28 de fevereiro de 2011

Perdido

Ontem fui visitar um amigo e adivinhem só? Quando cheguei lá descobri que havia perdido a minha carteira. Foram-se junto com o ônibus: minha carteira de identidade (RG), meu Bilhete Único (cartão para pagar passagens no Rio de Janeiro) e meu cartão da poupança. E para piorar hoje tive uma entrevista de emprego. Desta vez fui eu quem disse não. Queria que eu trabalhasse de Bob’s-escravo, durante 10 dias de meio dia as 10 da noite e no final receberia apenas R$200,00. Isso durante o carnaval.

Pela sorte e graças ao meu amigo, pude voltar para casa naquele dia, mas para refazer os documentos está sendo uma odisseia. Primeiro que o Bilhete Único tomou-me muito tempo e no fim recebi um “aguarde 72 horas”. A minha identidade ficou apenas na minha mente, pois passei 2 horas na fila do DETRAN e nem saí do lugar. E quanto ao banco, os telefones não estão funcionando. Somando-se tudo isso ao calor do Rio de Janeiro e ao TPB meu stress sobe altíssimos níveis.

26 de fevereiro de 2011

Eu matei Muhamar Kadhafi


Você não merecia o poder que tinha. Não mesmo. Tanto que as pessoas não o queriam mais. Nem eu. Depois das minhas férias no Egito, resolvi passar uns dias na Líbia. Ouvi dizer que é um país muito interessante. Exceto pelo seu presidente, Muhamar Kadhafi. Que por uma fatalidade não está mais entre nós.

Estar em países muito quentes, onde sua pele muda de cor com o tempo e te faz parecer com os nativos, ajuda a praticar um pouco de “solidariedade”. Você era tão ridículo quanto o seu governo. Um incompetente que só sabia matar pessoas inocente. Mas isto acabou. Depois de matar Mubarak, você seria o próximo.

Bastou-me apenas vestir uma roupa preta e carregar uma mala. Disse-lhes que trouxera os microfones para o discurso do presidente. Os oficiais averiguaram o conteúdo e viram que realmente havia um microfone e alguns cabos. Tudo montado. O presidente aproxima-se da sacada em ruínas. Fala alguma coisa, mas não sai som. Meche em algo e... Boom!!! Tudo vem abaixo aos olhos de milhares de câmeras da imprensa mundial. Sacada e presidente se foram em um piscar de olhos. Aquele microfone tratava-se de uma bomba. Bastava apenas acionar o botão do microfone e pronto. Impulsos elétricos viriam da mesa de som provocando uma explosão suficientemente mortal.

Manifestantes de oposição comemoravam. Oficiais tentavam ir ao encontro dos escombros. Enquanto isso eu apenas saía pela porta dos fundos. Meu voo sairia em três horas. Kadhafi não deu uma palavra sequer. Ninguém mais queria ouvi-lo. Antes que se pudesse prever alguma coisa, os manifestantes iniciaram uma invasão para impedir que os filhos do ditador tomassem a presidência. Entraram na ruina e destruíram tudo e mataram todos.

Até a próxima morte. Não vou mais tentar parar. Não posso.

Só pra respirar

Estradas perigosíssimas. Foi o que vi nesta viagem a Cachoeiras de Macacu - RJ. Primeiro, por volta das 7 da manhã, na BR-101, um motorista corria atrás de um homem que seguia logo na frente. O rodoviário seguia a toda pelo meio da pista (que, diga-se de passagem, é privatizada e tem um pedágio a cada esquina) aos berros de “pega ladrão”, parecia até uma cena de filme em escarlata de cinza.

Logo acima, no Trevo da Reta onde se tem a opção de seguir para Rio Bonito, Alcântara e Cachoeiras de Macacu um carro capotou e foi parar em uma das dezenas de fazendas à beira da estrada. Logo aí, outro pedágio e muita polícia na região. Mais tarde, às 19 horas quando estava voltando mais de cinco fazendas foram incendiadas e via-se que os focos eram criminosos. Ficamos com medo. O ônibus teve que parar por diversas vezes por conta das investigações da polícia.

