24 de setembro de 2009
Por isso que não me deram olhos
Já passou do limite! Eu não aguento mais! Estou ficando rouca de tanto gritar. Preste atenção! Eu não sou escrava das suas vontades. Eu vou gritar mesmo sem voz. O que será de nós?!? Onde deixaram a democracia que não consigo a encontrar?
Em meio a tanta bagunça, encontrei um velho baú de madeira. Nele havia coisas já esquecidas, como por exemplo: as conquistas do povo. Portando muita poeira, peguei a pequena palavra que se apagara com o esquecimento do povo: o progresso. Revirei por mais uns instantes e pude rever o trabalho. Pus-me a chorar em uma nostalgia emotiva da minha própria história. Foi demais pra mim. Fechei o baú.
Desci do sótão e adentrei-me a sala de estar. A beleza incomparável se misturava a quadros e fotografias com cenas vivas. Tanto que pareciam se mexer. Sobre a estante, em nobre destaque, havia um porta-retrato com uma imagem da corrupção e logo na prateleira inferior, a impunidade.
Às vezes me esqueço porque me chamo luta. Confesso que penso em desistir depois de assistir tais cenas. Deve ser por isso que não me deram olhos. Para que não pudesse ver a injustiça e a corrupção e assim continuar lutando.
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