiram a média. E o melhor foi o do Sul, com 171 – 44,5% tiveram resultado adequado.

Priscila Cruz, diretora executiva do Todos pela Educação, afirma que é possível perceber a desiguldade educacional no país logo nos primeiros anos de escolaridade. Segundo ela, o diagnóstico precoce dos problemas deve ajudar as prefeituras a tomar providências, como melhorar materiais e investir na formação de professores. Maior atenção à educação infantil também é vista como um desafio para o país.

- O direito à educação é o mesmo para todos. Temos que reduzir essas desiguldades.

João Horta, do Inep, diz que os resultados podem ser revertidos com mais investimentos. Ele defende a apliação do sistema de ensino integral, para melhor atendimento a alunos com dificuldades.

- Aumentar as horas de estudos das crianças pode minimizar as diferenças.

Leitura e escrita


O desempenho médio dos alunos que fizeram a prova de leitura foi de 185 pontos na escala. O número varia de acordo com a região. O Sul, Sudeste e Centro-Oeste tiveram resultado acima da média nacional (175) com, respectivamente, 197, 193 e 196 pontos. Novamente abaixo da média ficaram o Norte e o Nordeste com, respectivamente, 172 e 167 pontos.

Enquanto 42,5% dos alunos da região Nordeste conseguem, por exemplo, identificar temas de uma narrativa, localizar informações explícitas e identificar características de personagens, mais de 64,6% do Sul fazem o mesmo.

Os alunos da rede privada atingiram, na média nacional, 216 pontos em leitura, e os da rede pública fizeram 175 pontos. Em relação à escrita, 65,8% dos estudantes do Sudeste tiveram bom desempenho. No Nordeste o número ficou em 30,1%, abaixo da média nacional, que foi de 53,4%.

A Prova ABC foi aplicada nos primeiros meses de 2011 a uma amostra probabilística de 6.000 alunos. A seleção levou em conta a proporção das escolas de cada rede

Pelo menos este está funcionando...


Está tudo em ordem. Chaves, celular, dinheiro. Tudo aqui. Mais um dia como outros tantos em minha vida, mas esse resolveu me atazanar às ideias. Não sei se pareço um alvo fácil para chiliques de aparelhos eletrônicos ou se as correntes magnéticas destrutivas fluem de mim, o fato é que tudo aqui em casa resolveu não funcionar. Quando digo tudo, é tudo mesmo. Faz duas semanas o DVD disse: “não vou produzir mais nenhum som daqui pra frente”. Decidi que não iria desviar meu propósito de comprar a minha tão sonhada TV. E diga-se de passagem que a tv que está em meus aposentos não está de bem comigo.

Como é de conhecimento de muitos, senão todos, o dinheira aqui em casa vem dos bombons de chocolate e dos docinhos que fazemos (famosos Susi doces e trufas, no início da página) e derreter chocolate é quase um tormento sem um microondas que resolveu também bater o pé e gritar: “a partir de hoje o meu prato não vai rodar! Nunca mais!”. Há dois dias a maravilhosa impressora HP (isso para não ser indecoroso) também não reconhece mais cartuchos e consequentemente não imprime o que eu preciso para a faculdade.

Hoje coloquei um trabalho no meu tablet (que também me serve de pendrive) para imprimir na faculdade. Por precaução, enviei uma cópia para o meu e-mail. Quando cheguei lá, o meu lindo e belo tablet funcinou perfeitamente. O problema é que o cabo ficou em cima da minha mesa e sem este não há como pegar o arquivo.

Como estava esperando uma ligação da Verônica do Jornal da Tarde para um entrevista sobre Borderline, deixeu meu celular ligado. Vi que estava chamando e tentei atender. O touchscreen não funcionava. Meu dedo atravessava a tela e quase saia do outro lado e nada. E o pior é que não há botões além dos virtuais. Soltei os cachorros dentro do ônibus e fui comprar outro.

Cheguei na Casa e Vídeo por volta das 8 da noite. Havia um rapaz apenas atendendo os compradores de celular que resolveram tirar o dia para comprar um aparelho novo. Quando chegou a minha vez que ser atendido o modelo que eu escolhi apenas tinha o do mostruário que estava lacrado por um vidro. Minha paciência começou a ir pelos ares, contudo, ainda restava o infeliz procurar o código em sua pastinha de códigos. Não achou. “Vou pegar um lá dentro, senhor, só um minuto.” Um, dois, sete... Dava para fazer um filho com aquele minuto dele. Assim que voltou e me deu o tal papel, fui correndo ao caixa. Hávia uma moça inexperiente sendo ensinada por uma veterana. Acabou a bobina da máquina. “Só um minuto, senhor”. A impressão que tive foi de viajar até a mata fechada na Amazônia e produzir o rolo.

