22 de junho de 2011

A ondulação no gráfico do amor humano


Os assuntos relacionados aos seres humanos são sempre um tanto intermitentes. Ninguém é normal ou perfeito. Não faz nem tanto tempo assim, os casamentos eram arranjados pela conveniência dos pais dos noivos e o amor “viria depois”. Milênios em que tal filosofia dava certo (ou pelo menos mantinha a sua estabilidade) resolve-se quebrar os tabus: jovens agora decidem pelo amor com quem querem se casar. O amor impera em tudo. As músicas românticas são tão melosas que o Roupa Nova poderia ser facilmente chamado de Favo de Mel. E depois de tantos anos da ditadura do amor, volta-se a moda dos casamentos arranjados ou por conveniência, desta vez por parte de um dos pretendentes. Troca-se o sapato velho que vinha com a roupa nova e veste-se shortinhos socados na bunda e dança-se “quero te dar” ao som de Gaiola das poposudas, lideradas pela voz marcante de Valesca Poposuda. Faz-se sexo como se o ato de penetrar o corpo pudesse ser feito por qualquer pau-de-arara que seja fértil e tenha carro e empresa.

Cada indivíduo possui autonomia corpórea e moral, mas nem por isso ver um casal fazendo sexo oral em cada esquina tenha que ser normal. Bem perto daqui há motéis fazendo promoção a R$15,00. Pelo bem geral e moral da nação faça uso deles. E mesmo quem usa suas casas, peço que mantenham as janelas fechadas (principalmente se a janela fique próxima a um ponto de ônibus).
Pergunto-me até quando isso vai durar? Daqui a pouco cartar-se-ão canções melosas outra vez. Camisinhas serão coisas do passado, pois a moda será casar virgem e para toda a vida, até que a morte os separe. Há um dégradé em ondulação no gráfico do amor humano. E a cada um cabe o seu dia e o seu sexo.

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