7 de setembro de 2011

Mais de uma semana depois, estudantes desocupam reitoria da UFF

Fonte: Jornal do Brasil


"Disseram que a tropa de choque estava pronta para nos tirar de lá", diz estudante

Na tarde desta terça-feira (6), um grupo de estudantes da UFF desocupou a reitoria da universidade, em Icaraí, em Niterói, na região metropolitana do Rio. A manifestação começou na última quarta-feira para reivindicar melhorias da qualidade dos cursos, o fim de cursos de pós-graduação pagos, a admissão de novos professores e servidores, além da suspensão do projeto de construção das Vias 100 e Via Orla no campus do Gragoatá.

A desocupação do local ocorreu depois de uma reunião do Diretório Central dos Estudantes (DCE) com o reitor da UFF, Roberto Salles, na qual ele se comprometeu em atender 70% das reivindicações.

"Fizemos uma reunião e agora vamos realizar uma assembleia com todos os alunos numa praça em frente à reitoria para que possamos explicar o que ficou acordado com o reitor. Estamos bem satisfeitos", disse Helen Giudice, uma das coordenadoras do DCE e estudante de Serviço Social da instituição.
 
Desde a última quarta-feira (31), estudantes iniciaram uma manifestação na universidade. Cerca de mil pessoas se reuniram em uma grande assembleia para decidir se resistiriam ou se sairiam do prédio. O movimento prosseguiu até a tarde de hoje, mesmo depois de terem sido cortadas a luz e água do prédio, como explica a estudante de psicologia Paula Fabrino.

"Desde de quarta-feira a luz foi cortada e a água também. Chegamos de manhã e a tarde já tinham feito os cortes. Nós tivemos luz com apoio do Sindicato dos Petroleiros, que trouxe geradores. O Sindicato da UFF nos ajudou com comida, tinham dias que dormiam cinquenta pessoas aqui, sem água e só com uma torneira funcionando".

Hoje, devido à manifestação, PMs do Batalhão de Choque foram ao local para evitar tumultos. Ainda segundo a estudante, os colegas se dirigiram para a praça em frente a Reitoria. "As patrulhas foram chegando aso poucos antes da comissão chegar. Depois nos informaram o que havia sido decidido e que a tropa de choque estava preparada para retirar a gente", explica Paula, "Nós decidimos sair, exatamente para garantir o caráter pacífico do movimento".

Dentre as reivindicações a serem atendidas estão a gratuidade dos cursos de pós-graduação, melhoria da qualidade dos cursos, admissão de novos professores e servidores, suspensão do projeto de construção das Vias 100 e Via Orla no campus do Gragoatá, construção de refeitórios nas unidades da universidade e ampliação da moradia estudantil.

"A grande aposta agora é continuar com o movimento para garantir que todas as pautas sejam realmente cumpridas, que tudo que foi aprovado seja posto em prática. Temos que pressionar para isso ser feito, mas a expectativa é boa", disse Patricia.

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