Mas apesar de toda a violência passei um bom dia, na casa da minha avó. Na frente do rio que corta e banha a cidade que tem uma cachoeira em cada esquina. Fui lá só pra respirar. Segue a minha foto na praça da cidade.


24 de fevereiro de 2011

Excesso Exceto

Vi hoje no jornal do meio-dia que uma senhora de 78 anos, com câncer de pulmão, está sentada em uma poltrona há nove dias em um hospital porque não há leitos. Outro homem sentado no corredor com um problema na perna, sem conseguir andar, recebe uma ordem de uma enfermeira que está há uns dois metros à sua frente. “Levanta daí!”

Estou revoltado como as “autoridades” desse país são. Minha revolta não é a solução e esse texto também não é. A velinha provavelmente vai morrer naquela poltrona enquanto nossos parlamentares votam em uma sessão plenária absurda R$5,00 de aumento no piso salarial.

Concordo que um aumento maior que esse traria à ruina cidades interioranas que não possuem essa verba. Mas volto a lembrar dos salários dos digníssimos deputados e senadores representam a miséria de muitos brasileiros. Cada parlamentar gera um custo total de R$90.000,00 por mês. Acho que com esse dinheiro a velinha não precisava estar daquele jeito.

Quanto à enfermeira, que em minha opinião deveria estar presa por maus tratos e omissão de socorro, o apresentador do jornal (deputado Wagner Montes) agiu em sua defesa dizendo que os médicos e enfermeiros ganham mal. Para começar a pessoas que aceita trabalhar sabe das suas condições salarias e sem este acordo o contrato não é feito. Segundo que isso não é motivo para que um paciente seja tratado mal. Somando-se a isso a falta de inteligência desses profissionais. Se você, profissional de saúde, trata mal um paciente ele não sai do hospital. Se não sai do hospital, o governo tem que “bancar” o tratamento dele. Isso significa que o governo transferiu o dinheiro que iria para o seu salário, para o miserável que você insiste em tratar mal. Respeito muito aos profissionais de saúde que são HONESTOS e que assumem independentemente de dinheiro o dever e a paixão por salvar e melhorar a vida das pessoas.

Deixo-lhes então Excesso Exceto, de Lenine com uma frase que tem sido realidade na saúde pública. “Se não morreu nem existiu”. É assim que viramos mais um na estatística. Como diria Cazuza, e assim nos tornamos brasileiros. Vou indo, pois já escrevi demais hoje.



Excesso exceto (Lenine / Arnaldo Antunes)

O que se abre aberto
Se aproxima perto
Pra esvaziar o já deserto

Desorienta o incerto
Ruma sem trajeto
Nunca existiu mas eu deleto

Querer sem objeto
Voz sem alfabeto
Enchendo um corpo já repleto

O excesso, o exceto
O etcétera e todo resto
Do chão ao céu, da boca ao reto

Eu só eu
No meu vazio
Se não morreu
Nem existiu

Só eu só
No meu pavio
Futuro pó
Que me pariu



Eu matei um rostinho bonito

Você era tão doce. Tão suave. Chegou perto de mim e perguntou-me as horas. Não me apaixonei, mas vi em seus olhos um amor que eu buscava. Cabelos longos, boca pequena, pele clara. Era uma princesa. Era.

Fui falar-lhe alguma coisa. Minha foz se foi. Pedia-me alguma explicação com o olhar. Pôs-se a conversar e a falar sobre tudo. Era bem melhor que ficasse em silêncio. Depois de dez minutos deixei a paz de amor que me tomara ir com o vento, que carregava a minha momentânea epifania. Convidei-lhe a um café, antes que chegasse a hora do voo.

Desta vez descartei a hipótese de usar o veneno de rato que sempre levo comigo. Estava cansado de mortes muito amadoras. Agora carrego comigo soda cáustica em flocos. Você se sentou enquanto eu pedia o café e antes de chegar à mesa o seu já estava “presenteado”. Bastou apenas um gole. Parte da sua boca começou a corroer-se. Começou a gritar, e eu disfarçadamente fiz o mesmo.