Depois fui conduzido a um rapaz para receber das mãos dele o meu produto. Ele voltou duas vezes, perguntou-me se era do mostruário e eu responti afirmativamete quase lançando-me ao pescoço do franzino. Ele voltou com uma caixa apenas com os acessórios e pediu que eu fosse até o setor pegar com o primeiro rapaz o celular que estava na vitrina. E foi o que fiz, mas e o primeiro rapaz? Onde está? Foi atender outra pessoa. Finalmente consegui sair da loja. Eram 10h20min. Pelo menos este está funcionando.

23 de agosto de 2011

Vai se entregar pra mim...

Queria não falar sobre isso. Para ser sincero, não queria dizer nada. Esse fim de semana acabou comigo. Estou com uma falta de ar terrível e cada vez que eu empurro oxigênio aos pulmões percebo que ele pesa (o ar) mais que qualquer coisa na face da terra. Após uma noite sem dormir, tentando respirar e sufocando a maior parte do tempo, descobri por parte da minha mãe que tenho crises de bronquite desde pequeno. Estas cessaram na pré-adolescência e não mais voltaram. Até este domingo. Pois é, domingo para mim é o dia nacional de se passar mal. Estou convalescente em quase todos.




Descobri nesta segunda feira que sou viciado em Paula Fernandes. Quem é essa? Bom, muitas pessoas não a conhecem, mas ela é a principal cantora da atualidade que diferente do Luan Santana, que ao ser questionado quanto à sua sexualidade disse “eu gosto é de mulher e isso é intriga porque fechei 2010 como a maior venda do ano (400 mil cds)”, Paula disse: “sou muito grata por todo o carinho”. Segundo a ABPD (Associação Brasileira dos Produtores de Disco) o álbum PAULA FERNANDES AO VIVO está em mais de 1 milhão de casas diferentes, sem contar as cópias piratas e trafegadas na internet.



Sem falar mal do Luan Santana ou bajular a Paula Fernandes, acho que não vou conseguir tirar “Pássaro de fogo” da minha cabeça. A música é simples ao contrário do jeito puro e virginal da cantora carrega uma simplicidade erótica avassaladora como no verso´Cavalgue em meu corpo, ó ( ô ) minha eterna paixão... É do tipo de música que “massageia a alma” como tenho o costume de dizer.




Pássaro de Fogo
Paula Fernandes
Composição: Paula Fernandes

Vai se entregar pra mim
Como a primeira vez
Vai delirar de amor
Sentir o meu calor
Vai me pertencer

Sou pássaro de fogo
Que canta ao teu ouvido
Vou ganhar esse jogo,
Te amando feito um louco
Quero teu amor bandido

Minha alma viajante, coração independente
Por você corre perigo
To afim dos teus segredos
De tirar o teu sossego
Ser bem mais que um amigo

Não diga que não
Não negue a você
Um novo amor
Uma nova paixão
Diz pra mim...

Tão longe do chão
Serei os teus pés
Nas asas do sonho rumo ao teu coração
Permita sentir
Se entrega pra mim
Cavalgue em meu corpo, ó ( ô ) minha eterna paixão...

Vai se entregar pra mim
Como a primeira vez
Vai delirar de amor
Sentir o meu calor
Vai me pertencer

Sou pássaro de fogo
Que canta ao teu ouvido
Vou ganhar esse jogo,
Te amando feito um louco
Quero teu amor bandido

Minha alma viajante, coração independente
Por você corre perigo
To afim dos teus segredos
De tirar o teu sossego
Ser bem mais que um amigo

Não diga que não
Não negue a você
Um novo amor
Uma nova paixão

Diz pra mim...

Tão longe do chão
Serei os teus pés
Nas asas do sonho rumo ao teu coração
Permita sentir
Se entrega pra mim
Cavalgue em meu corpo, ó ( ô ) minha eterna paixão...

Tão longe do chão
Serei os teus pés
Nas asas do sonho rumo ao teu coração
Permita sentir
Se entrega pra mim
Cavalgue em meu corpo, ó ( ô ) minha eterna paixão...

