25 de agosto de 2011

Menos da metade das crianças do 3º ano se sai bem em matemática



Três em cada dez alunos da região Norte aprendem o esperado na disciplina

Pesquisa nacional divulgada nesta quinta-feira (25) mostra que apenas 42,8% dos alunos do 3º ano do ensino fundamental (crianças com 8 anos) aprenderam o que era esperado em matemática. Isso significa que eles conseguem, por exemplo, dominar a adição e subtração, além de resolver problemas que envolvem notas e moedas. Em leitura, o índice é um pouco maior: 56,1%.

Os dados são da Prova ABC (Avaliação Brasileira do Final do Ciclo de Alfabetização), feita pelo Todos Pela Educação, Instituto Paulo Montenegro, Fundação Cesgranrio e o Inep (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira).Os resultados foram apresentados nas escalas Saeb (Sistema de Avaliação da Educação Básica) de leitura e matemática, elaboradas pelo MEC (Ministério da Educação).

Os alunos que atingiram 175 pontos aprenderam o esperado para o nível. Em matemática a média nacional ficou em 171 pontos. Acima desta taxa, ficaram apenas as regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste. Mais de 55% dos alunos do Sul aprenderam o esperado na etapa. No Norte, o índice foi de apenas 28% e no Nordeste, de 32%.

Os resultados também variam entre os alunos das escolas públicas e privadas. Enquanto a média nacional dos alunos da rede particular foi de 211 pontos, a da rede pública ficou em 158. A média das públicas em nenhuma das regiões atingiu o mínimo esperado (175 pontos). O pior desempenho foi o da região Norte, com 145 pontos – apenas 22% dos estudantes atingiram a média. E o melhor foi o do Sul, com 171 – 44,5% tiveram resultado adequado.

Priscila Cruz, diretora executiva do Todos pela Educação, afirma que é possível perceber a desiguldade educacional no país logo nos primeiros anos de escolaridade. Segundo ela, o diagnóstico precoce dos problemas deve ajudar as prefeituras a tomar providências, como melhorar materiais e investir na formação de professores. Maior atenção à educação infantil também é vista como um desafio para o país.

- O direito à educação é o mesmo para todos. Temos que reduzir essas desiguldades.

João Horta, do Inep, diz que os resultados podem ser revertidos com mais investimentos. Ele defende a apliação do sistema de ensino integral, para melhor atendimento a alunos com dificuldades.

- Aumentar as horas de estudos das crianças pode minimizar as diferenças.

Leitura e escrita


O desempenho médio dos alunos que fizeram a prova de leitura foi de 185 pontos na escala. O número varia de acordo com a região. O Sul, Sudeste e Centro-Oeste tiveram resultado acima da média nacional (175) com, respectivamente, 197, 193 e 196 pontos. Novamente abaixo da média ficaram o Norte e o Nordeste com, respectivamente, 172 e 167 pontos.

Enquanto 42,5% dos alunos da região Nordeste conseguem, por exemplo, identificar temas de uma narrativa, localizar informações explícitas e identificar características de personagens, mais de 64,6% do Sul fazem o mesmo.

Os alunos da rede privada atingiram, na média nacional, 216 pontos em leitura, e os da rede pública fizeram 175 pontos. Em relação à escrita, 65,8% dos estudantes do Sudeste tiveram bom desempenho. No Nordeste o número ficou em 30,1%, abaixo da média nacional, que foi de 53,4%.

A Prova ABC foi aplicada nos primeiros meses de 2011 a uma amostra probabilística de 6.000 alunos. A seleção levou em conta a proporção das escolas de cada rede

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