19 de dezembro de 2009

UMA CARTA PARA PAPAI NOEL

Bem, estou trabalhando num projeto para a Páscoa de 2010 e acabo sem tempo para dedicar-me ao blog, mas não posso deixar de postar. Este texto não fora escrito por mim, mas achei muito interessante o que o autor expôs sendo exatamente aquilo que eu mais exponho em meus textos. Poderão ser percebidas algumas diferenças lingüísticas pois o autor possui nacionalidade portuguesa. Bom Natal!

UMA CARTA PARA PAPAI NOEL (Titulo meu)

Olá Pai Natal, a 1ª vez que escrevo pa ti
Poupa o atrevimento, mas tenho alguns pedidos
Espero que não fiquem n'alguma prateleira esquecidos
Como nunca te pedi nada
Peço tudo de uma vez e fica a conversa despachada
Talvez aches os pedidos meio extravagantes
Queria que pusesses juízo na cabeça destes governantes

Tira-lhes as armas e a vontade da Guerra
É que senão acabamos a pedir-te uma nova terra
Ao sem-abrigo indigente, dá-lhe uma vida decente
E arranja-lhe trabalho em vez de mais uma sopa quente

E ao pobre coitado e ao desempregado
Arranja-lhe um emprego em que ele nao se sinta explorado
E ao soldado, manda-o de volta pa junto da mulher
Acredita que é isso que ele quer
Vai ver África de perto, não vejas pelos jornais
Dá de comer às crianças, ergue escolas e hospitais
Cura as doenças e distribui vacinas
Dá carrinhos aos meninos e bonecas às meninas
E dá-lhes paz e alegria
Ao idoso sozinho em casa, arranja-lhe boa companhia
Já sei que só ofereçes aos meninos bem comportados
Mas alguns portam-se mal e dás condomínios fechados
Jatos privados, carros topo de gama importados
Grandes ordenados, apagas pecados a culpados
Desculpa o pouco entusiasmo, não me leves a mal
Não percebo como é que isto se tornou um feriado comercial
Parece que é desculpa para um ano de costas voltadas
E a unica coisa que interessa é se as prendas estao compradas
E quando passa o Natal dás à sola
Há quem diga que não existes, quem te inventou foi a Coca-Cola
Não te preocupes que eu não digo a ninguém
Se és Pai Natal, deves ser pai de alguém
Para mim Natal é a qualquer hora, basta querer
Gosto de dar e não preciso de pretextos para oferecer

E já agora para acabar, sem querer abusar
Dá-nos paz e amor e nem é preciso embrulhar
Muita felicidade, saúde acima de tudo
Se puderes dá-nos boas notas com pouco estudo
Desculpa o incómodo e continua com as tuas prendas
Feliz Natal para ti, e já agora, baixa as rendas.

Feliz Natal!

(Autor: Hugo Macedo)
www.hugomacedo.net

5 de dezembro de 2009

Onde estão os inocentes?

Onde estão os inocentes?

Eu estou voando. Não sei aonde vou, mas sei que chegarei a um lugar melhor do que estou. Mesmo com as súbitas tempestades que me surpreendem, eu chegarei lá. Onde os horizontes não são tão planos. São como panos que voam em suas saliências. São como vozes equalizadas na canção da minha paz.

Onde será lá afinal? Quem já se aventurou no infinito das incertezas certo de que estaria seguro que nenhuma praga assolaria sua tenda? E por que estou escrevendo isto afinal? Não tenho mais o que fazer, deve ser. A minha paz esta descansando, tirando férias em algum lugar. Aqui somente os tiros voam tranqüilos na sua rota, na busca de uma alma distraída e inocente.

Os inocentes são os mais suculentos. Não correm, não fogem. Não sabem de nada. As balas safadas furam a cara de quem as botar no caminho. O caminho que o pai usa pra ir ao trabalho. O mesmo em que passa pra voltar a casa. Ninguém mais pode ser inocente. Proibiram-nos de sair de casa. Onde estão os inocentes?

25 de novembro de 2009

NADA DE VOCÊ E SÓ


NADA DE VOCÊ E SÓ


Eu cheguei a me pintar de azul
Pensei até em me mudar pro Sul
Só pra ver se você me via
Mas atentou pra linha
Teceu uma rede fria
E ainda não me notou

Me anotou no seu caderno de esquecimentos
Sorriu um sincero alento
Me fez flutuar me enganando com as tuas palavras de amor
Tentei degustá-las mas estavam todas cruas, sem sabor
Onde foi parar o seu amor?

Por tantos baús e caixas eu tento procurar
Mas nunca... Nunca o consigo encontrar
Eu faço hora nos teus calcanhares
Fico à sombra dos teus lumiares
Pareço mais um marciano em terras lunares

Eu que tanto dizia que eras o melhor que tinha
Não tenho melhor nem pior
Nada de você e só!

16 de novembro de 2009

Entre mãe e filho...


Entre mãe e filho...

— Rubiabisneu! Venha cá meu filho!

— Diga mamãe!

— Onde está seu irmão Manoeufueu?

— Lá na quadra de fasepioca!

— E quem deixou ele ir pra lá? Vocês sabem que esse esporte é muito perigoso.

— Mas mamãe, ele só estava voando um pouquinho.

— E se ele for atropelado por um dirigível, ou um planador?

— O DETRANAE* cobre os estragos.

— Mas que besteira é essa. Vou lavar sua boca com sabão.

— Só sabão? Mas e água?

— A água acabou quando você foi dormir há três milênios atrás.

— E agora?