Costumes



Costumes
Paula Fernandes
Composição: Roberto Carlos e Erasmo Carlos

Que pudesse esquecer
 Certos velhos costumes
 Eu pensei
 Que já nem me lembrasse
 De coisas passadas

Eu pensei
 Que pudesse enganar
 A mim mesmo dizendo
 Que essas coisas da vida em comum
 Não ficavam marcadas

Não pensei
 Que me fizessem falta
 Umas poucas palavras
 Dessas coisas simples
 Que dizemos antes de dormir

De manhã
 O bom dia na cama
 A conversa informal
 O beijo depois o café
 O cigarro e o jornal

Os costumes me falam de coisas
 De fatos antigos
 Não me esqueço das tardes alegres
 Com nossos amigos

Um final de programa
 Fim de madrugada
 O aconchego na cama
 A luz apagada
 Essas coisas
 Só mesmo com o tempo
 Se pode esquecer

E então eu me vejo sozinha como estou agora
 E respiro toda a liberdade
 Que alguém pode ter

De repente ser livre
 Até me assusta
 Me aceitar sem você
 Certas vezes me custa
 Como posso esquecer dos costumes
 Se nem mesmo esqueci de você

21 de agosto de 2011

Por amor? Só?

"Quem quer dar aula faz isso por gosto, e não pelo salário. Se quer ganhar melhor, pede demissão e vai para o ensino privado." - Cid Gomes, atual governador do estado do Ceará.

20 de agosto de 2011

A Fera - Capítulo 1


Aquele era um dos lugares mais quentes em que já estive. As paredes fumegavam e tive que pedir ao meu anfitrião que me deixasse o gravador em estado sólido para que eu pudesso fazer a entrevista. Ele usava um terno vermelho, cor de fogo. Sempre muito cordeal, ofereceu-me uma bebida que neguei durante toda aquela tarde. Pelo menos no meu mundo estavamos à tarde. Hávia apenas fogo. Um de seus criados fora trazer a minha entrevistada. Pequenos sereszinhos que carregavam pela mão a senhora de pele não mais branca, mas decomposta em uma caveira perfeita. Enquanto eu apertava o REC, o esqueleto acomodava-se na cadeira posta entre o anfitrião e eu.

-Olá!

-Olá. – A voz respondeu-me como uma cobra, sorrindo e aos sussurros.

-Podemos andar logo com isso. Tenho mais o que fazer – Murmurou Lúcifer, meu anfitrião. Sim, eu estava no inferno. Não poderia perder a oportunidade de entrevistar-la. A Fera. A Fera da Penha. Tantos anos de trabalho e é a primeira vez que tenho uma oportunidade de fazer a entrevista do século.

A fita começou a rodar no gravador e fiz minha primeira pergunta.

-Diga-me qual é o seu verdadeiro nome? – minha voz saiu meio trêmula.

-Neyde Maia Lopes. Aqui todos me conhecem como A Fera.

-Você gosta desse apelido?

-Sim. Faz com que pessoas como você se borrem de medo.

Ajeitei a minha gravata, como um gesto de disfarce. Senti minha garganta seca. Não iria beber das adentes águas de Lúcifer. Eu precisava levar aquela entrevista até o fim.


............................. continua


Pérolas do Facebook


Acredito que todos aqui, que possímos um perfil em redes sociais ou e-mails, já fomos surpreendidos com mensagens para se passar adiante. Umas falam de temas bonitinhos, outras de política e outras ainda de pura palhaçada. Pois bem, estou de saco cheio delas e algumas estão aqui e é claro com seus devidos remetentes. Vão me processar? Não disseram pra passar adianta? Esqueceram de dizer como... 

PS.: Todos são meus amigos do Facebook, portanto pessoas com quem tenho vínculo, seja pequeno ou grande.
......................................... 

No céu estão Amy Winehouse, Jimi Hendrix, Jim Morrisson, Lennon, Freddie Mercury, Cobain, Cazuza, Janis Joplin, Cassia Eller, Renato Russo, Elvis e Michael Jackson! Tá valendo mais a pena morrer que ir no Rock in Rio." – Extraído do mural de Michael Chalita.

