1 de junho de 2011

O Pederasta

Não contava mais que uma dúzia de anos. O cabelo liso estava pouco acima dos ombros como muitos meninos da sua idade. "As meninas gostam." Eu também gostava. Observava-lhe, por horas, a praticar esportes. Sempre foste apaixonado por futebol. Não me sai da cabeça a sua imagem, correndo atrás da bola. A camiseta branca dizia que ainda não era um homem. O calção azul delineava o contorno de um membro vivo ao qual se tornou minha obsessão.

Depois de algumas palavras descobri que era quase homem, que havia se tocado até descobrir suas verdadeiras fontes de prazer. E nessas palavras tão singelas ofereci-me a ensinar tudo que precisasse saber condicionando ao sigilo absoluto. De imediato pude ser agraciado com a sua afirmativa. Após isso, todos os dias, conversávamos no mesmo parque. Dávamos uma volta, comíamos cachorro quente. Éramos amigos. E sendo assim falávamos de tudo. Ele pediu a mãe para dormir na casa de um amigo para fazer um trabalho. Ingênua, deu-me em bandeja de prata o meu artigo de luxo.

Você descobriu em mim uma forma de ser homem e eu não perdia tempo em fazer-te real o desejo. Não que fosse desmiolado, mas sua inocência fazia ferver minha libido. E assim pedindo que fechasse os olhos, minhas mãos percorreram seu corpo infante como quisessem achar um tesouro. Sentia cada fio do seu cabelo querendo que fossem infindos, mas descobri em seus ombros outro horizonte. Sentia sua respiração, o suor na camiseta, o tremor do seu nervosismo. Intentei despir-te o peito, contudo, minhas mãos queriam mais do teu corpo em tecido. Você sorriu e estremeceu quando senti suas nádegas sobre o calção azul. Confesso que também estremeci, mas não poderia parar agora. Minhas mãos continuaram a seguir sua silhueta até onde realmente queria. Também fechei os olhos para sentir cada milímetro. Não usavas roupa íntima. Sorria aos soluços. Puxei num impulso e revelou-se a mim a imagem de uma genitália mediana, mas que reagia a cada caricia que eu pudesse fazer.

Minha boca abraçou a glande fazendo-lhe estremecer o corpo inteiro. Os gemidos começaram a ficar altos demais até que um líquido ralo e levemente esbranquiçado jorrou. Era algo tão novo para você. Durante muito tempo ficamos assim. E aos dias que seguiam e iam-se embora tudo permaneceu como sempre. Até que eu desejei mais. Desejava o seu corpo e o meu como um só. Uma só carne. Cada vez que te tocava te desejava e assim lhe desejando fui seguindo cada gota de suor que lhe caída da pele. Era como um brinquedo guardado no mais alto da estante e num instante tudo se foi. A sua imagem, a sua voz, a sua nudez. Tudo se foi.

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