Há uma linha muito tênue entre o respeito e o abuso e isto é evidente em qualquer lugar a qualquer hora do dia. Pessoas falam demais. É por isso que as águias veem tão longe enquanto papagaios são facilmente presos em gaiolas. Elas não falam.
O meu limite começa onde o seu termina e vice versa. Isso vem desde a civilização grega, onde todos eram iguais e quem tentasse se destacar estaria querendo igualar-se ao divino e não servia para estar entre meros mortais. Não sei onde isso se perdeu. Uns dizem que foi com o Cristianismo, mas a essência da fé cristã baseia-se na quebra dos limites internos e não ser melhor que o próximo uma vez que Deus não faz acepção de pessoas. Isso já não importa.
Hoje a minha professora passou por nós, disse-nos que iria falar com uma amiga e na hora da aula estaria em sala. Em seus 40 minutos de atraso, meus colegas de classe ocuparam-se do corredor e em uma conversa cujo tema era a sexualidade de um rapaz que assiste uma das nossas aulas. Tons pejorativos usados para fonalizar palavras humilhantes. O silêncio tomou conta quando dois rapazes conversando com um jeito feminino passaram. Logo após o silêncio risos histéricos. Aquilo me atordoava, não consegui rir daquilo e me sentir bem. Na terceira piada eu já não mexia a boca com revolta. O celular de uma menina tocou, era seu namorado. “Falando em viado...” - proferiu outro colega. Nesse momento chegou outro rapaz da nossa turma, este que possui personalidade efeminada. Silenciou-se outra vez o ambiente. Pela demora da professora, este decidiu ir embora. Acenou e na direção contrária vinha outro rapaz da turma que recebeu um aceno particular. Assim que o primeiro cruzou o corredor, o que vinha em nossa direção bradou de todos pulmões: “Ou é viado ou é maluco! Fica dando tchauzinho pra mim...”. Mais risos tomaram o ambiente. Por fim resolveram-se ir e a professora chegou e deu aula para nós e falta aos que se foram, além de ficar chateadíssima, pois estava resolvendo um problema importantíssimo que se relacionava a toda a universidade.
Mais tarde peguei o ônibus para voltar para casa. Um cidadão que sentava ao lado do motorista em meio ao engarrafamento de mais de duas horas resolveu se exaltar porque o condutor dera passagem a um carro que vinha da rua transversal. “Você é um morto de fome! Só quer hora extra! Cala a boca que você é pago para dirigir e não para rebater com passageiro!”. Não preciso dizer que o motorista defendeu-se com suas palavras.
Vejo que o mundo está extremamente estressado. Vejo que o mundo não perde a oportunidade de hostilizar qualquer pessoa. Isso que ocorreu no corredor da faculdade chama-se Bullying. Isso que aconteceu no ônibus chama-se falta de educação. Os dois são a síntese da falta de limite e respeito. Infelizmente isso é um problema do Brasil. Sim, basicamente do Brasil. Se algum dia pegares um ônibus na Alemanha saiba que você mesmo pega seu troco. Não há trocador. Não há necessidade de tê-lo. As pessoas têm educação.
Não acho que a homossexualidade é correta, mas nem por isso tenho o direito de fazer da pessoa um bode expiatório. Nossas diferenças são evidentes, entretanto, haverá algum problema se tudo estiver “normal”. Precisamos de respeito aos professores, aos evangélicos, aos homossexuais. Aos motoristas que passam muito mais horas sentados no trânsito aturando gente imprudente que tem carteira de motorista e gente mal educada que paga passagem. Como disse a Alcione em uma entrevista: “Se eu pego no pescoço desse sujeito, dilacero primeiro. Depois ele pode ser preso.”.
Peço desculpas pelo extenso (deve ser a minha raiva Borderline) post e deixo-lhes esta música que diz o que estou sentindo. Até mais!
Pavão Pavãozinho - Fernanda Brum
O que vi na Central do Brasil
No Pavão Pavãozinho, em Padre Miguel
Eu não vi em outro lugar, fora daqui
Fora com tanta miséria
Vou lá espantar o fantasma do caos
E mandá-lo pra outro lugar
Pra casa de Apolion
O que vi no agreste mineiro
O que vi no sertão, nos ribeirinhos do amazonas
Extrapolou, extrapolou
No Pavão Pavãozinho, em Padre Miguel
Eu não vi em outro lugar, fora daqui
Fora com tanta miséria
Vou lá espantar o fantasma do caos
E mandá-lo pra outro lugar
Pra casa de Apolion
O que vi no agreste mineiro
O que vi no sertão, nos ribeirinhos do amazonas
Extrapolou, extrapolou
É, é a hora do senado acordar
É a hora desse povo sacudir
É a hora da bondade dominar
É, é a hora de crer mais nos tribunais
De exorcizar o mofo das prisões
De ver nossos velhinhos a cantar
É a hora desse povo sacudir
É a hora da bondade dominar
É, é a hora de crer mais nos tribunais
De exorcizar o mofo das prisões
De ver nossos velhinhos a cantar
Incoerência, Imprudência e maledicência,
os que queriam pregar
perdeu a inocência
No Palanque da injustiça onde o pobre passa fome,
Onde o orfão, A viúva e o idoso não têm nome
Promessas esquecidas de outros carnavais
Lembravam da igreja, agora não lembram mais
Seguiram no batuque dessa dinherada
Perderam a visão, agora já não têm mais nada!
os que queriam pregar
perdeu a inocência
No Palanque da injustiça onde o pobre passa fome,
Onde o orfão, A viúva e o idoso não têm nome
Promessas esquecidas de outros carnavais
Lembravam da igreja, agora não lembram mais
Seguiram no batuque dessa dinherada
Perderam a visão, agora já não têm mais nada!
É, é a hora do senado acordar
É a hora desse povo sacudir
É a hora da bondade dominar
É, é a hora de crer mais nos tribunais
De exorcizar o mofo das prisões
De ver nossos velhinhos a cantar
É a hora desse povo sacudir
É a hora da bondade dominar
É, é a hora de crer mais nos tribunais
De exorcizar o mofo das prisões
De ver nossos velhinhos a cantar
Oe Oe Oe Oe Oe
Canta Brasil ( 3x )
Canta Brasil ( 3x )
Oe Oe Oe Oe Oe
Acorda Brasil !
Acorda Brasil !
http://www.youtube.com/watch?v=qEF0gCUcYzc&feature=related
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