20 de julho de 2011

Coisas que eu sei...

Eu gostaria de escrever coisas que mudem o mundo e a sua forma de pensar. Tenho tantos livros não terminados que seria possível fazer uma Biblioteca só com títulos meus. A ideia vem e é boa. Ela paira na minha mente como uma nuvem sobre o mar cheio de águas. São muitas palavras que gritam para serem escritas. Não intrigo-me com elas, tem vida própria e sabem cuidar-se. A coisa está em mim, esse é o x da equação. Sou como um ponto, um vértice, que origina milhares de retas infinitas em seu espaço eterno.


Eu olho uma formiga subindo pela parede. Desejo descrever sua tragetória errante ao infinito desconhecido. Seu trabalho escravo-operário para subexistir. Há tantas pessoas assim que merecem uma comparação. Trabalham para comprar coisas que foram feitas por pessoas que trabalham para comprar coisas. Compramos aparelhos descartáveis e continuamos a comprá-los. Compramos aparelhos de som que causam dores de cabeça e multas condominiais. E continuamos comprando às cegas.

E ao mesmo tempo que escrevo percebo que comecei todos os parágrafos com a mesma letra, como se não houvesse outra, ou que esta seduz-me como uma prostituta ao cliente. Convida-me a deslizar as teclas. A sua tecla. O som continua a exalar pelo ar massagendo-me o corpo como fosse um unguento. Deixo-lhes esta canção que nesses dias tem descrito-me perfeitamente.




COISAS QUE EU SEI
DUDU FALCÃO e JORGE VERCILLO

Eu quero ficar perto
De tudo que acho certo
Até o dia em que eu
Mudar de opinião
A minha experiência
Meu pacto com a ciência
Meu conhecimento
É minha distração...

Coisas que eu sei
Eu adivinho
Sem ninguém ter me contado
Coisas que eu sei
O meu rádio relógio
Mostra o tempo errado
Aperte o Play...

Eu gosto do meu quarto
Do meu desarrumado
Ninguém sabe mexer
Na minha confusão
É o meu ponto de vista
Não aceito turistas
Meu mundo tá fechado
Pra visitação...

Coisas que eu sei
O medo mora perto
Das idéias loucas
Coisas que eu sei
Se eu for eu vou assim
Não vou trocar de roupa
É minha lei...

Eu corto os meus dobrados
Acerto os meus pecados
Ninguém pergunta mais
Depois que eu já paguei
Eu vejo o filme em pausas
Eu imagino casas
Depois eu já nem lembro
Do que eu desenhei...

Coisas que eu sei
Não guardo mais agendas
No meu celular
Coisas que eu sei
Eu compro aparelhos
Que eu não sei usar
Eu já comprei...

As vezes dá preguiça
Na areia movediça
Quanto mais eu mexo
Mais afundo em mim
Eu moro num cenário
Do lado imaginário
Eu entro e saio sempre
Quando tô a fim...

Coisas que eu sei
As noites ficam claras
No raiar do dia
Coisas que eu sei
São coisas que antes
Eu somente não sabia...
Coisas que eu sei
As noites ficam claras
No raiar do dia
Coisas que eu sei
São coisas que antes
Eu somente não sabia...

Agora eu sei...
Agora eu sei...
Agora eu sei...
Ah! Ah! Agora eu sei...
Ah! Ah! Agora eu sei...
Ah! Ah! Agora eu sei...
Ah! Ah! Eu sei!

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