— E agora só chorume ou coliformes fecais. E ande logo antes que acabe o sabonete.

*Departamento de Transito Aério

11 de novembro de 2009

Sem Você

Quando fecho os olhos
Vejo meu mundo ser você
Subo alto, num voo livre
Onde estará o meu sol?
Sinto-me a isca do anzol

Eu morava nos meus próprios sonhos
Mas acordei em meio aos escombros
Cantava uma canção sem saber a melodia
Tremia com medo da noite escura e fria


Meus pés saíram do chão
Mas na verdade não movi um centimetro
Eu sorria o meu choro ao leo
Para fazer contruir uma imagem do céu


Este amor que eu sentia sem perceber
Foi me fazendo aos poucos perceber
Que não sei mais nada sem você
Eu nunca mais vi o sol nascer
A tua falta me faz perceber
Que eu não sei ser nada sem você


Sem Você...


2 de novembro de 2009

Eu corro...


Eu corro. Não sei aonde chegarei. Mas corro. Corro com todas as forças da minha alma. E grito. Grito forte, tanto que a minha voz se esvai e me deixa sem reação...

26 de outubro de 2009

Emilia forma palavras

Estou colocando para evitar plagios da minha obra. Esta esquete fora escrita por mim, Nathan Rodrigues e pela professora Karine Luiz e foi apresentada no 2º Cafe Literario do Colegio Sao Gonçalo - RJ. Em breve o video da apresentaçao.

CAFÉ LITERÁRIO - ESQUETE

1º Ato - Início - Performance MONTEIRO LOBATO

MONTEIRO LOBATO entra, senta-se ante a maquina de escrever e começa a datilografar a historia.

MONTEIRO LOBATO: Vocês devem estar se perguntando quem sou eu... Ora... Não me conhecem? Eu sou Monteiro Lobato. O maior escritor infantil brasileiro de todos os tempos. Eu nasci numa fazenda em São Paulo, há muito tempo. Antes de escrever quis ser pintor. Desenhava muito bem. Ah! Vocês sabiam que foi minha mãe que me ensinou a escrever? Vocês sabiam, que em 1918 eu escrevi meu primeiro livro, se chamava Urupês. Em 1920 escrevi A Menina do Nariz Arrebitado, que alem de ter sito adotado nas escolas, bateu recordes com 50.000 exemplares. Eu já fiz de tudo nessa vida. Morei em Buenos Aires, participei da Editora brasiliense, fui simpatizante comunista, traduzi muito e tive muitas de minhas obras traduzidas. Mas agora, vou contar a historia que realmente me trouxe aqui para o Colégio São Gonçalo hoje. Quando a Emilia, a boneca de macela, toma uma pílula falante e desembesta numa falação sem tamanho, eh de morrer de rir. E logo, logo, sem a gente perceber, ela vira gente. Apronta, inventa, encara. Eh demais! O livro todo eh uma surpresa. Você pensa que vai acontecer uma coisa e acontece outra completamente diferente.. Muito mais divertido do que a minha cabeça poderia inventar. Tudo acontece no Sitio do Pica-pau Amarelo onde só moram crianças e avos, o Marquez de Rabicó, que eh um porquinho que come tudo o que vê pela frente, a espevitada Emilia e um sabugo de milho que eh um sábio de cartola e que sabe tudo sobre todas as coisas: o Visconde de Sabugosa.

2º Ato - Abertura - Monólogo SACI

A Tia Nastácia esta no palco arrumando a mesa e não percebe a entrada do Saci.

O Saci entra cuidando para que a Tia Nastácia não o veja.

SACI: Bom Dia, Senhoras! Bom Dia, Senhores! Meninos, meninas do meu Brasil. Esta começando agora o 2º Café Literário do Colégio São Gonçalo. E nesta edição vamos fazer uma viagem ao Mundo Mágico do Sitio do Pica-pau Amarelo... Ih!... A Dona Benta vem ai... Eu tenho que ir... Tchau pessoal!!!

3º Ato - Tia Nastácia e Dona Benta conversando (desfile)

DONA BENTA: Tia Nastácia!... A senhora viu a Narizinho e o Pedrinho por ai?... Não os encontro em lugar algum...

TIA NASTACIA: Ah Dona Benta... Essas dois acharam um livro de um tal de Monteiro Lobato e não para de ler em nenhum lugar.

DONA BENTA: Menos mal. Monteiro Lobato foi um dos melhores escritores do Brasil e eh também o meu preferido. Foi ele quem escreveu o Sitio do Pica-pau Amarelo. Aquele livro que fala sobre a Emilia, aquela boneca de pano.

TIA NASTACIA: Num eh nesse livro que tem a tal da bruxa Cuca?

DONA BENTA: Isso mesmo. A Cuca eh uma bruxa malvada. Mas também tem o Visconde de Sabugosa. Um senhor muito simpático... Ahh e também não vamos esquecer o Tio Barnabé. Esses personagens são fantásticos.

TIA NASTACIA: Eh... Mas agora eles começaram a falar umas coisas que eu não entendo nada, so.

DONA BENTA: Mas o que eles falaram que você não entendeu?

TIA NASTACIA: Essa tal de raiz das palavra! E la palavra tem raiz, so?!?

DONA BENTA: (Risada) São partes das palavras que dão origem a outras. Também são chamadas de sufixos e prefixos. Por exemplo: com a palavra jardim, podemos formar outras palavras como jardineiro e jardinagem.

TIA NASTACIA: Ah! Entendi! Mas que trem eh esse de suflixo, refluxo ou sei la o que, so?