No fim você foi apenas um rostinho bonito. As pessoas no aeroporto começaram a entrar em pânico, pensando que a culpa era da cafeteria. Sabe, o ruim de ser um assassino assim é que você nunca pode receber a sua fama (a não ser, claro, se você quiser ser pego). Faz seis horas que não mato ninguém. Só por hoje. Não por mim, nem por ninguém.

Epifânico


Você não sabe da missa um terço. É tanta coisa que passa na minha mente. São tantos desencontros, tantos devaneios. Uma real epifania que nunca tem fim. E eu te descubro em cada traço meu. Em cada canção que canto na minha displicência. Você não está nos meus sonhos, você apenas grita, tentando me acordar.

Tenho medo da sua delicadeza. Da intenção que a sua intensidade produz. Nada é tão forte quando a minha vontade de sumir. De não ter sentido. E você que tenta me decifrar aos milésimos. Sinto lhe dizer que não sou decifrável. Para descobrir o que sou terá que entrar em mim.

E descobrirá que sou como uma mancha de óleo no mar. Um inconveniente a céu aberto. O que as pessoas insistem em não notar, mas está ali gritando. Como uma onda sem fim. Eu sou o secreto exposto da sua imaterialidade. A menina que ficou a esperar o seu amor, que pescador, saiu à tempestade e pode nunca mais voltar. Sou toda aflição.

Sou pés que afundam na areia movediça e mesmo assim insisto em querer chegar mais fundo. Não há limites para sua sina. Até que o sol não mais se ponha e a luz nunca deixe o seu lugar. Apenas aqui para ficar.


22 de fevereiro de 2011

Tudo vira bosta

Estou quase explodindo de raiva. Há algum tempo adotei o hábito de não compartilhar decepções com a minha família, pois a primeira reação é esfregar na cara. Depois de uma semana o assunto continua a tona e o costume prossegue. Recentemente, comprei uma poltrona-cama inflável pela internet. Chegou há duas semanas e estava usando-a diariamente. Um produto prático e confortável.

Estava tudo uma maravilha até que descobri um furo no assento. Usei o adesivo reserva que vinha na caixa, não resolveu. Usei cola de todos os tipos. Nada. Por fim, resolvi contatar o cara que me vendeu pelo Mercado Livre. Eu teria que pagar o frete ida e volta, e se o defeito não fosse de fabricação (para ele com certeza não ia ser) devolver-me-ia o mesmo produto furado. Obviamente eu deixei pra lá. E já deu pra imaginar o que isso causou na minha família, né?

Hoje minha querida mãe teve um ataque de risos esfregando o fato na minha cara. Insinuando que eu fiz uma compra idiota. Que era óbvio que algo inflável nunca iria dar certo. Sabe, se fosse ao contrario, iria fazer de tudo para que eu ajudasse a resolver o problema. Estive pensando nisso a tarde toda. Todo mundo faz e fala besteira. Mas é incrível o quanto as pessoas que a gente ama são sempre as que mais nos tiram do sério ou que nos decepcionam.

Há um tempo me desentendi com meu melhor amigo. Distanciei-me. E no fim, como boa manteiga que sou, fui reaver a nossa amizade. Sabe o que eu ouvi? “Você sempre me viu como melhor amigo, mas eu nunca te vi como amigo”. Nunca mais falei com ele. E sinceramente depois disso não quero. E ao pensar em tudo isso, ouvi uma música da sábia Rita Lee que diz exatamente a realidade: Tudo, absolutamente tudo, vira bosta. Deixo-lhes a música e sua letra. Espero que gostem.


