3 de fevereiro de 2011

Eu matei Hosni Mubarak


Nestas férias decidi que iria viajar. Se levarmos em conta que o mundo é muito grande e possui diversos lugares para ir, eu realmente fiquei na dúvida. Mas nas últimas emanas decidi que viria para cá. O Egito me fascina. Uma cultura milenar. Conhecimento. É bom estar aqui. O mais impressionante no Egito é que depois de milhares de anos ainda tem gente se achando o faraó. Não resisti, tive que matar.

Era uma linda manhã. Ele estava tomando café na sede do governo. Eu fui lá cumprimenta-lo. Por mais bem armado que seja, todo esquema de segurança tem suas falhas. A desta era muito pitoresca: às sete da manhã não havia guardas na porta para fazer a troca da guarda. Fui entrando mesmo. Sentia-me em casa.

Além do café, havia sobre a mesa uma xícara de chá de hortelã. Ele não notou a minha presença. Comia um pão tão sozinho que não havia nada mais ao seu redor. Será que ele poderia imaginar que era o último pão da sua vida? Mas que horror! Nem uma geleia ele passou...

E finalmente depois de tantas mortes sem recurso, pude matar com dignidade desta vez. Você usava uma gravata vermelha. Apenas me aproximei e puxei-a. Seus olhos esbugalharam-se e seu rosto avermelhou-se. Tentou tossir. Tentou gritar. A boca expeliu o pão que ainda mastigava. Você parou de tentar e se foi. Deixei sua cabeça sobre o que restou do pão e dei-lhe adeus.

Tenho que confessar: desta vez eu não estava tentando parar. Que se dane! Eu não vou parar. Nem por hoje, nem nunca! Tá bom... Só por hoje.

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