DONA BENTA: (Risada) São prefixos e sufixos. Eh muito simples. São as partes iguais nas palavras. Os prefixos aparecem na frente das palavras como: trans, re e com. Já os sufixos aparecem no final das palavras, como o formar por exemplo. Assim, se juntarmos o prefixo e o sufixo teremos uma nova palavra.

TIA NASTACIA: Minha Nossa Senhora Aparecida das Grimpa Turva!!!... Então eh fácil de mais, so!... Então deixa eu ver se entendi. Se eu juntar o prefixo trans e o sufixo formar, eu tenho a palavra transformar. Do mesmo jeito que eu posso formais o reformar e confirmar?!?

DONA BENTA: Isso! Isso mesmo!

TIA NASTACIA: Mas que trem bao, so!

4º Ato - Emilia forma palavras

PEDRINHO E NARIZINHO entram correndo e falam (juntos): Vovo! Vovo!

NARIZINHO: Conte-nos a historia da Emilia, os sufixos e os prefixos.

PEDRINHO: Sim, por favor!

O Pedrinho entrega o livro para Dona Benta, que o pega, abre-o e inicia a leitura:

DONA BENTA: Um reino não muito distante chamado Gramática recebeu a visita de um grupo um tanto diferente: uma boneca de retalhos, um sabugo de milho e um porquinho muito fofo...

Neste momento os personagens imaginários entram.

EMILIA: Ai, Senhor Visconde, estou tão cansada... Já caminhamos por quase uma hora. Onde esta a sua amiga?...

VISCONDE: Acho que estamos próximos... - Visconde olha para o lado e avista a Etimologia, cumprimenta-a ajoelhando-se e beijando-lhe a mao - Eh uma honra revê-la após tantos anos, Senhorita.

ETIMOLOGIA: Como assim após tantos anos?... Esta me chamado de velha?

VISCONDE: De maneira alguma, senhorita.

EMILIA: Oh minha cara, não de ouvidos a esse ai. Prazer, eu sou Emilia - cumprimenta-se com beijos no rosto. - E este aqui eh o Rabicó.

RABOCO: Encantado em conhecê-la.

ETIMOLOGIA: Então... A que devo a honra desta inesperada visita?

EMILIA: Eu gostaria de saber um pouco sobre os sufixos e os prefixos. O Visconde disse que a Senhorita eh sabida do assunto...

ETIMOLOGIA: Ah!! Por que não falaram logo. - Etimologia grita: Pessoal, podem vir. - Entram as palavras. - Estes são os sufixos e prefixos. Nos usamos para formar palavras novas. Sintam-se a vontade para formar as palavras que quiserem!

EMILIA: Muito agradecida. - Emilia analisa os fragmentos de palavras a sua frente e seleciona dois para formar uma palavra. - Você e você! (pedr+aria). Pedraria. Nunca ouvi falar nesta.

ETIMOLOGIA: Tente novamente! Eh divertido!

EMILIA: Você e você. (pedr+eira) Pedreira. Ai! Que coisa fantástica!

RABICO: Agora eh minha vez! Minha vez! (Cas+Ada) Casada.

VISCONDE: Ei! Não se esqueçam de mim! (pedr+Ada) Pedrada! Uhn... Interessante. (olha com cara de quem não entendeu nada rsrs)

RABICO: Eu quero ir de novo. (Cas+eira) Caseira! Ai... Bateu uma fome agora

VISCONDE: Eh mesmo! Já esta na hora de voltarmos para casa.

EMILIA: Ah não! Eu quero formar mais uma.

VISCONDE: Então ande logo.

EMILIA: (cant+Ada) Cantada. Isso me lembra aquela velha musica... Quero cantá-la.

VISCONDE: A gente canta no caminho. Vamos.

EMILIA: Muito Obrigada, senhora Etimologia.

Todos agradecem a Etimologia e aos fragmentos. Emília, Visconde, Rabicó, saem. Logo após Etimologia e os fragmentos também.

5º Ato - Final

NARIZINHO: Que legal... A Emilia aprendeu a formar novas palavras.

PEDRINHO: Conte outra história, Vovo!

DONA BENTA: Acho melhor fazermos um passeio pelo sitio. O que acham?

NARIZINHO: Ótima idéia.

Narizinho, Pedrinho, Tia Nastacia e Dona Benta saem.

Entra Emilia dançando.

Após a dança entram todos os personagens conversando entre si e cantam a musica tema do Sitio do Pica-pau Amarelo.

Considerações finais e agradecimentos

MONTEIRO LOBATO: Quando eu mandar na minha vida, vou me mudar pro Sitio do Pica-Pau Amarelo e viver também no bem bom. No mundo inteiro não tem lugar melhor... O Sitio eh gostoso como chinelo velho. Vocês não mudariam pra la? Não posso acreditar que crianças com 8 anos nunca leram meus livros ou se perderam em minhas paginas. Quem não fez isso perdeu o maior tempo da vida. Mais ainda da tempo. Corra pra conseguir um livro meu e ficar abraçado com a alegria. As escolas poderia fazer isso. Os meus livros didáticos são melhores do que os que fazaem hoje em dia. Pena que os conceitos estão superados... Não da mais pra usar A gramática e a Aritmética da Emilia ou a geografia da dona benta, mas da pra pensar na invenção duma aula mais interessante, mais divertida, menos aborrecida e chatosa. Conseguir uma surpresa eh o segredo! Vocês não gostaria? O que sempre me preocupou foi fazer as pessoas viajarem lendo meus livros. Quero que meus alunos escrevam assim: soltos, divertidos, inventadeiros, assassinando as literatices. Eu sou brasileiro! E quero trazer o Brasil para as crianças. Ficar lagarteando ao sol, comendo jabuticabas, subindo em arvores, debochando das macaquices imitativas das estrangeirices, saboreando o nosso folclores, nas historias da tia Nastácia e no saci, mostrando a nossa riqueza no poço do visconde, vivendo num patriotismo consciente e não apalermado e paradao.que vocês querem que a minha historia viva durante muitos e muitos séculos? Não sei... Será que a Emilia Gostaria?