TUDO VIRA BOSTA - RITA LEE
O ovo frito, o caviar e o cozido
A buchada e o cabrito
O cinzento e o colorido
A ditadura e o oprimido
O prometido e não cumprido
E o programa do partido
Tudo vira bosta...
O vinho branco, a cachaça, o chope escuro
O herói e o dedo-duro
O grafite lá no muro
Seu cartão e seu seguro
Quem cobrou ou pagou juro
Meu passado e meu futuro
Tudo vira bosta...
(Refrão)
Um dia depois
Não me vire as costas
Salvemos nós dois
Tudo vira bosta...
Filé 'minhão', 'champinhão', 'Don Perrinhão'
Salsichão, arroz, feijão
Mulçumano e cristão
A Mercedes e o Fuscão
A patroa do patrão
Meu salário e meu tesão
Tudo vira bosta...
O pão-de-ló, brevidade da vovó
O fondue, o mocotó
Pavaroti, Xororó
Minha Eguinha Pocotó
Ninguém vai escapar do pó
Sua boca e seu loló
Tudo vira bosta...
(Refrão 2x)
Um dia depois
Não me vire as costas
Salvemos nós dois
Tudo vira bosta...
A rabada, o tutu, o frango assado
O jiló e o quiabo
Prostituta e deputado
A virtude e o pecado
Esse governo e o passado
Vai você que eu 'tô cansado'
Tudo vira bosta...
(Refrão 2x)
Um dia depois
Não me vire as costas
Salvemos nós dois
Tudo vira bosta...
Tudo vira bosta...(5x)

21 de fevereiro de 2011

Escrevendo

Estou tão distraído com a elaboração do meu livro que sobram poucos posts sobre o EU MATEI. Estou terminando e dando vida ao que antes parecia um monte de histórias soltas. Agora há coisas que vocês não verão no Blog, pois obviamente se eu postar tudo aqui não sobrará nada pelo que as pessoas se interessem. Se é que ele será lançado algum dia. Mas espero que esse livro seja a voz de muitas pessoas que gostaria de expressar a sua raiva através de um assassinato (fictício, é claro). Gostaria que deixassem nos comentários sugestões de pessoas as quais devo matar ou que vocês gostariam de verem mortas. Pode ser famoso, algum parente, quem vocês quiserem.

Um abraço.

Eu matei Justin Bieber


São duas da manhã. Fazia oito dias que eu não matava ninguém, mas você realmente precisou da minha ajuda. Você já não sabia o que era e eu realmente não estava a fim de descobrir por você. Não havia tempo para isso. Aquela era a sua primeira vez no Brasil. Primeira e única. Afinal, eu nunca deixo uma morte inacabada.

Depois de anos, o Rock in Rio voltou ao Brasil e você veio cantar aqui. Muita gente ainda acredita que a segurança desses lugares é impecável. Como já disse, nenhuma segurança é perfeita. Precisei apenas de um terno. Uma vez lá dentro, só iria sair depois que você não estivesse mais ali. Você nunca chegaria a se apresentar.

Entrei na cozinha como um simples copeiro. Carregava um carrinho com todas as porcarias que você havia pedido. Entrei no camarim e fechei a porta. Nenhum segurança lá dentro. Só você e um maquiador. Sei que parece tão antiquado, mas usei do veneno de rato outra vez. Não era algo que me agradasse, pois gostaria de mata-lo com fogos de artifício. Ouvi um “thank you” e fui embora.

“Foi levado para o hospital agora pouco o cantor canadense Justin Bieber. O cantor passou mal após comer panquecas e bacon. Há suspeitas também de envenenamento”. Eu ri tanto quando ouvi isso no rádio. Quase bati o carro na hora. Depois de um tempo muitas crianças chorando. Mas o que importa é que estou feliz. Pena que não pude ficar lá para ver o seu corpo se contorcer de dor enquanto seus músculos se contraíam.
Faz dois minutos que eu não mato ninguém. Só por hoje.

