1 de setembro de 2010
Mais que o refrão
Há tantas pessoas. Tantos palpites, tantas opiniões. Tanta gente ao meu lado e eu me sinto tão sozinho, tão sem amor. Meus olhos já choraram tantas vezes, mas as lágrimas ainda forçam a saída. Há tanta coisa que eu queria ser e não sou. Há tanta coisa que eu gostaria de ter e não tenho.
Queria lançar-me a uma paixão súbita por alguém. Queria beijar a boca loucamente. Ser o amante do amante. Eu queria sair de mim, mas abro os olhos para a minha triste realidade. Eu não sou real. O meu corpo excita-se ao olhar-lhe o corpo único que me atrai. Há um fogo que me afoga por completo.
Passo minhas mãos em sua imagem, em minha mente. Meu sonho respira fundo. Nada está tranquilo. As pessoas caminham ao meu redor. Umas choram, outras riem. E você está desnudo em minha mente. Seu corpo não é belo, mas ainda é meu sonho.
Num súbito momento acordo para a realidade. O real e o imaginário se confundem. O refrão vira introdução. Me pego, então, cantando sozinho a tal canção que não sei a letra, não mais que o refrão. As pessoas ao meu redor se foram. E eu permaneço só.
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