Agradeço....

É impossível deixar de agradecer aos alunos da turma 1221Fg, que além de contribuírem para o sucesso do 2º Café Literório do Colégio São Gonçalo, votaram em mim para a NOTA10.

Este trabalho valeu a pena não só pela nota, mas também pelo reconhecimento.

Agradeço também a professora Karine Luiz e aos amigos Vinicius Amarante, Rebeca Alves, Anderson Costa, Thiago Pinto, Gabriel Pereira, Jamilly Moraes, Andressa e Bianca (MENINAS BROAS), Carol Aguiar, Manu, Lorena, Tainah Magalhães, Carol Macedo e Thaynná Amaral. Vocês são pessoas sem as quais eu nao poderia ter conseguido o sucesso deste trabalho.

"Um sonho sonhado sozinho é só um sonho.
Um sonho sonhado em conjunto é realidade"

24 de setembro de 2009

Codinome Beija-Flor

Baile de Máscaras
05/05/2009



Voz: Nathan Rodrigues
Violão: Gabriel pereira
Teclado: Anna Caroline

Por isso que não me deram olhos





Já passou do limite! Eu não aguento mais! Estou ficando rouca de tanto gritar. Preste atenção! Eu não sou escrava das suas vontades. Eu vou gritar mesmo sem voz. O que será de nós?!? Onde deixaram a democracia que não consigo a encontrar?


Em meio a tanta bagunça, encontrei um velho baú de madeira. Nele havia coisas já esquecidas, como por exemplo: as conquistas do povo. Portando muita poeira, peguei a pequena palavra que se apagara com o esquecimento do povo: o progresso. Revirei por mais uns instantes e pude rever o trabalho. Pus-me a chorar em uma nostalgia emotiva da minha própria história. Foi demais pra mim. Fechei o baú.


Desci do sótão e adentrei-me a sala de estar. A beleza incomparável se misturava a quadros e fotografias com cenas vivas. Tanto que pareciam se mexer. Sobre a estante, em nobre destaque, havia um porta-retrato com uma imagem da corrupção e logo na prateleira inferior, a impunidade.


Às vezes me esqueço porque me chamo luta. Confesso que penso em desistir depois de assistir tais cenas. Deve ser por isso que não me deram olhos. Para que não pudesse ver a injustiça e a corrupção e assim continuar lutando.

15 de setembro de 2009

A minha casa


Corra! Lá vem eles atirando suas armas mortais para todos os lados. Vamos! Vamos! A hora é essa!

Para que tantas exclamações? Coisa ignorante. Adentro-me ao meu quarto e vejo as histórias escritas na parede. Leio cada palavra como se fizesse parte de uma odisséia interna do meu coração. Me vejo escrevendo mais e mais. Cobrindo cada espaço da parede branca com as marcas pretas do hidrocor. A janela aberta mostrava a chuva caindo lá fora e eu com a luz do abajur acesa, assistia as gotas indo ao chão e escrevia sem olhar a parede. Derrepende deparei-me com a sobreposição dos riscos tornando a minha história difícil de ler. Mas que confusão! Bem... Ainda tenho a minha história. E continuo a escrevê-la. Apesar de terem se acabado os espeços em branco. As palavras fogem para fora, pelas paredes do corredor, da sala, da cozinha e por toda a casa.

7 de setembro de 2009

um tempo pra MIM

Saudades de escrever. Mesmo que não haja ninguém pra ler. Isso me torna mais leve. Principalmente quando as coisas ao meu redor estão desmoronando e ameaçam me levar junto. Quanta coisa ta acontecendo... Mudanças drásticas. Mas não me arrependo. Ao contrario, estou muito feliz. Estou vivendo um novo tempo. Um tempo pra mim.

25 de agosto de 2009

Adeus



Me estressei! To partindo. Quem pariu o Matherus que o aguente. O fato é que o ato não corresponde às palavras e isso me revolta. Me transtorna ao peito. bem dentro na alma o inverno se alastra.

5 de agosto de 2009

Dois Bicudos

Dois Bicudos


Quando eu te vi andava tão desprevenido
Que nem ouvi tocar o alarme de perigo
E você foi me conquistando devagar
Quando notei já não tinha como recuar

E foi assim que nos juntamos distraídos
Que no começo tudo é muito divertido
Mas sempre tinha um amigo pra falar
Que o nosso amor nunca foi feito pra durar

Por mais que eu durma eu não descanso
Por mais que eu corra eu não te alcanço
Mas não tem jeito eu não sei como esperar
Desesperar também não vou
Não vou deixar você passar
Como água escorrendo nos dedos
Fluindo pra outro lugar

Ninguém pode negar que o nosso amor é tudo
Tudo que pode acontecer com dois bicudos
Não são tão poucas as arestas pra aparar
Mas é que o meu desejo não deseja se calar

Até os erros já parecem ter sentido
Não sei se eu traí primeiro ou fui traído
Não te pedi uma conduta exemplar
Mas é que a sua ausência é o que me dói no calcanhar


Por mais que eu durma eu não descanso
Por mais que eu corra eu não te alcanço
Mas não tem jeito eu não sei como esperar
Desesperar também não vou
Não vou deixar você passar
Como água escorrendo nos dedos
Fluindo pra outro lugar
Será sempre será
O nosso amor não morrerá
Depois que eu perdi o meu medo
Não vou mais te deixar

www.youtube.com/watch?v=77XkeH1BhAM

A Volta

Depois de muito tempo estou qui outra vez. Colocarei aqui algumas imagens que me representam durante este periodo de "ferias da morte", onde eu pensei seriamente em desistir de escrever.
Esta acima me expressa muito bem. O mesmo digo da cena abaixo.


