A língua coça. Arde como se fosse se decompor. Precisa falar, mostrar ao mundo pra que veio. Fala alto e faz questão que todos ouçam. Diz o que pensa. O que aconteceu. E principalmente o que não aconteceu.
Todos olham admirados com sua capacidade de narrar tantos fatos. Não percebem a mentira em seus lábios. A Medusa olha para os lados para ver quem acreditou, testando seu controle de qualidade. Eu que mantinha ligado o meu detector de mentiras, apenas dei por desligar os ouvidos. Cansei de histórias como essas.
Tudo que ela diz é surreal. De uma realidade que não vem da Terra. É mais uma coisa paralela que se tem guardado dentro de si. Nada tão complexo. Apenas mentiras.
Outra mentirosa está na área. Ela tenta chamar mais atenção. Usa uniformes de prostituta e palavras sedutoras que saltam de sua boca. A outra não deixa por menos e volta a mentir. A visita torna-se um duelo. As duas se espancam com suas mentiras até caírem duras no chão mortas pelas próprias falsidades.
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