15 de fevereiro de 2012

Uma Guerra chamada Carnaval



Dizem que o ano só começa realmente depois que as folhas do calendário marcando sua presença são deixadas de lado. Namoros são desmanchados, bancos são revestidos de madeira para evitar vandalismos e muita gente acredita ser o ponto alto do Brasil. Hoje observei o que isso representa para mim: uma guerra anual.

Minha mãe comprou os suprimentos para aguentarmos toda a passagem da artilharia. Diariamente as escolas de samba ensaiam com tiros de granada que fazem o chão da casa tremer. Já vi pessoas nuas na rua e, inúmeros pintos urinantes sacolejam seus últimos pingos nos postes e muros. Há até fila para essa aventura.

Não há como dormir. A infantaria canta suas marchas para todos os lados. Também há feridos caídos pelas ruas e ninguém consegue passar. Quando tudo acaba, só restam as cinzas. Aí, tudo volta ao normal. Podemos sair das nossas casas e contemplar o estrago.

9 de fevereiro de 2012

Brasil Anonymous


O Brasil é uma selva, disso todos nós sabemos. Sabemos também que (organizado ou não) há um sistema que recebe uma grande influência das Organizações Globo para que as notícias sejam eufemisadas e assim, passem despercebidos pelos olhos de indivíduos mais leigos e não instruídos. É de conhecimento de todos que uma onda de protestos vem tomando o mundo e também o tinteiro vermelho. Seja pelo aumento abusivo das passagens, pela corrupção, ou simplesmente por se fazer entender como gente trabalhadora e que merece respeito.

Anonymous surge no cenário internacional como uma organização “protestante”, por assim dizer, que conclama o povo para tomar o seu lugar. O que vem em boa hora, uma vez que vivemos tempos de crise administrativa que finalmente começa a ser desmanchada graças ao grupo em questão. Apesar de não pertencer, confesso que sou favorável ao comportamento cyber terrorista que tem sido imposto pelo Anonymous. Já saíram do ar páginas de bancos e até mesmo da polícia, mostrando o nível de despreparo dessas organizações, já que nenhum hacker foi punido.

Aumentos das conduções acima da inflação, policiais em greve pedindo aumento salarial e sendo presos por exercerem um direito constitucional enquanto governadores e ministros deitam e rolam, a nossa presidenta doando mais de 1 bilhão pro Haiti e fazendo um corte do mesmo valor em segurança (a qual sabemos bem nunca foi das melhores) e ainda diz que é a favor da prisão de pais de família buscando melhores condições de vida. Em parte isso é culpa da falta de informação (ou da informação prestada pela Globo). Não sou adepto a fundamentação de todos os problemas políticos terem sua origem no “Projac”, mas ao assistir o jornal não pude deixar de sentir nojo. E tudo isso porque uma mulher que foi presa pela ditadura seria em tese melhor que uma evangélica que gosta de fazer plebiscitos para tomar decisões, afinal, saber a opinião do povo pra quê não é? Enquanto o país luta para erradicar a pobreza e o analfabetismo, parlamentares custam o mesmo que 400 professores. Isso significa que sem o Congresso Nacional o Brasil teria toda a sua população alfabetizada em um ano. Ou ainda, problemas com a saúde e a segurança minimizados. A ditadura não acabou, ela apenas assumiu outra forma e atende pelo nome de democracia.

Então vamos corrigir o slogan pleonástico da nossa “governanta”: País rico é pais sem Brasília. Desde já, desejo infinitamente que o Brasil seja tomado pela AnonymousWave e que na próxima eleição escolha como presidente a candidata Marina Silva, sim, a crente que quer dar povo o poder de decidir em que país quer viver.

8 de fevereiro de 2012

Prédio-Mundo



A caminhada até o ponto de ônibus foi tranquila, da mesma forma que a viagem até o antigo prédio conhecido no Rio de Janeiro como “O Prédio-Mundo”. A cidade sempre foi caótica, uma verdadeira selva petrificada e sitiada por criaturas indomáveis. Havia muitos prédios antigos por todos os cantos. Uns, não aguentavam a erosão e a urida dos homens que despejam nas paredes frágeis os seus degetos líquidos, e outros, mesmo como verdadeiros fantasmas insistiam em fazer-se notar por todos os passantes. Como em uma utopia dos anos noventa, a cidade cresceu tanto que cada centímetro já era ocupado por prédios e construções. Até mesmo os monumentos arquitetônicos históricos sumiam em meio às sombras dos arranhacéus cariocas. A antiga capital do Brasil transformou-se em um pântano de poeira. O vento que costumava soprar em algumas áreas não soprava mais. Não havia mais árvores no Jardim Botânico. A Lagoa tornou-se tão fétida que os apartamentos antes habitados por ilustres milionários agora cedem seus espaços internos aos ratos e mendigos.  

*Este é um fragmento de um livro que estou escrevendo. Espero que gostem!!

2 de fevereiro de 2012


Sinto que as pessoas no Brasil construíram uma ideia distorcida da realidade da classe c. Há muita gente tentando nos fazer de palhaços e muitos desses acabam conseguindo pela nossa falta de vontade em fazer barracos. Devo compartilhar o que aconteceu comigo estes dias.

Após ver minha mãe descongelar diariamente a geladeira de 25 anos de uso, eu comprei uma geladeira. Minha cama que estava pedindo uma passagem para o andar superior foi contemplada com uma aposentadoria. E o móvel improvisado para receber minha linda e bela Tv também teve um triste fim.

A Casas Bahia me informou na hora da compra que a gelosa chegaria em 7 dias e no dia seguinte a confirmação a informação por e-mail, enviou-me outro explicando que levaria 14 dias pra chegar. A Casa e Video, onde comprei uma estante de polipropileno para minha tv, deu um prazo que não foi cumprido. O Instituto do Sono há 20 dias me dá desculpas e datas para a entrega da minha cama box. A solução foi ameaçar todos com um belo processo. Afinal, o rompimento de uma clausula contratual gera para a parte transgressora uma penalidade, isso implica dizer que mander um e-mail com um prazo diferente do exposto na hora da compra é crime. Não realizar os trabalhos na data também.

As ameaças que fiz resultaram na entrega dos produtos em 24 horas (exceto pela cama que terei que rodar uma baiana com acarajá e tudo). O que quero dizer com isso é que não se pode deixar barato os serviços não compridos.