29 de junho de 2009

A Visita

Ora! Ora! Se não é a velha solidão. A quantas não lhe vejo? E com todo respeito, adoraria que caísses em esquecimento. Não que sejas má, mas toda vez que me visitas, sinto-me destroçado. Rola-me as lágrimas pela face. A voz se embala num ziguezague que não tem fim. Então diga-me. O que queres, solidão?
Teus punhais acertam-me bem no átrio. O sangue corre pelas veias cada vez mais devagar. A voz grita em silêncio e o ar se torna cada vez mais pesado. É o fim.
—Não! É o início de um começo! – Interrompeu-me.
— Começo de quê? Estais a me atormentar a alma e me dizes que não é o fim? Quem estais apensar que és?
— Acalme os ânimos!
— O quê?
— Esqueça! Quando chegar a hora vais me entender.
Deu-me as costas me deixando na agonia do momento. Ela tinha razão. Não era o fim. Foi o começo de um novo ciclo de suas visitas.
— Quando chegará fim?
— Quando tudo acabar.
— Mas quando se sucederá isto?
— O tempo dirá.
Então saí de casa. Propus-me a fazer uma visita ao tempo. O energúmeno estava de férias. Desolado, voltei para casa e passei o resto do domingo assistindo tv. Que vida medíocre! Espero que a sua esteja melhor.

22 de junho de 2009

EU MESMO EM TODOS ELES


Parece ser o mesmo instante, mas não e bem assim. Se olhar lá no fundo vai ver quem é bom e quem é ruim. Fui parar a olhar a mim mesmo e obtive uma inadjetivável surpresa: sou eu a minha própria preza.


Mas que infame meu ridículo senso de bobagem. Inventei uma cena como num teatro. Fiz muito bem meu papel. A platéia aplaudiu boquiaberta, admirada com tamanha interpretação.


Bobo sou pela minha ignorância. Não percebi que me feria sonhando com o surreal. Não era para ser triste, nem melancólico. O drama nem era tão bom assim. O incrível é que me faço a mesma velha pergunta sempre, mas ainda não consigo responder: “Quem sou eu?”.


Fingido, arrogante, trapaceiro? Emotivo, chorão, encrenqueiro? Use o adjetivo que melhor lhe parecer. Essa é a pergunta que eu nunca vou saber responder. Só sei que sou eu mesmo em todos eles. Assumo as minhas multifaces. Bato no peito. Grito que não sou o herói da história. Quando escrever uma voltarei. Ai sim, serei rei.

16 de junho de 2009

Eu ando tão só


Quem diria que as palavras iriam me faltar?
Eu to me sentindo sozinho esses dias
Mas é claro que a humanidade me cerca
Mas não faz com que eu me sinta bem
As lágrimas rolam navalhas
Os soluções me são explosões
O ar nem sequer entra em meus pulmões
Eu ando tão só

9 de junho de 2009

Um Abraço...

Um dos presentes mais especiais que já recebi foi um abraço que um amigo me deu. Sou uma pessoa sensível, carente. Não sou gay. Sou sensível.
Às vezes preciso de algo mais que um "bom dia" qualquer. Preciso de um pouco mais que educação. Preciso de um abraço. Algumas tribos africanas acreditam que o abraço é a transferencia de forças de uma pessoa para outra. Para mim, o abraço é o encontro de dois corações que se juntam para somar as forças vitais.
Não sei quanto custa um abraço, mas o que sei é que mesmo que o dinheiro possa o comprar, não consegue somar as forças do coração. Os braços se encaixam e unem o corpo e a alma em uma só criatura.
E só quero um abraço. Não sou emo. Não sou gay. E só quero um abraço.

30 de maio de 2009

Minha Casa

Comprei este cd hoje. Me emocionei com a sentimentalidade desta canção. Depois de ler isso não há mais nenhum comentário a ser feito. Wellcome. This is my house!


Minha Casa (Zeca Baleiro)

É mais fácil
Cultuar os mortos
Que os vivos
Mais fácil viver
De sombras que de sóis
É mais fácil
Mimeografar o passado
Que imprimir o futuro...
Não quero ser triste
Como o poeta que envelhece
Lendo Maiakóvski
Na loja de conveniência
Não quero ser alegre
Como o cão que sai a passear
Com o seu dono alegre
Sob o sol de domingo...
Nem quero ser estanque
Como quem constrói estradas
E não anda
Quero no escuro
Como um cego tatear
Estrelas distraídas
Quero no escuro
Como um cego tatear
Estrelas distraídas...
Amoras silvestres
No passeio público
Amores secretos
Debaixo dos guarda-chuvas
Tempestades que não param
Pára-raios quem não tem
Mesmo que não venha o trem
Não posso parar
Tempestades que não param
Pára-raios quem não tem
Mesmo que não venha o trem
Não posso parar...
Veja o mundo passar
Como passa
Uma escola de samba
Que atravessa
Pergunto onde estão
Teus tamborins?
Pergunto onde estão
Teus tamborins?
Sentado na porta
De minha casa
A mesma e única casa
A casa onde eu sempre morei
A casa onde eu sempre morei
A casa onde eu sempre morei...

