24 de fevereiro de 2011

Eu matei um rostinho bonito

Você era tão doce. Tão suave. Chegou perto de mim e perguntou-me as horas. Não me apaixonei, mas vi em seus olhos um amor que eu buscava. Cabelos longos, boca pequena, pele clara. Era uma princesa. Era.

Fui falar-lhe alguma coisa. Minha foz se foi. Pedia-me alguma explicação com o olhar. Pôs-se a conversar e a falar sobre tudo. Era bem melhor que ficasse em silêncio. Depois de dez minutos deixei a paz de amor que me tomara ir com o vento, que carregava a minha momentânea epifania. Convidei-lhe a um café, antes que chegasse a hora do voo.

Desta vez descartei a hipótese de usar o veneno de rato que sempre levo comigo. Estava cansado de mortes muito amadoras. Agora carrego comigo soda cáustica em flocos. Você se sentou enquanto eu pedia o café e antes de chegar à mesa o seu já estava “presenteado”. Bastou apenas um gole. Parte da sua boca começou a corroer-se. Começou a gritar, e eu disfarçadamente fiz o mesmo.

No fim você foi apenas um rostinho bonito. As pessoas no aeroporto começaram a entrar em pânico, pensando que a culpa era da cafeteria. Sabe, o ruim de ser um assassino assim é que você nunca pode receber a sua fama (a não ser, claro, se você quiser ser pego). Faz seis horas que não mato ninguém. Só por hoje. Não por mim, nem por ninguém.

3 comentários:

  1. Poxa Nathanzinhooooooo
    dela eu gostava, eu até queria ser ela... Ainda bem que não sou...rs... ou mehor, ainda bem que eu não era né? rs
    beijos

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  2. na verdade não foi ela quem eu matei, apenas usei a foto...

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