3 de maio de 2012

Em busca da Arete


“As coisas devem ser vistas exatamente como são, e subestimar a si mesmo é se afastar da realidade tanto quanto exagerar os próprios dons." (Sherlock Holmes)

Hoje foi um dia filosófico para mim. Durante à tarde li em um conto a frase em epígrafe e fiz-me meditabundo pelo o seu significado. No início da noite pus-me a assistir, mais uma vez, Harry Potter. Desta vez, concentrei-me em uma entrevista dada pela autora e mais uma vez, emocionei-me. Venho escrevendo um livro há algumas semanas. Descartei todas as ideias anteriores e comecei uma nova, uma que classifiquei como um livro para ser livro por distintas gerações.

A entrevista de JK Rolling apenas confirmou o que eu venho aprendendo nas aulas de Prática de Interpretação Textual, do prof. Flávio Carneiro: um autor não tem controle sobre o que as pessoas vão ler, do mesmo modo que não se deve mostrar um caminho para uma possível interpretação nem dizer que “está bom” ao ler seu primeiro rascunho.

Estou tentando dar vida aos meus personagens de maneira que eles andem por si só. Penso por muitas vezes se isto não é um atrevimento meu, ultrapassando o meu méthron e desejando ser como Machado de Assis, Clarice Lispector, Paulo Coelho e até mesmo JK Rolling. Meu sonho não é escrever um livro para ser um monte de papel com uma capa bonita, mas construir uma estação de trem onde as pessoas embarquem num expresso que os leve a qualquer lugar dentro de suas próprias mentes seja onde elas estiverem (no ônibus, em casa, no recreio).

Cheguei, por fim, ao resultado de que não devo subestimar-me ou supermanquetear-me. Eu busco uma Arete que está chegando em cada palavra, junto com a catarse que sonho um dia produzir no meu leitor.

Um grande abraço,

Nathan Rodrigues.

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