27 de março de 2011

Eu matei Fernanda Sapatão


Era uma terça feira. A terça era o dia mais chato da escola. Era dia de aula com Fernanda Leitão. Todos a conheciam como Fernanda Sapatão por acreditarem que fosse lésbica. Mas esse não era o problema. Ela não sabia explicar a matéria que lecionava. Até que eu no auge dos meus 13 anos matei por prazer pela primeira vez na vida.

Primeiro, sem que ninguém visse, cheguei antes da aula e espalhei pó de mico em suas mesa e cadeira. Ela chegou na hora da aula e sentou. Todos já estavam na sala. Ela tirou uns papeis da bolsa e começou a coçar-se. Alguns colegas começaram rir. Ela saiu correndo em direção ao banheiro. Eu fui atrás, pedindo-lhe para ir ao banheiro. Ela fez sim e nem notou que eu a seguia e levava comigo, junto ao corpo, por baixo da roupa, uma faca. Pequena, mas suficiente para dar um fim aos dias de aulas chatas.

Ela levava o rosto, distraída, que nem percebeu a minha presença. O golpe teria que perfeito. Aquela adrenalina me consumia desesperadamente. Não contei até três. Apenas fiz. A faca entrou pelo seu pescoço. O sangue começou escorrer e sem poder gritar, morreu ali mesmo, naquele banheiro sujo do Colégio São Gonçalo. Lembrei disso hoje de manhã e achei que devesse fazer parte deste diário.

Até a próxima morte.

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