4 de setembro de 2012

Cotas de preconceito garantidas em lei




As políticas públicas adotadas em nosso país estão longe do sonho de consumo dos habitantes. Quando deitamos nossas cabeças no travesseiro pensamos que não há a menor possibilidade de ficar pior e, quando acordamos nos vêm mais surpresas. Algumas semanas atrás, o STJ optou por priorizar o caso das cotas ao invés do mensalão (isso depois de retroceder na Lei da Ficha Limpa). E para variar em sua eficiência, Vossas Excelências aprovaram um desrespeito aos milhões de estudantes brasileiros: cotas de 50% para negros, índios e estudantes de escolas públicas.

Teorizando um pouco o assunto, a ação do STJ nada mais é que uma medida compensatória dos defensores da “Ação Afirmativa”, termo adotado pelo ex-presidente americano Kennedy em 1961 para aumentar as oportunidades das minorias. A ideia é maravilhosa, porém totalmente inviável na prática.

Um candidato negro pode usar como trunfo a cor da sua pele para entrar numa universidade, porém um candidato branco não tem o mesmo direito. Além disso, supõe-se que através da filosofia adotada um candidato negro não teria as mesmas integridades mentais que um branco e por isso necessitaria de uma vaga específica para ele. As políticas de ação afirmativa não levam em conta a capacidade intelectual das minorias. Se já é difícil ser aceito em um grupo seleto de aprovados imagine só em um muito menor? As cotas raciais beneficiam apenas negros de classes mais elevadas cujos candidatos tiveram maior acesso à educação.

É de natureza simplíssima em uma reunião numa sala refrigerada e confortável decidir pela obrigatoriedade de aceitação de deficientes em escolas. Ora, pois, esqueceram-se de pensar como se conseguiriam mão de obra qualificada para executar tal lei? Uma vez que estamos falando de vidas e da sua formação intelectual, como poderíamos confiar nossos filhos à professores desqualificados (com plena consciência disso) porém, ainda assim, obrigados a lecionar?

Pergunto-me como pode uma universidade se destacar em exames como o Enade com um processo de admissão que favorece pessoas desqualificadas? Destaco aqui a frase da pesquisadora americana Young “Em hipótese alguma se pode sacrificar a ciência em nome da política”.

Cotas, Prouni, Pronatec e tantos outros grãos de farinha deste mesmo saco constituem desculpas esfarrapadas para enganar o cidadão brasileiro. Uma vez que a educação de qualidade é direito de todo o cidadão, gostaria de saber por que não há vagas nem universidades para todos? Por que nossos jovens precisam gastar boa parte do seu tempo em processos de admissão em universidades de direito e ainda não passar na prova da OAB? Se há faculdades incompetentes é porque há também a falta de fiscalização por parte das “autoridades”.

Dilma e as universidades – os estudantes Pira!

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