EU ME COMPORTAR? Desde pequena vi o Tarzan andar pelado. Cinderela chegava meia noite. Pinocchio mentia. Aladim era ladrão. Batman dirigia a 320 km/h. Branca de Neve morava com 7 homens. Popeye fumava e era todo tatuado. E o PacMan corria numa sala escura com música eletrônica comendo pílulas que o deixavam acelerado. TARDE DEMAIS! A culpa é da INFÂNCIA! Se vc teve essa infância, cole no seu mural. HAHAHA - Extraído do mural de Elis Werneck.

Se você é honesto e nunca roubou, nem matou, sabe ler e escrever, copie isso aqui e cole no seu mural. Mas se você é flamenguista aguarde a próxima brincadeira! - Extraído do mural de Philippe Fernandes.

FAÇA O TESTE:
01 - Entre no site dos Correios (correios.com.br)
02 - Procure pelo CEP: 08383-015(ao lado direito no Busca CEP ou Endereço)
03 - Quando parar de rir, publique isso para que todos vejam que os correios falam a verdade... !!!!!!!!!! - Extraído do mural de Wally Osvanilda.


FLAMENGUISTA É IGUAL A POMBO. TEM PRA CARALHO, NÃO SERVE PRA NADA, NÃO AJUDA EM NADA, NÃO CANTA, NÃO É BONITO, SAEM NA PORRADA ENTRE ELES MESMOS, VAGAM ATRAS DE PÃO DURO POR AE, CAGA A CIDADE TODA E AINDA TRANSMITE DOENÇA. - Extraído do mural de Thais Santos


Vai transar? - O governo dá camisinha.
Já transou? - O governo dá a pílula do dia seguinte.
Teve filho? - O governo dá o Bolsa Família.
RESOLVEU VIRAR BANDIDO E FOI PRESO? - O GOVERNO DÁ O AUXÍLIO RECLUSÃO - "Todo presidiário com filhos tem direito a uma bolsa de R$ 862 ,11 POR filho."
Agora experimenta estudar e andar na linha pra ver o que é que te acontece! Salário mínino R$ 545,00.
Se você é brasileiro, passe adiante! - Extraído do mural de Augusto Fagner

UM HOMEM NEGRO ENTRA EM UM BAR. UM HOMEM BRANCO DIZ: “NÃO PERMITO PESSOAS DE COR AQUI!” O NEGRO DIZ: “EU NASCI NEGRO. QUANDO EU ESTOU CONGELANDO, EU SOU NEGRO. QUANDO ESTOU DOENTE, EU SOU NEGRO. QUANDO EU ESTIVER MORTO, ESTAREI NEGRO. QUANDO VOCÊ NASCE, VOCÊ É ROSA. QUANDO VOCÊ ESTÁ CONGELANDO, VOCÊ É AZUL, QUANDO VOCÊ SE SENTIR ENVERGONHADO, VOCÊ FICA VERMELHO. QUANDO VOCÊ ESTÁ MORTO, VOCÊ FICA ROXO, E VOCÊ ESTÁ ME CHAMANDO DE PESSOA DE COR? “ COMPARTILHA ISSO SE VOCÊ ESTÁ CONTRA O RACISMO. - Extraído do mural de Caio Pacheco Furão

S.O.L.T.E.I.R.O
Sociedade Organizada Livre de Tormentos, Erros, Irritaçoes, Rolos e Obrigações.
Se você é SOLTEIRO, cole isso em seu mural e faça parte da nossa sociedade. - Extraído do mural de Fábio Neves

Quando eu brincava de esconde esconde, eu contava desse jeio: 27,28,29 30 T1 , T2 , T3 , T4 , T5 , T6 , T7 , T8 , T9, 40, 41... Se você fazia o mesmo CURTA, e poste no seu mural! - Extraído do mural de Douglas Ramalho

Ganhei o ano 2004
Idade: 12 anos
Cursava: 5º série
Namorando na época: .-.
Cantor preferido na época: Bonde do Tigrão, alguns axé, Charme, e o que tocava na época
Era: Violenta, batia nos moleques na rua, na escola e seja onde fosse, era só me zoar muito eu metia a porrada=D, era meio gordinha ainda e usava um penteado que eu odeio até hoje, fazia parte de um grupo de Lamba aeróbica =}
Se curtir eu te dou um ano. Extraído do mural de Maira Ingrid