19 de fevereiro de 2011

Um pouco mais de Tolerância

Há uma palavra gritando na minha mente há alguns dias. TOLERÂNCIA. Tenho visto tantas coisas que me deixam fora de mim. Li uma postagem de uma cara falando de hipocrisia que criticava o cachê de um show do padre Fábio de Mello. O mesmo post ainda levava umas indiretas a Edir Macedo, Sônia Hernandes e Silas Malafaia. Eu não sou católico e não tenho obrigação de defender ninguém. Mas eu não entendo a vontade que as pessoas possuem de falar sobre aquilo que não conhecem.

Já publiquei uma crítica construtiva que mandei ao Silas Malafaia, por não concordar com certas atitudes que ele toma, mas isso não me dá o direito de difamá-lo. As pessoas não podem julgar uma instituição milenar como a Igreja pelas atitudes de algumas pessoas. É falta de coerência (assunto de um post anterior).

Eu sei quanto meu pastor ganha. E sinceramente acho que é pouco, pois ele cuida de mim e as minhas crises com o Transtorno Borderline. Isso não tem preço. É o trabalho dele e acho que essas pessoas merecem ser recompensadas. Do mesmo modo que as igrejas precisam do sustento para suas estruturas. Afinal, sentar no banco, com um ventilador e um som confortável ao ouvido é muito bom. E poder usar um banheiro limpo com água? Abrir a boca para falar o que pensa de primeira é uma atitude infantil.

Do mesmo modo, eu luto (até mesmo dentro da minha própria igreja) pela tolerância. Aos homossexuais, aos amigos de outras religiões e opiniões, aos menos favorecidos, aos idosos e aos tantos outros que sofrem com a intolerância. Uma amiga me ensinou que respeitar não é concordar. Eu não preciso concordar com tudo, mas eu preciso respeitar.

Bom fim de semana!

Os que mamam...

Recebi este vídeo pelo FACEBOOK e achei muito interessante por nos dias de hoje isso é uma cena rara. Uma deputada quebrando o pau. Não vou fazer propaganda política, mas esse tipo de pessoa precisa ter o nome falado. Ela se chama Cidinha Campos e apresenta até um programa na Band do Rio de Janeiro. Ainda vou achar o nome do deputado que no primeiro dia como deputado enviou 93 projetos de lei a serem a provados.

18 de fevereiro de 2011

Meme Literário

Recebi do Falando Sobre.

1. A Bíblia
2. A Cabana
3. Eu matei - O Diário de um Serial Killer (meu livro, um dia vou lançá-lo... um dia...)
4. Todos os Blogs que eu indicaria ganharam um desses
5. O link está logo ao lado. Clique na imagem e confira.

Coerência é tudo...

É incrível a falta de coerência que as pessoas possuem. Digo isto não só em termos nacionais, mas também em relação ao nosso querido planeta Terra. Li um artigo sobre o ROCK IN RIO no Blog Falando Sobre. E tirei uma conclusão: as pessoas literalmente não possuem um pingo de coerência.


Primeiro que faria todo o sentido do mundo o evento ser realizado no Rio de Janeiro. Poderia ser até mesmo no Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul ou até em qualquer Rio do Brasil. Mas eu me pergunto: Por que em vários anos esta porcaria foi para Europa?


Segundo, eu gostaria de fazer um grifo, que todos que conheço fazem. Se o evento é para promover o Rock, que diabos faria Justin Bieber (que a propósito estou pensando em “matar” também), Lady Gaga e Ivete Sangalo ali? Acho que não seria nenhuma ofensa se a Ivete não fosse ao evento. Gosto dela, mas pelo que eu saiba ela nunca teve nenhum tipo de influência do rock. Não faz sentido. É incoerente. O Festival de Verão sim é o lugar dela. Fez o povo pular no meio do apagão.


Esses dias eu estava ouvindo rádio. Ouço cada coisa sem noção... Tipo, a Orquestra Sinfônica do SESC tocando Créu. Ou ainda a MPB FM transmitir um programa de funk chamado NOITE PRETA. Não é preconceito. Mas muita miscelânea não faz bem. O conteúdo esvai-se deixando apenas uma propaganda vazia. E como a Globo nos introduz diariamente, CONTEÚDO É TUDO.

