Dizem que o ano só começa realmente depois que as folhas do
calendário marcando sua presença são deixadas de lado. Namoros são
desmanchados, bancos são revestidos de madeira para evitar vandalismos e muita
gente acredita ser o ponto alto do Brasil. Hoje observei o que isso representa
para mim: uma guerra anual.
Minha mãe comprou os suprimentos para aguentarmos toda a
passagem da artilharia. Diariamente as escolas de samba ensaiam com tiros de
granada que fazem o chão da casa tremer. Já vi pessoas nuas na rua e, inúmeros
pintos urinantes sacolejam seus últimos pingos nos postes e muros. Há até fila
para essa aventura.
Não há como dormir. A infantaria canta suas marchas para
todos os lados. Também há feridos caídos pelas ruas e ninguém consegue passar.
Quando tudo acaba, só restam as cinzas. Aí, tudo volta ao normal. Podemos sair
das nossas casas e contemplar o estrago.
Essa é uma realidade certamente vivida por muitos, nessa época do ano. Um grande abraço.
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