2 de janeiro de 2011

Eu matei Marco Aurélio

Ainda lembro-me da sua irritante e amadeirada voz gritando como se o mundo fosse acabar-se, por simples coisas vãs. É muito provável que até hoje não saiba a verdadeira razão de seus horrendos gritos. Por este tão lúgubre motivo resolvi silenciar-te no perpétuo.

Por quantas vezes seus gritos humilharam pessoas, trataram como algo normal. Não para mim. Não resisti. Desta vez havia uma plateia presente. Cerca de trinta pessoas (seus alunos) que eram alvo dos seus gritos. Meus passos, sussurros levaram-me por trás de ti. Foi tão rápido que nem senti. Segurei sua testa ao mesmo tempo em que lhe dei um soco na nuca com a outra mão. Você tentou gritar, contudo, palavra sequer saiu.

Daí então foi esperar que você sufocasse com seus próprios gritos. Ainda me lembro dos teus olhos mortos olhando-me fixamente o rosto. Nem teve tempo de entender. Preocupava-se mais em morrer com seus gritos silenciosos. Quando ergui novamente os olhos, a plateia olhava à cena assustada. Saí daquele local e ouvi uma salva de palmas, uma multidão gritando meu nome e saldando sua morte. Ninguém sequer ousava me parar. Tinham medo. Não de mim, mas da plateia que carregava o corpo como um troféu.

Bem, deter-me-ei por aqui enquanto não aparece outra alma sedenta por morte.

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