por Nathan Rodrigues
06/05/2013
Houve um tempo em que ladrão
era considerado sujeito corajoso. O cabra entrava nas nossas propriedades,
roubava nossa horta, o nosso pomar e se fosse mais atrevido, surrupiava as
galinhas. Isso, claro, depois de passar pelo capataz da propriedade que levava
de um lado ao outro sua espingarda e os cães ferozes.
Engraçado é que hoje ninguém
mais quer roubar galinhas. Tenho até saudades dos ladrões de galinha. Hoje em
dia ladrão rouba até à distancia, via internet. Tem até quem roube A INTERNET.
Outro dia fui assaltado da maneira mais estúpida que se pode ocorrer: comprando
tomates no supermercado. Não olhei direito e acabei perdendo treze reais em
troca de um quilo de tomate.
Lembrei, outro dia, dos
batedores de carteira que atuavam no centro da cidade. Eles se preocupavam em
esconder-se para não serem apanhados. Curioso é que já tive que me esconder
para não me levarem com carteira e tudo.
Cleptomaníacos também são
extremamente dignos da minha atenção. Especialmente pelos objetos sutis que
costumam ser subtraídos por eles. Conheci certa vez uma moça fascinada por
roubar talheres. Esta foi responsável pela renovação dos faqueiros de metade
dos restaurantes da cidade.
Em tempos de pobreza, havia
uma senhora aqui na vizinhança que costumava roubar papel higiênico. Entrava
nos banheiros públicos e enchia as sacolas com folhas duplas e trinta metros,
deixando os outros usuários de mãos abando. Ou melhor... Deixa pra lá.
Como estava dizendo, tenho
saudades do ladrão de galinhas, que roubava apenas para comer e nada mais. Hoje
há muita maldade no mundo. As pessoas roubam de tudo: saúde, educação e
principalmente dignidade. A realidade de agora mostra que a toda hora alguém
está roubando. Já ouvi dizer que é natural do ser humano. Não sei, só sei que
às vezes bate uma saudade do ladrão de galinhas.
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