28 de maio de 2009

Pode ser

Pode ser que o vento bata mais forte desta vez...

Pode ser que eu não saiba o que as nuvens queiram dizer...

Pode ser que a chuva chegue sem avisar...

Pode ser que um dia você vá voltar...


Pode ser que o sol nem se esconda...

Pode ser que o tempo não voe...

Que vá devagar... lentamente

Pode ser que eu ainda não saiba o que as nuvens queiram dizer...


Mas quem poderá entender?

Elas não falam!

Desenham coisas estranhas

Talvez nós dois

Pode ser que sejamos apenas nós dois...

Ou apenas um de nós



19 de maio de 2009

Visinhos



Eu tive um sonho. Duas janelas estavam abertas. A minha e a sua. Mas duas janelas nos separavam. Nossas vozes se ecoavam beijando-se em ondas. O nosso amor vibrava pelo ar. Nossas palavras nem precisavam ser ditas. Nossos olhares nem precisavam ser vistos.

A rosa azul que nasceu, desabrochou no meio da tempestade, sobreviveu: somos nós. Um amor inacreditável. O nosso amor... Pena que eu acordei. Vem me buscar e me leva para junto dos teus braços.

17 de maio de 2009

Lamento


Eu que beijava tua boca loucamente

Não sei mais quais são os teus lábios

Não sinto mais o gosto da tua língua

Os nossos corpos não são mais um

Eu já não lhe amo

Me olho no espelho

E não vejo a minha imagem

Vejo seus olhos desconhecidos

Lembrando o que já foi esquecido

Não sei o que houve

Só sei que perdi meu amor na multidão

E aonde esta a multidão?

Dissipou-se entre as casas

Beijava o veludo da tua língua

Hoje já não sinto mais o gosto de nada

5 de maio de 2009

A CAMERA



a camera pode fotografar a mesma modelo de varios angulos e mostrar pessoas diferentes em todas as fotografias

23 de abril de 2009

A descoberta

"A maior descoberta de minha geração é que os seres humanos podem modificar suas vidas apenas mudando suas atitudes mentais." (William James)

Eu precisaria passar muito tempo escrevendo sobre essa frase. Uma pequena frase, mas que nos leva a grandes pensamentos. Tanta coisa poderia ser mudada se as pessoas pensassem de um jeito diferente... No comments. I cry. Apenas choro.

16 de abril de 2009

As Armas


Quem sacará as armas? Acaso estamos todos de mãos dadas e nada podemos fazer. Alguém terá de soltar as mãos para que outro alguém vá à luta. Sem luta não há vitória. E se existe vitória, não estamos de mãos dadas a nós e sim às armas. As armas que matam e ferem os inimigos, são aquelas que nos protegem e nos traz segurança. São as armas que atiram a bala, não nós. São as armas que matam, mutilam, destroem. Não nós. Somos apenas um dedo ao gatilho. Só isso...

8 de abril de 2009

Feliz Páscoa

Antes de começar a pedir qualquer coisa eu gostaria de agradecer. Agradecer pelo amor que tem tido comigo, pelo cuidado, pelas palavras que fazem forte em cada luta, pela luta que venci e pala que perdi. Ainda que eu não saiba te entender, eu não vou deixar de te agradecer. Muito obrigado. Gostaria de pedir que esteja iluminando os meus passos. Que me mostre o caminho certo a seguir e que me dê paciência para suportar as pessoas e situações que me desagradam. Ensina-me a amar a cada uma dessas pessoas como o Senhor nos amou. Ensina-me a pedir e dar o perdão, a abraçar o meu irmão. Ensina-me a te adorar como deve ser. Ensina-me a reconhecer à distância a tua voz. Ensina-me a te tocar o coração e a cantar a canção que nele há. Faz-me viver o que foi escrito por ti e estar caminhando o caminho que é teu. Eu quero estar sempre nas tuas mãos, e viver como sou: pendente da tua graça e o teu amor. Te amo, Senhor. Seja o Deus soberano da minha vida.


Feliz Páscoa a todos

2 de abril de 2009

Eu ainda ando sozinho


Eu ainda ando sozinho. Tantas pessoas me cercam, me amam. Mas ainda ando sozinho. Chego em casa entro em meu quarto, ouço vozes que vêm da sala. São de alguém que conheço. Falam de mim, do meu fracasso. Do erro que minhas mãos cometeram sem poder justificar. Quem são que não os conheço? Ainda tento descobrir, sem obter sucesso. E agora, os mesmos estranhos adentram meus aposentos. Entram não a passos lentos. Pisam fundo, fazem todo tipo de barulho possível. E saem como se nada houvesse ocorrido.

