As políticas públicas adotadas em nosso país estão longe do
sonho de consumo dos habitantes. Quando deitamos nossas cabeças no travesseiro
pensamos que não há a menor possibilidade de ficar pior e, quando acordamos nos
vêm mais surpresas. Algumas semanas atrás, o STJ optou por priorizar o caso das
cotas ao invés do mensalão (isso depois de retroceder na Lei da Ficha Limpa). E
para variar em sua eficiência, Vossas Excelências aprovaram um desrespeito aos
milhões de estudantes brasileiros: cotas de 50% para negros, índios e
estudantes de escolas públicas.
Teorizando um pouco o assunto, a ação do STJ nada mais é que
uma medida compensatória dos defensores da “Ação Afirmativa”, termo adotado
pelo ex-presidente americano Kennedy em 1961 para aumentar as oportunidades das
minorias. A ideia é maravilhosa, porém totalmente inviável na prática.
Um candidato negro pode usar como trunfo a cor da sua pele
para entrar numa universidade, porém um candidato branco não tem o mesmo
direito. Além disso, supõe-se que através da filosofia adotada um candidato negro
não teria as mesmas integridades mentais que um branco e por isso necessitaria
de uma vaga específica para ele. As políticas de ação afirmativa não levam em
conta a capacidade intelectual das minorias. Se já é difícil ser aceito em um
grupo seleto de aprovados imagine só em um muito menor? As cotas raciais
beneficiam apenas negros de classes mais elevadas cujos candidatos tiveram
maior acesso à educação.
É de natureza simplíssima em uma reunião numa sala
refrigerada e confortável decidir pela obrigatoriedade de aceitação de
deficientes em escolas. Ora, pois, esqueceram-se de pensar como se conseguiriam
mão de obra qualificada para executar tal lei? Uma vez que estamos falando de
vidas e da sua formação intelectual, como poderíamos confiar nossos filhos à
professores desqualificados (com plena consciência disso) porém, ainda assim,
obrigados a lecionar?
Pergunto-me como pode uma universidade se destacar em exames
como o Enade com um processo de admissão que favorece pessoas desqualificadas?
Destaco aqui a frase da pesquisadora americana Young “Em hipótese alguma se
pode sacrificar a ciência em nome da política”.
Cotas, Prouni, Pronatec e tantos outros grãos de farinha
deste mesmo saco constituem desculpas esfarrapadas para enganar o cidadão
brasileiro. Uma vez que a educação de qualidade é direito de todo o cidadão,
gostaria de saber por que não há vagas nem universidades para todos? Por que
nossos jovens precisam gastar boa parte do seu tempo em processos de admissão em
universidades de direito e ainda não passar na prova da OAB? Se há faculdades
incompetentes é porque há também a falta de fiscalização por parte das “autoridades”.
Dilma e as universidades – os estudantes Pira!
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