14 de janeiro de 2011

Eu matei Arthur


Um assassino profissional nunca tem pena de suas vítimas. Mesmo quando se trata de uma criança. Confesso que em alguns casos fugi a regra, mas toda epifania tem sua volta à terra. Nada do que se diga poderá mudar a linearidade dos fatos e nada do que se faça poderá trazer de volta o passado que será eterno. Você morrerá para sempre, fedelho.

Eu odeio quando a criança começa a chorar, principalmente quando se trata de um menino com cerca de dez anos. Já é um homem. Sabe se masturbar, já não é tão criança. Mas chora como um bebê. Resolvi ir direto a fonte. A morte por estrangulamento exige uma pressão de seis quilos sobre a vítima, durante cinquenta segundos. Não é muito tempo, mas quando se trata de esperar a morte chegar é um grande desespero. E foi exatamente assim que aconteceu.

A rua está deserta. O início de uma noite tão serena e fresca. Eu te encontrei no meu caminho e resolvi te matar. Não havia motivo. Apenas decidi te matar. Segurei-lhe pelo braço. Você começou a chorar. Odiei seu choro. Uma manha idiota que me tomou o corpo de raiva. Foi apenas cinquenta segundos pressionando o seu pescoço enquanto você se afogava com o próprio grito. Larguei seu o corpo ali mesmo. Não tive pena. Apenas segui meu instinto. Não sei mais o que dizer.

Tenho que descansar agora. Há outras mortes esperando por mim amanhã. Até a próxima morte.

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