31 de março de 2009

Mascarados

BAILE DE MÁSCARAS
1221FG - 05/05 - SALA 3
COLÉGIO SÃO GONÇALO

A PAZ QUE EU NÃO QUERO


Composição: Marcelo Yuka

A minha alma
Está armada e apontada
Para a cara do sossego
Pois paz sem voz
Não é paz, é medo

Às vezes eu falo com a vida
Às vezes é ela quem diz
Qual a paz que eu não quero conservar
Pra tentar ser feliz

As grades do condomínio
São pra trazer proteção
Mas também trazem a dúvida
Se é você que está nessa prisão

Me abrace, me dê um beijo
Faça um filho comigo
Mas não me deixe
Sentar na poltrona
Num dia de domingo

Procurando novas drogas de aluguel
Nesse vídeo coagido
É pela paz que eu não quero seguir admitindo

Vestido estampado


Acabou
Agora ta tudo acabado
Seu vestido estampado
Dei a quem pudesse servir
Agora que eu não posso mais caber em ti
Não quero te ver, dizem que você não quer mais me olhar
Como velhos desconhecidos se você não me escuta eu não vou te chamar
O amor que eu dei não foi o mesmo que eu vi acabar
O amor só mudou de cor, agora já ta desbotado
Corra lá vem à tristeza atirando pra todos os lados
Pegue o vestido estampado, guarde pro carnaval
Guarde que eu nunca te quis mal
Até o feriado quarta feira de cinzas e ta tudo acabado

Agora ta tudo acabado
Seu vestido estampado
Dê a quem pudesse servir
Agora que eu não posso mais caber em ti
Não quero te ver, dizem que você não quer mais me olhar
Como velhos desconhecidos se você não me escuta eu não vou te chamar
O amor que eu dei não foi o mesmo que eu vi acabar
O amor só mudou de cor, agora já ta desbotado
Corra lá vem à tristeza atirando pra todos os lados
Pegue o vestido estampado, guarde pro carnaval
Guarde que eu nunca te quis mal
Até o feriado quarta feira de cinzas e ta tudo acabado

(Ana Carolina, SonyBMG)

.....:::EM BREVE::::.....
..::NOVA ROUPAGEM DO BLOG::..
...AGUARDEM...

O Traidor

Se pudesse voltar
Não sei se voltaria
Se pudesses me perdoar
Certamente não o faria
As pedras são leves
E após tanto tempo
Ainda sinto o peso dos fardos

Nunca se esqueça
Que o mesmo mestre nos escolheu
Não que o mereça
Nem voê, nem eu
Traidores da mesma história

Que danem-se os espinhos vis
Regeitei amores gris
Sintilei meu próprio brilho
Numa estrela que jamais acendeu
Eu assumo: o traidor fui eu.

29 de março de 2009

O Único Olhar

Às vezes cavamos tão fundo os poços da mentira, que perdemos o foco da luz. E já não se sabe o que é verdade ou ilusão. Mas também, agora já não faz diferença. Desato-me dos tropeços e das feras que consumiam a carne da minha verdade, provocando a falência múltipla dos sentimentos meus. A voz se perdeu no caminho da canção. A visão?... Joguei-a fora em algum lugar. Sei lá....

As ruas estão tão vazias de carros, os meus passos vãos tão lentos na rapidez que descompassa ao ritmo das sublimes e tempestuosas batidas do meu coração. É verdade. Ainda tenho coração. E que digam que escrevo coisas sem nexo, pois os ignorantes não saber o que é sentimento, se o soubesse estariam escrevendo isto. Agora pois sois, não quem dizeis ser mas quem és em tua essência. A verdade da face mascarada com o medo e a incerteza. Tu és a única face. O único olhar.

15 de março de 2009

Deixe-me Entrar

Olhe nos meus olhos se puder fazê-lo

Cante a minha música se souber o meu compasso

Leia os meus pensamentos se me conheceres a alma

Grite o meu nome se acaso ainda tiver voz

Eu que sussurrava as palavras para que ninguém as ouvisse

Grito tão alto que nem eu mesmo me escuto

E as palavras que sonhei tanto em dizer

Perderam-se na dimensão entre o sonho e a realidade

Ame-me como nunca se ainda puder fazê-lo

Deixe-me entrar na tua íris e achar o que era meu

O amor que era meu. Seu. Mas não nosso.

5 de março de 2009

A boca



A boca com seus lábios carnudos, pontudos, pontiagudos que perfuraram meus lábios numa explosão de sentidos multiplos, num extase inxeplicável. A boca que beijou a minha boca foi até aonde minguém nunca foi. A boca sua foi te deixando toda nua, pra cair na sua. Sua lábia de língua. Palavras que se foram com o vento daquele momento, mas que continuam guardadas na minha mente. Lembranças mudas das verdades cruas, minhas e suas. Do nosso amor. Do nosso abraço. Do nosso passo.

Ainda beijo aquela boca, mas não somente isto. Hoje somos mais que duas bocas somos apenas um sexo e duas bocas se beijando. Somos o erótico e o santo. Tudo junto. E junto mais.

28 de fevereiro de 2009

Cartas na Mesa

Cartas na mesa

Estou com todas as cartas na mesa
Todas escritas de próprio punho
E quantos murros já dei escrevendo-as
Quantas frases escrevi pensando ser o curinga
Mas na verdade estava disfarçado de "As"
Nas copas da rainha

Elas ainda estão na mesa
Sobrepostas umas às outras
Desenhando um leque de mensagens
Bobagens que escrevi em momentos de solidão

E mesmo depois de tanto tempo
Desde que o jogo acabou
Elas ainda estão sobre a mesa
Devem estar esperando a sobremesa
Com espadas, feridas nas copas
Elas ainda estão sobre a mesa...

15 de fevereiro de 2009

Indiferença

O que sobrou das ruínas ainda é um mistério. Não sei porque escrevo palavras tão duras, mas sei que não posso calar a voz do meu íntimo. Vejo ainda as balas passarem por diante das minhas narinas. Ainda posso sentir o cheiro do projétil, que parecia desejar a minha alma em seu percurso fatal. Sorte que não fui eu, mas é pena: uma criança morreu.

5 de fevereiro de 2009

Quem?



