Hoje ele não me
cumprimentou. Estava de polo vermelha, minha cor de atual e
momentânea predileção. O cabelo loiro recém cortado militarmente,
desta vez à tesoura. Pontas sedosas. Os olhos estavam tão fixos ao
horizonte que não notou meu aceno céfalo. Minha alma quase
desfaleceu. A indiferença penetrou meu peito como uma faca. Será
que estaria ignorando a mim por motivação raivosa? Será que minha
presença o encomodava? O que será que disse? A memória de nossos
silêncios atentáva-me que nunca trocamos sílabas maiores que “oi”.
Percebi também que nunca havíamos chegado tão perto um do outro.
Nossos corpos a centímetros de distância. Sua silhueta sugava o meu
completamente.
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