Se vc está solteira, "e o namorado?" Se vc está namorando, "e o noivado?" Se vc está noiva, "e o casamento?" Se vc está casado, "e o bebê?" Se vc é mãe, "e o irmãozinho?" Se vc é mãe de 2, "e o 3º?" Se vc é mãe de 3... "nossa pq tanto filho?" Se você se separa, "por que se separou?" Se vc refaz sua vida, "mas já?" Resumindo... Tem mta gente pra tomar conta da vida dos outros!!! rsrsrsrs Se os outros nunca estão satisfeitos, e vc se orgulha de ser quem é, cole isso no seu mural. Extraído do mural de Rebeca Ferreira

17 de agosto de 2011

À espera de um milagre


Por muitas vezes, não sabemos como descrever o que estamos sentindo. Falta dinheiro, falta paz, falta força, e principalmente fé. Não estou interessado no que mentes alheias irão pensar. Já me preocupei demais com as besteiras que falam de mim e para mim.

Hoje, no fim do dia, estou sentindo-me cada vez mais Borderline, Bipolar e depressivo. Estou sentindo falta de certos detalhes que nunca foram relevantes para mim, mas é certo que buscam à minha mente como se fossem um imã. Sinto falta de certos abraços que nunca dei (e possivelmente nunca os darei). Há pessoas que me fizeram mal e que fiz questão de enterrar. Confesso que sinto falta dessas pessoas. Pena que não foram sinceras. Pena.

Estou tentando manter a promessa que fiz a mim mesmo de que eu nunca me arrependeria ou sentiria remorso do que fiz ou não fiz. É quase impossível. Confesso que às vezes fecho os olhos lembrando do que não foi, me vendo gritar nomes e pedir perdão desesperado e aos prantos por algo que eu não fiz e que só me trouxe tristezas. Só para ter a doce ilusão de um passado que se autoexuma todos os dias.

Não planejei, mas hoje fui parar na igreja. Gosto de lá. Sirvo a Deus por que gosto. Mas há momentos que eu me sinto um extraterrestre. Depois de ler um texto no Blog do PC, refleti sobre o quanto deixei de ouvir músicas evangélicas. Gosto muito de algumas, em especial Fernanda Brum (são sou muito chegado à Aline Barros como o resto da humanidade). Contudo, da minha coleção de 200 cd’s evangélicos ouço apenas a própria Fernanda Brum e algumas músicas de outros cantores. Por quê? Alguns cantores cantam tão agrecivamente que proporcionam-me cefaléia. Sei que tudo é questão de gosto e sendo assim, vou continuar com Fernanda Brum.

Não sei se isso terá sentido para algumas pessoas, entretanto, acho que esse Blog me ajuda a sobreviver. Sempre será uma terapia. Quando eu quiser falar, vou falar sem medo de me expor (infelizmente não totalmente como gostaria). Deixo-lhes essa música que gosto tanto, da Fernanda Brum e da Eyshila que diz exatamente o que estou sentindo agora e sei que muitos leitores desse Blog se identificaram com a letra.

Abraços e até o próximo post.


Espera de um Milagre – Fernanda Brum e Eyshila
Composição: Emerson Pinheiro, Fernanda Brum e Eyshila

Quem é que vai se importar
 Com aquele que está
 Esquecido na estrada?
 Onde haverá um lugar
 Onde eu possa amar,
 Ser feliz e mais nada?

Onde estão os que andavam comigo
 Quando tudo era bem melhor?
 Onde estão os meus melhores amigos
 Que oravam por mim, choravam por mim
 Onde estão?

À espera de um milagre eu ainda estou,
 Insisto
 Disso eu não abro mão
 Eu não vou morrer aqui nessa solidão
 Amigos
 Deus sabe onde estão.

16 de agosto de 2011

Opinião

Não serei repetitivo, falando sobre o quanto este Blog me permite expressar a opinião sem ser indelicado ou desrespeitoso em relação aos leitores. Mas em relação à essa situação gostaria que pudéssemos debater e trocar opiniões sobre o que descordamos. Isso, mesmo que não nos faça mudar de posição, nos faz observar outros ângulos das situações exploradas.

Essa semana tive um desses debates com a Wally. Ela discordou de mim quando disse que achava "normal todas as formas de sexo" e a pedofilia, inclusive. Após de longas pesquisas e trocas de recados e cometários percebi onde começava o x. Acredito que expressei-me de forma um tanto ambigua. Ao dizer que achava normal um indivíduo sentir atração sexual por crianças, mas deixei subentendido nas minhas entrelinhas particulares que isto era diferente de ser normal o fato de pessoas sentirem impulso em estuprar crianças.

