17 de junho de 2010
O papel ainda está em branco
Estou sem palavras. Pela primeira vez na minha vida eu não sei o que dizer. Sobre o que dizer. É desesperador. É tão deprimente. Chega a dar nojo.
Eu olho o papel em branco. ele está lá. Ele é só umpapel. Sem vida ou utilidade. Suas linhas imploram para serem escritas. Minha mão responde ao chamado, mas nenhuma palavra sai. Faço esforço. nada. Tento de novo. Começam a surgir no papel algumas palavras. Palavras que viram frases sem fática, orações sem períodos, predicativos sem verbos de ligação. Uns diriam ser uma espécie de dadaísmo, outros que é falta de ocupação. Eu no entanto já sei a resposta: um autor em contradição.
Estou sem ideias, sem palavras. Sou meu próprio papel. Tenho a caneta nas mãos. A tinta pinga sobre a folha, mas nada é a sua forma. Conseguiu perceber o incrível? Eu disse muitas coisas, estão acabando as folhas e até agora nada da fática, nem da meta. Esta foi-se com a linguagem. O papel ainda está em granco.
Escrito em 14 de junho de 2010.
A porta se abre. Ela entra. fala meia dúzia de palavras curtas e sai. Ele vai atrás. Grita seu nome aos quatro cantos. Ela olga de soslaio, continua a andar. Ele começa a correr. Ela voa. Ele tenta alcançá-la, mas já é tarde. Ela está misturada ao horizonte. Ela já se foi. Ele ainda grita, mas ele não o pode ouvir. Ele para. Ele chora. Se apavora. Queria dizer palavras que nunca tinha dito. mas era tarde.
Escrito em 07 de maio de 2010.
Só uma vez...
Bata a porta
Pise na grama
Faça xixi na cama
Pule a cerca
Só uma vez...
Grite na biblioteca
Enfie o dedo no nariz,
Tire a meleca
Beba até entrar em coma
Deite com outra na cama
Só uma vez...
Pise no acelerador
Seja alguma vez o agressor
Faça valer a vida em você
Só uma vez...
Destrua a plantação
Jogue na sena
Perca a razão
Faça um filho com um desconhecido
Só uma vez...
Atravesse a rua sem olhar pros lados
Fume cigarros sem contar os maços
Beija na boca de quem vier na frente
Só uma vez...
Escrito em 13 de maio de 2010.
A Presa
Abre-me a porta
Não é ninguém
Uma criança acorda
ouço um choro de neném
A casa está escura
Tudo é amargura
A sala está vazia
Há folhas na escada
ouço os pingos da pia
Abóbadas de marmore fria
Meus passos são o único som
A batida da porta me assusta
A fala é tão bruta
Quem está aí?
ninguém responde
A porta se tranca
É uma armadilha
Tarde de mais
Mas não estou em pedaços
Tão pouco em cacos
Mas estou preso
Que armou isso tudo?
Quem me prendeu no escuro?
Quem está aí?
Me tira daqui!
Tudo em vão
A criança volta a chorar
A pia volta a pingar
A porta começa a ranger
Eu pulo a janela
Caio em outra mansão
Outra abandonada
Tudo começa outra vez
A porta está trancada
Tento outra vez pular a janela
Caio em outra mansão
Tudo começa outra vez.
Escrito em26 de maio de 2010.
Sem Paixões
É tão paradoxal. Eu já amaei ntantas pessoas. Já fui capaz de dar a minha vida por muitas delas. hoje não consigo mais amar ninguém. Minha decepção fio tão grande que não consigo mais me apaixonar. Será que tenho Aspenger? Será que tenho uma morte breve? Será que acabou? Será que acabou? Mas não pode ser só isso!
Eu estudei tanto. Me apaixonei tanto. E agora tenho que acabar assim? Não mesmo. mas o que importa é que estou feliz. Não sei descrever. Não sei descrever o que é, mas estou leve. Tenho amigos, os amo. Tenho família, a amo. E o resto é apenas o que pode se comprar. É só isso. Eu ainda choro. E daí? Consegui sobreviver a tanta coisa... Que venham então as decepções. Elas vão se decepcionar comigo.
Escrito em 14 de junho de 2010.
Pra ser franco e sincero
Eu não acredito em nenhum deles. Redi, Pasteur, Lamark, Darvim... Todos mentem. Todos são revolucionarios e cientistas famosos (ou pelo menos foram para alguém), mas cada um deles diz algo diferente.
Para uns somos macacos, outros dizem que tudo explodiu. Outros ainda, dizem que não houve nada. Para ser sincero, eu nnão acredito nisso. Todos eles e contradizem e no final me dizem que todos estão certos.
Prefiro acreditar no meu Jesus que morreu na cruz e ressuscitou. Mesmo que seja fora da lógica humana. Ele não se contradiz. Pra ser franco e sincero Ele é a única explicação plausível para a vida.
Escrito no dia 07 de junho de 2010.
O Testamento
Eu ainda não consegui adaptar-me às condições deste mundo. Minhas vontades ainda diferem bastante. O que eu penso ainda tem muita diferença ndo resto do mundo. tudo ainda é muito estranho.
Eu saio da minha casa, vejo pessoas fazendo coisas. Coisas matando pessoas. A criança mata os pais. Os pais batem nas mães. As mães batem nos filhos. Os filhos fazem netos e os netos, bisnetos. E nessa odisseia o mundo se acaba.
Uns dizem que tudo isso é natural. Outros dizem que não, que isso não é natural mas que já se tornou normal. Eu não me conformo com esse mundo. Não posso aceitar tudo. tudo não é bom.
Meus filhos vão me matar? Claro que não! Antes que me matem com um tiro no peito eu me mato o veneno que tenho. Adeus. Para aqueles que ficam: Boa Sorte! Vocês vão precisar muito mais do que eu. Deixo meus bens aos pobres (se não o fizesse eles tomariam mesmo). Até um futuro melhor.
Escrito no dia 08 de maio de 2010.
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