Ainda guardo aquele retrato

Onde o nosso abraço era a paisagem

Ainda lembro dos passeios pela rua

Ainda lembro dos dias de chuva

Que as águas caiam e nos deixava úmidos


O sol chegou e agora?

Quem irá me aquecer?

Quem irá dizer palavras lindas

Quando a feiúra do universo me enredar?

Quem pagará o preço desse amor?

Quem?


Quem viverá a intensidade do infinito

E será com o meu corpo uma só criação

E quem andará de mãos dadas, atadas a mim?

Quem será o galante ao galope dos passos

O viajante de mim?

Quem?

29 de janeiro de 2009

Armazém


Armazém
Ana Carolina

Se precisa de alguma coisa
Vai lá no meu armazém
Tem de tudo quase tudo tem

No meu armazém
Tem de tudo quase tudo
Tem rodo, tem barbante
Tem farinha, pedra-pomes
Prendedô, passadô
Escorredô, esmalte vermelho
E tem até couro pra pandeiro

Mas tudo é embrulhado
Num papel fuleiro

S
e precisa de alguma coisa
Vai lá no meu armazém
Tem de tudo quase tudo tem

Mas se você não vem

A saudade é longa dobro minha manga
A saudade é tanta te vendo uma fanta
A saudade é dura vendo também miniatura
A saudade não passa
Só não vendo de graça
A saudade me cala não tem trocado leva bala
A saudade é um bocado paro de vender fiado
A saudade é um bocado paro de vender fiado

Se precisar de alguma coisa
Vai lá no meu armazém
Tem de tudo quase tudo tem

Por entre o realejo lá no fim do dia

20 de janeiro de 2009

Azul Infinito


EU ESTAVA A LER UM LIVRO

MAS O PENSAMENTO ESTAVA PERDIDO

EM MINHA FRENTE UM AZUL INFINITO

CHEIO, PORÉM VAZÍO.

ESTAVA SÓ NA MULTIDÃO

NÃO HAVIA ANFITRIÃO

PARA RECEBER OS CONVIDADOS

OS QUAIS NEM FORAM CHAMADOS

E A CADA ONDA UMA CHANCE

EU PAR ECIA LOUCO ESCREVENDO ISTO FRENTE AO MAR

ME SENTIA ESTRANHO NAQUELE LUGAR

QUE NÃO ERA NEM MEU, NEM SEU.

MAS DE TODOS NÓS

E QUEM SOMOS NÓS?

DONOS DE QUE?

FILHOS DE QUEM?

DE QUE ADIANTA ESTE MAR

SEM VOCÊ PRA ME ACOMPANHAR

AS ONDAR RESPIRÃO AO FORMATO DA CANÇÃO

E AS TAIS ONDAS LEVARAM O MEU CORAÇÃO

E QUANTO TEMPO VAI LEVAR

ATÉ OUTRA ONDA CHEGAR

OU SERÁ QUE ESSA AINDA VAI VOLTAR?

9 de janeiro de 2009

A Palavra silêncio


Palavras, não são apenas palavras. São muito mais do que isso. Cada uma foi formada por uma junção de letras e/ou sinais. Não são tão simples assim como se imagina. Loucos criadores de verbetes de dicionários. Qual deles conhece minuciosamente cada uma daquelas palavras. Mesmo se passasem a vida inteira estudando uma única, não conseguiriam descrevê-la com total destreza.

Não dá pra ignorar os fatos de que existem coisas que as palavras não explicam. Exemplo: a imagem acima. Nessas horas o silêncio é usado. Sim, uma palavra sem som. Eu costumo usá-la muito. Quando deito em minha cama e fico em silêncio posso sentir o sangue passar pelas minhas veias. O silêncio é importante para ouvirmos as coisas ao nosso redor. É que as vezes falamos tão alto que não conseguimos ouvir uma resposta, a qual pode ser dada atravez do silêncio de um olhar.

6 de janeiro de 2009


Coisas tão banais
São tantas que árecem irreais
Sonhos bobos de uma criança
Que mesmo em inocência
Nunca perde a esperança

Grita forte bem alto
Para não deixar os incrédulos
Falarem mais alto
Focaliza, vê e segue
Conquista e e vence!

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Se você é daqueles que reparam, deve ter reparado que no agazalho do jovem rapaz traz uma inscrição esperançosa. "Terra dos Sonhos". Sonhar é muito fácil. Poder ser realizado de forma gratuita e saudável. Porém, nem sempre pode ser compartilhada. Não conto meus sonhos à ninguém. Com certeza haverá um infeliz sem sonhos que virá destruir os seus com um simples "não vai dar certo". Compartilhe os seus sonhos com quem sonha e realize-o, movimente-se. O sonho é seu, viva-o.

SINAIS DE FOGO

Estou com essa música na cabeça já tem alguns dias e isso é o que eu espero para esse ano: SINAIS DE FOGO.

Sinais de Fogo

Composição: Ana Carolina e Totonho Villeroy

Quando você me vê
Eu vejo acender outra vez aquela chama
Então pra que se esconder?
Você deve saber o quanto me ama

Que distância vai guardar nossa saudade?
Que lugar vou te encontrar de novo?
Fazer sinais de fogo
Pra você me vê

Quando eu te vi e te conheci
Não quis acreditar na solidão
E nem demais em nós dois
Pra não encanar

Eu me arrumo, eu me enfeito
Eu me ajeito, eu interrogo meu espelho
Espelho em que eu me olho
Pra você me ver

Por que você não olha cara a cara?
Fica nesse passa ou não passa
O que falta é coragem
Foi atrás de mim na Guanabara
Eu te procurando pela Lapa
Nós perdemos a viagem