17 de junho de 2010

A Presa


Abre-me a porta
Não é ninguém
Uma criança acorda
ouço um choro de neném
A casa está escura
Tudo é amargura

A sala está vazia
Há folhas na escada
ouço os pingos da pia
Abóbadas de marmore fria
Meus passos são o único som

A batida da porta me assusta
A fala é tão bruta
Quem está aí?
ninguém responde
A porta se tranca
É uma armadilha

Tarde de mais
Mas não estou em pedaços
Tão pouco em cacos
Mas estou preso
Que armou isso tudo?
Quem me prendeu no escuro?

Quem está aí?
Me tira daqui!
Tudo em vão

A criança volta a chorar
A pia volta a pingar
A porta começa a ranger
Eu pulo a janela
Caio em outra mansão
Outra abandonada

Tudo começa outra vez
A porta está trancada
Tento outra vez pular a janela
Caio em outra mansão
Tudo começa outra vez.

Escrito em26 de maio de 2010.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

OBRIGADO PELO SEU COMENTÁRIO!