22 de abril de 2011

Paraíba’s Fair



Hoje foi mais um dos dias que testam a nossa paciência. Fomos eu e toda a minha família ao Centro de Tradições Nordestinas, a popular Feira dos Paraíba. Eu estava querendo ir lá há muito tempo, pois sou apaixonado pela comida nordestina. O problema é que meu pai estava junto. Como já disse incontáveis vezes aqui o meu pai foi agraciado pelos céus com o dom de tirar-me do sério.

Imagine por um momento uma refeição. Você está à mesa sozinho, o prato é um dos seus preferidos. De repente chega alguém. Vem por trás de você e estaciona à sua frente. Este observa-lhe algumas feições, a forma como você usa os talheres, faz da sua presença um objeto de análise como se fosse algum tipo de micróbio ou germe potencial elemento atômico. Depois deste evento, pergunta-lhe o que está comendo. Você responde irritado, porém paciente ao que obviamente depois de todo o exame a pessoa já sabe. Faz um comentário em tom infantil sobre a sua resposta, do tipo "Uhn que delicia, hein?". Você tenta controlar (por educação) a sua reação. A pessoa continua por ali parada a observar-lhe e formular perguntas óbvias e sem sentido até que sua refeição ou sua paciência termine.

Consegue imaginar isso todos os dias na sua casa e ainda ter que dizer que este cientista marciano é o que os terráqueos falantes de língua portuguesa chamam de "pai"? E aos que leram sobre a minha irmã em Cólera, deixo-lhes o bilhete que encontrei sobre a minha mesa em meu quarto junto a um ovo de páscoa daqueles que minha mãe faz para vender. Acho que ela também é border ou bipolar, mas com certeza não é normal.

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