16 de fevereiro de 2011

Tocando piano
 
 
 
Quando escuto bem baixinho no meu cantinho
O acorde do piano fico feliz,
Entrego-me,
Sonho,
descarrego
Fujo do mundo em que navego
Sinto silêncio
Vou a um mundo que contemplo
Minha felicidade é completa
Sigo em uma direção incerta
Meus olhos fazem grandes descobertas
São como folhas secas sem pressa
Cada tocar é um viver
Cada tom é um som
Cada melodia é uma poesia escrita no livro da vida
Sem rumo,
Sem saída, mas com a direção entendida.
Não tem dor
Só amor
Só sentimento de calor contemplando ainda mais o  amor
Viajo não era da fantasia
Sinto-me tocar na mais alta estrela vazia
É como  se ela fizesse parte da poesia
Levasse a mim só a mim um lindo momento do dia
tocando o piano na mais alta sintonia...
 
 
Poesia de José Renato da Silva Júnior





Tenho tentado aprender a ser humilde. A engolir os nãos que a vida me enfia pela goela a baixo. A lamber o chão dos palácios. A me sentir desprezado-como-um-cão, e tudo bem, acordar, escovar os dentes, tomar um café e continuar.
Caio Fernando Abreu

Eu matei José Sarney


Ele não queria deixar o poder. Então eu tive que ajuda-lo a superar isso. Brasília era uma cidade que eu não gostava. Muito calor. Não havia mar. E muita gente corrupta. Não que soubesse algo sobre você, mas decidi que já era hora de você deixar este mundo.

Fui visitar naqueles dias uma amiga que morava na cidade há alguns anos. Passei apenas dois dias. Até que te encontrei no aeroporto. Você estava no mesmo voo que eu. Uma grande pena eu ter ficado na poltrona ao seu lado. E não pense que isso me deu facilidades para mata-lo, pois não poderia passar com armas no aeroporto. Tive que usar a técnica.

Você teve a infelicidade de viajar sozinho. Você na janela e eu ao seu lado. Apenas pressionei a Jugular. 10... 9... 8... 7... 6... 5... 4... 3... 2...1! Acabou. Recostei sua cabeça à janela como se tivesse adormecido, o que não era mentira. Você não merecia mais este mundo. Eu apenas lhe fiz um favor. Não em leve a mal, mas é algo extremamente pessoal. Sua política é fraca demais. Era...

Enfim pousamos. Todos os passageiros saíram um por um. Mas você permaneceu ali. Uma aeromoça tentou acordá-lo, sem sucesso. Começou a ficar nervosa e a gritar pedindo socorro. Chamaram um médico, que lhes revelou o pior. Mas todos pensaram que havia sido apenas uma parada cardíaca. Eu estou tentando parar, mas a morte guia minha mão, como um pintor ao pincel. Faz 15 minutos que eu não mato ninguém. Só por hoje.

15 de fevereiro de 2011





Quando partiu, levava as mãos no bolso, a cabeça erguida. Não olhava para trás, porque olhar para trás era uma maneira de ficar num pedaço qualquer para partir incompleto, ficado em meio para trás. Não olhava, pois, e, pois não ficava.
Completo, partiu.

Caio Fernando de Abreu

Selo de Qualidade



Ganhei mais um selinho da Wally, dona dos Blogs REFLEXÕES BORDERLINE e o EGITO - DO NILO AO DESERTO. Responderei às perguntas e farei algumas indicações para ganhar o selo e respondê-las também.



Nome: Nathan Rodrigues da Silveira Murizine Branco
Uma música:  no momento, Filosofia, de Noel Rosa
Humor: Borderline
Uma cor:  Preta
Estação:  Inverno
Como prefere viajar:  de carro
Um lugar:  Plaza Shopping
Um filme:  Meu malvado favorito
Um prazer:  Blogar, ouvir música, cantar 
Um seriado: CSI, Criminal Minds e agora comecei a assistir DEXTER
Time do Coração:  Botafogo
Frase mais dita por você: nos últimos dias apenas esta de Einstein: "Õ único lugar onde o sucesso vem antes do trabalho é no dicionário"
O que achou do selo:  muito legal!!!