Na minha opinião, uma pessoa que sente um desejo sexual à sua forma, não deixará de senti-lo nunca. A intervenção de um tratamento seria uma forma manter esse indivíduo contido, mas não exorcisando dele a atração sexual seja por que objeto for (criança, homossexual, heterossexual, animal, planta, cadáver, etc).

Bem, a Wally continua discordando de mim. E sei que muitas pessoas que leem o Blog também. E isso me faz crescer em conhecimento e domínio próprio. Gostaria que expressassem suas opiniões, afinal, esse espaço é altamente democrático e livre. Digam o que pensam. Quais são suas opiniões.

Abraços e até o próximo post!

14 de agosto de 2011

Acho que não somos seres humanos




Muita gente vem até mim falar sobre o sucesso do meu Blog. Pessoas que eu sequer imaginava que estariam lendo tais palavras em algum momento dos seus dias param tudo e leem o que eu escrevo ou republico. Acontece que isso às vezes me deixa desconcertado. Minha sinceridade não foi feita para imaginar até onde estas letras irão chegar e nem em que idioma elas soprarão. Cada uma dessas palavras representa um pouco de mim e mesmo que possa parecer promíscuo, indecente, polêmico e outras coisas mais, este canal é perfeito para mim.



Depois da minha odisseia para tentar chegar à faculdade, peguei um livro sobre erotismo no Império Romano. Fico pensando em como somos parecidos com animais? Tudo neste planeta faz sexo. Já falei sobre formais muito estranhas em contos que escrevi e postei aqui, contudo, há ainda muitas outras formas de sexo a serem desvendadas e documentadas. Há pessoas que possuem atração por cadáveres, animais, plantas, escremento e tantas outras coisas. Tudo isso é normal.



Adoro falar de sexo. Não vejo problema algum nisso. Todo mundo tem. Todo mundo faz e se ainda não fez irá fazer seja de qual forma for. Há 3.000 anos atrás havia um boom no adultério porque as pessoas, em casamentos arranjados, eram infelizes e por isso o sexo adúltero era selvagem. Não acho que mudamos tanto assim, mas há de se aceitar que a nossa sociedade é sexualmente frustrada. As pessoas tem tanto medo (ou vergonha) de falar de sexo que isso se transforma em um tédio. Claro, que não é necesário dizer “faço isso, faço aquilo” aos quatro cantos, mas admitir para si mesmo (a) “nesta posição sinto mais prazer” ou “acho que se eu usar o sabonete e esse choveirinho fica um espetáculo!” não distroi ninguém.


Admirar alguém na rua, conhecer bem o órgão sexual do seu parceiro (a) e o seu também é fundamental. Como exigir de alguém o que você não tem a mínima ideia? Visitar um sexshop pode ser constrangedor na primeira vez, mas depois você pode descobrir produtos que se identifiquem com você. Sei que amanhã (ou hoje mesmo) alguém virá a mim e dirá “Ai, meu Deus, que pouca vergonha!”. Deixo de antemão a dica: o Livro de Cantares de Salomão - uma verdadeira narração erótica na Bíblia, bem mais afrodisíaca qua o próprio Khama Sutra. Vai se escandalizar? Estranho é que ninguém se escandaliza com o nariz na vida alheia, não é? Até parece que não somos seres humanos...

13 de agosto de 2011

Trabalhar sofrendo: pode?


Não se leva a sério a depressão no fim dos relacionamentos
Por Ivan Martins - editor-executivo de ÉPOCA
Sugestão de Karine Luiz 

Se o mundo fosse perfeito, minha amiga estaria em casa, chorando no sofá. Ou se hospedaria num hotel à beira da praia, que convidasse a longas caminhadas vespertinas. Acho que ela também gostaria de ficar ao pé de uma montanha mineira, numa casa com varanda, onde pudesse tomar chocolate quente várias vezes ao dia e ler quieta, bem quietinha, enrolada numa manta.

 Mas, sendo o mundo como é, minha amiga tem de trabalhar. Tem de exibir, a dois metros do chefe, seus olhos inchados de choro, suas olheiras de quem não dorme direito há dias. Ela terminou um namoro de anos, mal consegue respirar, mas está de emprego novo e precisa, desesperadamente, mostrar serviço – ainda que chorar no banheiro seja a única coisa que ela realmente é capaz de fazer por estes dias.

