5 de agosto de 2011

O poder das reticências

Sempre quando escrevo algo descontraído e não oficial uso reticências ao invés do ponto final. Elas servem para a suspensão do pensamento ou ainda provocar a continuidade daquilo que está sendo dito, contudo, em outro momento. É assim que me sinto.

Tudo que digo não termina aqui. Sequer começou aqui. Às vezes um vento, meia palavra, um sorriso ou coisa menor. Tudo é reticente e nada é por si só. A arte é assim. É uma forma que encontramos de expressar nossos sentimentos mesmo que nos chamem de malucos.

Tudo pode vir depois das reticências. A história a ser escrita é muito inconstante e cheia de ações. Todos nós somos assim. E eu decidi cuidar de mim por mim mesmo. Decidi dizer não, por mim ao invés de sim por outros. Os três pontos chamam uma linha que será escrita por mim. Ninguém mais. Decido então amar-me, respeitar-me e viver para mim cada dia da minha vida.

Não invejo a Narciso. Nem quero um espelho. Hoje, acho feio o que não me é reflexo. Só por hoje. Sinto-me tão bem. Sei que esta palavra pode ser mal interpretada, mas é como se fosse uma masturbação na alma. Um prazer infindo. Pelo grande poder das reticências.

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