23 de junho de 2011

Uma lembrança que eu não consiga apagar



Há uma voz que grita teu nome em mim
Não parecer ser eu, nem os meus sonhos
Há um vício que percorre todo o meu corpo
Como suas mãos a descobrirem-me
Sua respiração injeta-me euforia
Ouço uma voz falando coisas vazias: é a tua
Gostaria de gritar o seu nome
Mas é apenas silhueta

Queria que versos tais fossem perfeitos
Como nosso amor
Mas sua fotografia para o meu mundo todos os dias
As canções que você gostava ainda tocam em mim
Como fossem a melodia do vento

Ainda te procuro em meu quarto
Como se ainda estivesse ali
Como se ainda pudesse abraçar-me
Inadjetivavelmente
Como fosse sorriso perfeito
A iluminar minhas manhãs

Que se dane a métrica perfeita
Que se danem os pronomes e os teus nãos
Que o raio parta o teu não quero mais
Que seja só uma lembrança
Que eu não consiga apagar

Ainda vivem as nossas conversas
Dos nossos assuntos sem nexo e compreensão
Das tuas rizadas estúpidas
Da minha romântica estupefação
Mas a gente não conversa mais
A gente nem se olha com medo de não chorar

Eu passaria minha vida a ouvir seu coração
Deixaria tudo para entender sua razão
Dir-te-ia sim, mesmo querendo dizer não
Usaria mesóclises mesmo sem intenção
Queria poder dizer, mas ainda quero

2 comentários:

  1. Quem foi que disse que não sabe escrever poesia? =P

    Lindo, Nathan! Transceva tua alma, que é tão gostoso ler a alma de outrem...

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  2. Não só sabe, como também sabe descrever com sutileza e suavidade cada palavra inserida. Bom fim de semana.

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