Indicados (que eu acompanho de verdade)
.......................


Um povo com voz

Quem disse que somos inúteis? Não importa se são 18 dias ou 18 anos, nós temos a forma para chegar lá. Sonhamos com um Egito onde os trabalhadores sejam respeitados pelo governo. Não há país sem movimento. Nada é mais importante do que chegar em casa e ter comida. Por que tenho que receber 100 dólares por mês se o presidente come com o meu dinheiro? Quero ele fora daqui!

Vou contar aos meus netos que nós saímos às ruas e dissemos o que queríamos e o que precisávamos. A nossa voz foi ouvida por que não somos vândalos, somos seres humanos. Vamos contar que atiramos os nossos sapatos na cara de Mubarak. O mundo inteiro viu o seu retrato sair do governo. Ele já era, virou história para ser contada. Um líder que foi embora por que o povo não o queria mais. Um excremento que se foi quando demos descarga.

Agora vamos reconstruir. Ajeitar o que sobrou. Dar uma pintura na casa, fazer uma festa para comemorar. Mas não se engane, o quem por aí é bem pior. Mas não brinquem comigo, se for preciso, fazemos de novo. Novamente e outra vez. Nós não somos apenas um povo. Somos um povo com voz e isso ninguém (Ouviram?!? Ninguém!!) irá tirar de nós.

13 de fevereiro de 2011

Borderline no Ídolos 2011


Depois de um tempo em paz estou soltando os cachorros outra vez. Os sintomas do TPB estão bem fortes nestes dias. Geralmente as pessoas que mais me tiram do sério são exatamente as da minha família. A começar pelo meu pai que tem o dom de me tirar do sério só com a sua presença. Imagine alguém que fale de você para alguém, na sua presença, como se você não estivesse ali. Acrescente a esta pessoa inconveniência. Como se já não bastasse, a criatura faz perguntas repetidas de assuntos que já foram esclarecidos. Sem contar o ritual de observação em quanto você come, ou faz alguma coisa. Uma pessoa que não consegue calar a boca.
 
Mas deixando de lado o meu pai, hoje me tiraram do sério minhas mãe e irmã. Estávamos voltando da igreja quando elas começaram a andar mais rápido que eu que tenho um problema na perna. Há três anos sofri um acidente e tenho agora uma placa de quinze centímetros e oito para fusos de platina. Que normalmente não doem tanto, mas ontem passei por um grande esforço. Passei cerca de sete horas em pé na fila do programa Ídolos. Perdi a voz na gravação das vinhetas do tal programa e para piorar bebi água gelada, que era o único líquido disponível (e que a própria produção deu) a nós em debaixo de um sol de 45°. O resultado foi um “não foi dessa vez” de um dos jurados, queimaduras de 2º grau no rosto, um carimbo do logotipo do programa na mão direita que me deu uma alergia desgraçada e câimbras horríveis na perna durante a noite. Isso sem contar que descobri que o programa é uma grande farsa montada para chamar a atenção de telespectadores idiotas.

Enquanto minhas mãe e irmã andavam na frente, eu tentava acompanha-las, sem sucesso. Olharam para trás, deram uma gargalhada. Foi aí que não aguentei e disse: “Vão me largar sozinho? Minha perna está doendo!” Elas continuaram com um risinho debochado e minha mãe soltou: “Você não quis ir pro Ídolos sozinho?”. Invoquei as profundezas nessa hora. Fui pro Ídolos sozinho por que a porra da minha família não me apoiou e todos os  meus amigos tinham compromisso no dia. Eu atravessei um baile funk de bandidos distribuindo drogas aqui em casa. Passei horas em uma fila interminável. Recebi um não. Estou sentindo um monte de dores. Quando estava voltando pra casa peguei um ônibus que me deixou em um lugar distante. Fiquei com fome, com sede. E o pior de tudo foi ouvir isso. Vão todos à Puta que os pariu!!!

