É uma grande pena sermos a sexta maior economia do mundo e
ainda tão bárbaros quanto ao trato para com as pessoas. Seja em São Paulo, no
Rio ou em Salvador o que encontraremos é um rastro de impunidade e corrupção.
Sempre detestei o MST e sou radicalmente contra a invasão de propriedades
privadas, todavia, quando falamos de terras que estão a esmo esperando a
próxima era mesozoica para serem ocupadas, a situação torna-se completamente
diferente.
Sempre aprendi nas aulas de geografia (que particularmente
gostava muito) que o Brasil poderia ser considerado um país populoso, porém,
não um país povoado, uma vez que a distribuição e a ocupação de terras eram
irregulares. E enquanto isso, há pessoas que precisam de um teto e um terreno
para sua subsistência.
Como se já não bastasse, a polícia paulista acredita que os
Pinheirinhos são uma espécie de burros de carga que são facilmente controlados.
Já não é de hoje que o desrespeito por parte da polícia militar do estado de
São Paulo é um triste fato social, patologicamente deprimente, ou acha mesmo,
caro leitor, que toda aquela confusão generalizada na Usp foi por maconha? A
imprensa realmente é muito talentosa, ouso dizer que podem até escrever
capítulos de nossos livros didáticos tão bem quanto os ditadores que tivemos.
A ação, segundo o governo de São Paulo, é legítima.
Pergunto-me como pode ser aparado pela lei exorcizar de casa pessoas que não
tem pra onde ir. E desta maneira sequer permitir que singelos objetos pessoais
como porta-retratos sejam retirados das casas prestes a virar ruínas. E para
onde irão estas pessoas? Para o mesmo abrigo dos desabrigados do Morro do
Bumba? Ou será que a endinheirada Pernambuco irá recebê-los de bom coração. Ou
ainda, quem sabe, o BBB. Estamos voltando ao império. Há de se esperar que os
Cubangos voltem à moda e que barris com imensas quantidades de excremento
jorrem do alto das casas. Só espero que “o amor seja eterno novamente”.
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