25 de abril de 2011

Há de ser...

Eu tentei escrever ouvindo esta música, mas não consegui. Sua letra envolveu-me completamente. Há alguns minutos estava vendo comentários de meus amigos no Facebook sobre o plágio feito pelo grupo Parangolé sobre a banda de rock Angra. Faz-me pensar em como me tornei seletivo em relação à arte. Já fui do tipo que compravas tudo por conta da moda ou embalo de marcas e nomes. Posso ouvir desde samba, funk ou rock até MPB, clássica e gospel. Entretanto pra que algo entre pelo meu ouvido e fermente na minha massa encefálica precisa realmente ter conteúdo.


Aos que se lembrar do filosófico funk “A dança do quadrado” que colocava cada imbecil em seu lugar com uma ordem repetida dentro dos sete minutos da faixa. Fico emocionado em ouvir Ana Carolina contar sobre a composição de “Eu que não sei quase nada do mar”, quando recebeu um telefonema de Maria Bethânia pedindo que a mineiro que estivera tão pouco próxima ao mar fizesse a canção sobre ele. O fez com toda maestria sendo sincera junto ao cantor da música que vos segue, Jorge Vercillo. Esta semana parei para ouvi-lo com mais detalhes e hoje passando na ponte, ouvi esta música que está no cd DNA, com participação de Milton Nascimento. Quando eu saí da faculdade o bar em frente estava tocando “Minha mulher não deixa não” e alguns minutos depois eu ouço esta obra que nem sabia que estava no meu mp3. Deixo-lhes a letra e a canção que neste momento permeia o meu coração. Há de ser muito mais que uma poesia, uma paixão.




Há de ser
Jorge Vercillo

Há de ser bonito 
Há de ser 
Há de ser finito 
Há de ser 
Há de ser sereno 
Há de ser perene 
Há de ser efêmero 
Há de ser pecado 
Há de ser 
Há de ser sagrado 
Há de ser volúvel 
Há der ambíguo 
Há de ser altivo 

Construirei nosso ninho nas paredes do penhasco 
Pra que nenhum paparazzi ouse quebrar nosso casco 
Nas pedras de uma caverna vou deixar a nossa história 
Para que o vento do tempo não nos apague da memória 

Há de ser imune 
Há de ser 
Há de ser insone 
Há de ser 
Há de escândalo 
Há de relâmpago 
Ciclone 
Há de ser exílio 
Há de Ser 
Há de ser edílio 
Há de ser luxúria 
Há de ser promessa 
Há de ser ternura 

Cientistas e arqueólogos registraram indícios 
De que uma estranha energia paira por nossos vestígios 
O sentimento resistirá aos tempos como um fóssil 
E o mundo então saberá que ali viveram o amor mais forte 


PS: Respondendo ao post anterior: Eu ADORO o Jô. Foi uma homenagem, ao meu estilo, mas uma homenagem.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

OBRIGADO PELO SEU COMENTÁRIO!