Desculpemos meus palavrões, mas é o que estou sentindo agora. Minha mãe percebeu que não devia ter dito o que disse, mas do mesmo jeito que merdas cagadas não voltam ao cu, palavras ditas e levadas pelo vento não voltam nunca para dentro da boca. Obrigado por me ouvirem (lerem). Estava mesmo precisando desabafar. Até a próxima.

9 de fevereiro de 2011

Eu matei minha irmãzinha


Eu acho que parei de matar. Não senti vontade, pelo menos. Tudo que fiz não me arrependo de nada. Sei sou um assassino cruel e indomável. Mas não consigo me ver de uma forma diferente senão a de um benfeitor para o mundo. Mas nem sempre foi assim. Estive revirando uns álbuns de família, vendo as fotos de um passado infeliz. Eu nunca fui uma criança normal, apesar de ter tudo o que uma criança precisa: pai, mãe, casa, brinquedos e... Irmã. Pena que ela não durou muito. Sabe... Acontecem acidentes quando você é uma criança de dez anos e tem uma irmãzinha de três perto de você. Eu já disse, eu era uma criança perturbada. Não tinha amigos. Eu vivia trancado dentro de casa. Minha pele era excessivamente branca por conta do confinamento. Meus pais eram superprotetores e eu fui tornando-me psicótico.

Certa tarde, estávamos apenas minha irmã e eu em casa. Minha mãe estava na casa da vizinha conversando algum assunto sem mais importância. A pequena criança dormia calme e serena em seu berço e eu procurava algo para passar o tempo. Até que ela resolveu acordar. A culpa não foi minha. Ela que acordou. Começou a chorar. Eu não conseguia fazê-la parar. Não podia deixa-la sozinha, minha mãe iria brigar comigo. Então não tive dúvidas: matei pela primeira vez.

Havia um vem sobre o berço que protegia contra mosquitos e insetos. Ele não era tão perigoso, mas foi essa a desculpa que todos por natureza acreditaram. Enrolei o seu rosto no véu e dei-a chorar. Mas ela continuava. Invadia minha mente com a sua gritaria. Criança chata. Parti então para uma atitude mais enérgica. Enrosquei o véu em seu pescoço. Agora não chora mais tão alto. Aos poucos sua voz vai embora. Sufoca ao tentar se soltar. Enrosca-se mais e mais. Até que... Acabou. Ela não está mais ali. Estou sozinho outra vez. Saí do quarto e fui para a sala assistir tv, como se a vida daquela criança não passasse de uma brisa. Minha mãe ao chegar perguntou-me se ela havia chorado. Disse-lhe não com uma naturalidade que até hoje não se de onde tirei. Continuei com os olhos fixos na tela. Ela foi até o quarto. Gritou. Desenroscou o corpo e voltou chorando com o cadáver na mão. Pensei que ela fosse desconfiar de mim. Mas deduziu que eu, um menino de dez anos, não teria coragem de matar minha própria irmã. Quem sabe da próxima vez?

Tudo se acertou como um acidente doméstico e nada mais. Eu nem me lembrava disso. Para quê? Há um velho provérbio chinês que diz: “O passado é história. O futuro, um mistério. Mas o hoje... O hoje é uma dádiva. É por isso que se chama presente”. Então, querido diário, vamos à velha frase de sempre (isso já está me enchendo o saco, um dia desses ainda mato o cara que inventou isso): faz uma semana que eu não mato ninguém. Só por hoje. 

Esse Blog é nota 1000

Ganhei um selinho da Wally e responderei à suas questões.



a) Nome: Nathan Rodrigues da Silveira Murizine Branco
b) Uma música: A tua glória faz - Fernanda Brum
c) Um filme: De pernas pro ar (assisti ontem, muito bom!!!!)
d) Cor preferida: Preto
e) O que mais gosta de fazer?? Escrever, cantar ouvir música, ler, bloggar (não necessariamente nessa ordem) 
f) O que você mais gostou no selinho?? A nota, claro!