 O que vocês acham disso? Eu acho uma droga.

 Tendo estado algumas vezes nessa situação, sei que as crises de relacionamento são subestimadas pelo capitalismo do século 21. Como já haviam sido, aliás, pelo capitalismo do século 20. Uma gripe é justificativa aceitável universalmente para faltar ao trabalho, mas a depressão causada pelo fim de um relacionamento não é. Faz sentido? Não.

 Quem viveu uma situação de rompimento sabe os estragos físicos e emocionais que essas coisas provocam. Lembro de uma amiga recebeu sem aviso prévio a notícia de que seu marido estava de mudança para a casa de outra. Ela trabalhava ao meu lado e pude vê-la definhando no trabalho, dia após dia. Foi uma espécie de agonia pública que durou meses, virou doença e quase terminou em cirurgia.

 Não acontece só com as mulheres, claro. Lembro de um colega que levou um pé na bunda por telefone uns dias antes de uma viagem de trabalho ao exterior. Lá, com frio de menos 10 graus, ele não conseguia nem comer, de tanta angústia. Voltou da viagem ainda pior do que saiu, realmente deprimido, vários quilos mais magro.

 Acho que todo mundo já viveu uma história como essa ou testemunhou alguma coisa parecida. São dramas tão comuns quanto os resfriados. A sociedade, porém, trata as duas coisas de forma diferente.

 Se o problema é físico, há consideração. Se é emocional, nem tanto. Se, por trás da crise emocional, houver um problema afetivo, então realmente não conta. Supõe-se que os problemas afetivos não sejam sérios a ponto de interferir na rotina - embora um divórcio, na escala do stress, conte tanto como doença grave ou morte em família.

 Há certa esquizofrenia nisso.

 A nossa tradição exalta o romance, mas não percebe o seu término como um ato grave. A alegria pelo casamento é celebrada de forma pública, inclusive com folga no trabalho, mas o luto pelo fim do casamento não é sequer reconhecido. A dor não tem espaço oficial no nosso meio, embora interfira, profundamente, no nosso bem estar e até na nossa saúde. Certamente derruba a nossa produtividade.

 Ontem, antes de escrever, conversei com algumas pessoas sobre o ato de “trabalhar sofrendo” e percebi que há um segundo ponto de vista sobre o assunto: as pessoas acreditam que a rotina do trabalho ajuda a superar os problemas afetivos. “Melhor do que ficar em casa sofrendo”, dizem. Eu posso entender, mas não acho que valha para todas as situações e muito menos para todas as pessoas. Gosto de pensar que os nossos sentimentos têm ciclos que precisam ser vividos.

 Quando estamos apaixonados, criamos ambientes e situações que nos permitam apreciar intensamente o sentimento. Fazemos viagens, passeios, jantares. Vamos a hotéis, motéis, ruas desertas. Procuramos, intuitivamente, um espaço e um tempo de aproveitamento da paixão. Criamos uma bolha que nos protege da realidade. Parece natural. Por que, então, seria diferente com a dor?

 Talvez o luto pela perda – ainda que você a tenha desejado e provocado, ainda que ela tenha se tornado inevitável – também precise ser vivido intensamente. Talvez devêssemos nos isolar para sofrer como, de certa forma, nos isolamos para gozar. Talvez assim a dor durasse menos e não nos trouxesse as consequências graves e duradouras que às vezes traz.

 No afã de nos livramos do sofrimento, metemos a cara no trabalho e, muitas vezes, saímos mancos da experiência. Tenho a impressão de que as nossas dores mal curadas – como os proverbiais resfriados da infância – retornam mais fortes e mais perigosas.

 Mas essa é apenas
a minha opinião.

 Haverá um monte de gente para explicar que a economia não suportaria o peso dos nossos afetos mal sucedidos. Deve ser possível demonstrar, numa planilha, que a competitividade nacional despencaria se os brasileiros fossem sofrer em casa, em vez de fazer isso na fábrica ou na mesa de operações do banco. Mas eu, francamente, não dou a mínima.

 Se estivesse em meu poder, mandaria a minha amiga para casa. Poria ela no sofá diante da janela, com um chocolate fumegando ao alcance das mãos e diria: se precisar, telefone. Tenho certeza de que ela estaria melhor na casa dela, sozinha, do que a dois metros do chefe, com os olhos vermelhos e o coração aos pulos, tendo que fingir que está tudo bem. Tudo bem, uma ova.