5 de outubro de 2011

O Oralista e a Puta



Ele sentia como se fosse tudo queimasse. O pênis ereto, mamilos rijos e olhos fechados. Estava ali para ter sua primeira tranza. Tinha medo de não corresponder às espectativas do pai que o aguardava do lado de fora, ou melhor, dentro de outro quarto.

De fato, aquele não era o melhor lugar para um garoto perder a virgindade. As escadas eram escuras, iluminadas apenas por algumas lâmpadas vermelhas. Após seguir o pai pelos degraus rangentes que anunciavam a chegada de novos clientes, os dois foram conduzidos aos respectivos quartos por uma mulher de meia-idade e o rastro de fumaça deixado pelo cigarro que fumava. O homem soltou um “Vai lá, garoto!” e ele apenas piscou o olho. Não queria de modo algum dar o braço a torcer, mas sentia o corpo estremecer cada vez que a puta lhe lambia a glande.

“Olá, menino! Qual é o seu nome?”. Ele a olhara de cima a baixo. Reparou em tudo o que aquele segundo antes da sua esposta o permitira: cabelos louros, percing na barriga, calcinha fio-dental. “Pedro” – A voz saiu mais trêmula do que imaginara. “Está nervoso? Vou fazer você relaxar...” Ele não teve tempo para responder. As mãos quentes e umidecidas com óleo erotizante já estavam entrando pela camiseta e tirando-a. Os cabelos louros dele se avoaçaram e ela, como uma carinhosa mãe, os ajeitara. Ele sorriu ao olhá-la nos olhos, estava entregue. O entreolhar não durou mais que um segundo, pois as mãos da puta tateavam agora o volume do geniral sobre a bermuda de surfista verde-claro. A respiração começou a ficar mais profunda. Estava agora vestindo apenas a cueca. Passou por sua cabeça o momento em que escolhera a peça íntima. Era uma boxer branca em microfibra e elástico vermelho. Muitos atores dos filmes pornô que assistira usavam uma dessas.

Ela começou a baixar-lhe a última peça e ele pensou não ter “aparato” suficiente para satisfazer a pobre puta. Mas todos os pensamentos deixavam de existir quando sentiu com o próprio pênis o calor daquela boca. Sentiu emergir o membro e entregou-se ainda mais.

Passaram-se alguns minutos nessa posição. Ela, como boa profissional, tentava dar continuidade à tranza. “Não, por favor, não pare!”. E tomado de êxtase ele goza em sua boca o sêmem aquoso de menino imberbe. Ele não quis consumar o resto. Estava curtindo o momento. Então, vestiu sua roupa, despediu-se da puta e foi-se ao encontro do pai. “E aí, como foi, garanhão?!!!” Sua voz tomada de um tom nostálgico acompanhada dos olhos fechados apenas disse: “Foi foda!”

A caminho de casa o garoto pediu ao pai que o levasse lá outra vez. E outra. E mais outras. Em todas as veszesm com a mesma puta e o mesmo sexo oral. Aquilo era viciante. Desejava sentir aquela língua percorrendo todo o corpo do membro até chegar à glande, ao orgasmo.

Certo dia, o pai percebendo a paixão do filho pela puta, decidiu que era hora de seu filho ter relação que ele mesmo conquistasse. Contou ao filho que não pagaria mais a puta. O garoto então trancou-se no quanto e jogou-se da janela, decidindo-se em morrer ao vivem sem a boca da puta.

5 comentários:

  1. Um texto ao estilo Nelson Rodrigues de ser. Parabéns! Um grande abraço.

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  2. Coitado do piá! Bem aquilo que as gurias chamariam de "piá de merda", kkkkk. E o pai acreditaaaando, rs. Mas, falando sério... parabéns pelo "inusitado" do texto, qwue reúne o corriqueiro e o trágico, e ainda aborda uma temática que requer reflexão, ainda nos dias de hoje, por ser uma conduta a ser revista. ;)

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  3. que altura era a janela?

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