24 de fevereiro de 2011

Epifânico


Você não sabe da missa um terço. É tanta coisa que passa na minha mente. São tantos desencontros, tantos devaneios. Uma real epifania que nunca tem fim. E eu te descubro em cada traço meu. Em cada canção que canto na minha displicência. Você não está nos meus sonhos, você apenas grita, tentando me acordar.

Tenho medo da sua delicadeza. Da intenção que a sua intensidade produz. Nada é tão forte quando a minha vontade de sumir. De não ter sentido. E você que tenta me decifrar aos milésimos. Sinto lhe dizer que não sou decifrável. Para descobrir o que sou terá que entrar em mim.

E descobrirá que sou como uma mancha de óleo no mar. Um inconveniente a céu aberto. O que as pessoas insistem em não notar, mas está ali gritando. Como uma onda sem fim. Eu sou o secreto exposto da sua imaterialidade. A menina que ficou a esperar o seu amor, que pescador, saiu à tempestade e pode nunca mais voltar. Sou toda aflição.

Sou pés que afundam na areia movediça e mesmo assim insisto em querer chegar mais fundo. Não há limites para sua sina. Até que o sol não mais se ponha e a luz nunca deixe o seu lugar. Apenas aqui para ficar.


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