14 de agosto de 2013

Sexo como antigamente

- No meu tempo as moças não faziam isso não. A gente namorava com os olhos. Um arrepio, se o menino olhasse de volta. Não vou dizer que não pensávamos em sacanagem. Pensávamos e muito. Mas era diferente. As cuecas eram em outro formato e quando saíamos para as lojinhas ficávamos imaginando aqueles meninos vestindo aquele pedaço de pano, não esse shortinho boiola que os homens usam hoje em dia.

- Que nada. Eu era bem safadinha. Lembro muito bem a primeira vez que vi um piru. Meu quarto tinha janela que dava pra rua e uma vez o menino não aguentou e foi fazer xixi. Eu ficava escondida e deixava apenas uma fresta para poder espiar. Achava engraçado ele sacudindo.

- A primeira vez que eu vi um pinto foi o do meu pai. Era nojento. Mole, grande e cabeçudo. Mamãe tinha uma falta de gosto. O pinto que eu mais gostei de ver foi o do Paulinho.

- Aquele seu namoradinho?

- Sim. Era branquinho e com a pontinha rosa. Mas fiquei com medo de pegarem a gente atrás da árvore. Eu gostava de admirar.

- Você só ficava olhando? Se fosse eu teria feito tanta coisa com ele.

- Mas eu fiz! Não conte isso a ninguém: eu coloquei na boca. Não perdi a virgindade, pois ia ter problemas no casamento e poderia engravidar. Foi tão bom. Quase matei o menino do coração. Levei tempo pra entender que não podia bater nos dentes.

- E você bebeu? Ai que nojo.

- Vai me dizer que você nunca bebeu?

- Nunquinha.

- Pois é muito bom. Essa juventude de hoje não sabe aproveitar nada. Essas moças não sabem se preservar. Saem com todo mundo, mostram a bunda pra todo mundo.

- É mesmo. A filha da vizinha se perdeu, você soube?

- Menina, não me diga? Tão bonitinha... E quenga. Invés de esperar.


- É por isso que eu sempre digo pra Rita: “Rita tu sai da janela que as moças desse lugar nem se demora donzela, nem se destina a casar”

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